O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda, que uma pessoa pega e semeia na sua terra. Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas. Ela até chega a ser uma árvore, de modo que os passarinhos vêm e fazem ninhos nos seus ramos. Mateus, 13.31- 32
A gestão eclesiástica também é como a semente de mostarda. Precisa ser compartilhada e qualificada para servir de suporte para pessoas se achegarem e participarem com seus dons na concretização da missão da igreja.
Na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil a gestão acontece a partir de decisões e consensos tomados em fóruns nacionais, sinodais e locais. Localmente, esse fórum é a Assembleia da Comunidade, da qual podem participar todos os membros em situaçao regular com a Comunidade. Em nível sinodal é a Assembleia Sinodal e em nível nacional é o Concílio. Essas duas últimas instâncias são compostas por representantes.
Nos fóruns são assumidos os compromissos eclesiásticos mútuos. Os compromissos assumidos pela Assembleia da Comunidade são válidos para todos seus membros. Os assumidos em Assembleia Sinodal valem para todo o Sínodo, ou seja: suas instâncias, Paróquias, Comunidades, setores de atuação, membros, liderança leiga, Ministros e Ministras em atuação no Sínodo. Os compromissos assumidos no Concílio são válidos para toda igreja: as instâncias nacionais, Sínodos, Paróquias, Comunidades, setores de atuação, membros, liderança leiga, Ministros e Ministras em atividade, voluntários, em licença e eméritos.
Os compromissos mútuos delimitam responsabilidades e competências. Gestores e gestoras administrativos têm compromissos específicos, assim como gestores e gestoras ministeriais. Muitas dessas responsabilidades são complementares e todas elas requerem sincronia e articulação.
Na gestão articulada uma instância ou uma função não é mais importante que outra, e todas precisam das demais, pois:
1. a missão de Deus é compromisso de todos.
2. não há autoridade acima da autoridade de Jesus Cristo. São responsáveis perante ele tanto a comunidade quanto o ministério. Por isso mesmo a autoridade é exercida conjuntamente por membros não-ministros e membros ministros, ou seja, pela assembléia da comunidade, do sínodo, do concílio da igreja. A diferença entre Clero e laicato foi substituída na igreja luterana pelo lado a lado funcional de ministério e comunidade. (P. Dr. Gottfried Brakemeier)
3. as diversas instância assumem seu sentido ao atuarem de forma complementar. A Comunidade é a frente de ação local. Comunidade que faz missão sozinha, isolada das demais, não se caracteriza como comunidade da IECLB. Ela conta com o apoio das demais comunidades locais, através da Paróquia, e com elas toma decisões maiores de apoio mútuo. Comunidade da IECLB se faz representar em Assembleia Sinodal para, em pé de igualdade com os demais representantes, tomar as decisões de âmbito maior em prol da missão. O Sínodo é a comunidade maior em determinado espaço regional. As instâncias nacionais são a comunidade de todos e todas, que toma e executa decisões em favor do todo.
4. para fazer frente aos compromissos em realidades específicas, a IECLB funciona de forma descentralizada em 18 Sínodos e estes em paróquias e comunidades ou em núcleos e setores. Essas instâncias planejam formas de ação e de expressão do ser igreja evangélica de confissão luterana em suas áreas geográficas a partir dos compromissos firmados em conjunto.
5. para fazer frente aos compromissos em áreas específicas, a IECLB conta, nos níveis local, sinodal e nacional, com a complementaridade de diversas organizações identificadas confessionalmente.
***Aqui tem mais:
Guia para o Presbitério, Manual de Estudos, Série Educação Cristã Contínua, Editora Sinodal