Culto e Liturgia



ID: 2653

Riquezas litúrgicas em comum

Artigo

01/05/2005

Reflito este assunto nos dias que coincidem com a Semana Santa. O roteiro litúrgico, durante esta Semana especial para a família ecumênica, apresenta riquezas celebrativas em comum.

Comunidades luteranas redescobriram, em razão da renovação litúrgica que experimentamos, tanto na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil como em muitas outras Igrejas luteranas pelo mundo afora, a importância de elementos litúrgicos que nos aproximam e refletem o espírito de unidade.

A começar pela 5ª feira-santa, dia da despedida de Jesus dos seus amigos e da comunidade de então, até o domingo da Páscoa quando acontecem passos concretos que relembram o convívio de Jesus, sua lição de humildade e de humanidade, sua obra até a cruz do Gólgota. A seqüência dos fatos culmina com a festa da Páscoa, o marco da vitória sobre os poderes da morte. O conjunto todo é festejado liturgicamente como Tríduo Pascal. Os três dias de celebrações trazem à memória as partes mais importantes da história da salvação. Nesta história despontam vários elementos: a cerimônia do lava-pés, a Instituição da Santa Ceia, a Renovação dos Votos Batismais, a Penitência Comunitária, a celebração do Culto da Sombra, focalizando a escuridão que marcou a morte de Jesus Cristo, além da simbologia do fogo e da presença do Círio Pascal como introdução à liturgia da luz. Esta grande unidade de culto e de celebração encerra, quando a comunidade é despedida com a bênção e envio no final da Vigília da Páscoa.

A renovação litúrgica, também na IECLB, tem favorecido o fortalecimento da convivência ecumênica. Em meio à experiência do vigor ecumênico, fruto da ação do Espírito Santo, ainda não houve um consenso doutrinário que possibilita a celebração eucarística em conjunto, na qual a grande família luterana e católica participa da Eucarística, em torno do mesmo Altar. Participações esporádicas, na verdade, exceções revelam que as regras eclesiásticas apontam para contornos doutrinários bem destacados. A superação dessas diferenças de identidade teológica sobre a participação conjunta na Eucaristia não deverá resultar na fixação de rigorismos doutrinais. Estes afastam, geram desconfiança e sempre dificultaram o caminho do ecumenismo. A solução das divergências dogmáticas, com certeza, não passará por atitudes manifestadas através de um ecumenismo entusiasta. Tanto na teologia como na postura das Igrejas, deve prevalecer o realismo ecumênico. Esta qualidade se sobrepõe ao entusiasmo que sendo superficial não contribui para o desafio da unidade. É este realismo que nos ajuda e nos faz progredir no diálogo. O realismo ecumênico aprofunda a qualidade dos relacionamentos entre as Igrejas, mantém as portas abertas ao diálogo e promove a fraternidade entre Igrejas co-irmãs. É verdade que as diferenças doutrinárias e também da prática sacramental não colocarão obstáculos capazes de impedir a solidez evangélica do realismo ecumênico.

Manfredo Siegle
pastor sinodal do Sínodo Norte-catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC
Diocese Informa - 04/2005


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