Comunidade

Comunhão inclusiva e participativa

Deus acolhe todas as pessoas por sua graça e pelo seu amor. Pelo batismo elas são incorporadas no corpo de Cristo e fazem parte da comunhão dos santos e das santas. A Palavra de Deus transformadora promove comunhão e os seus filhos e suas filhas estabelecem novas relações. Pelo Batismo as pessoas ingressam na dinâmica da graça e da fé em Jesus Cristo. A comunidade torna-se o espaço de comunhão das pessoas agraciadas. Elas criam comunidades de partilha e solidariedade.

Em meio a uma sociedade atomizada, individualista e concorrencial as pessoas evangélicas luteranas não abrem mão da dimensão comunitária da fé. A comunidade torna-se um espaço de gratuidade e nela as pessoas experimentam comunhão, perdão e solidariedade. Elas são membros participantes da multiforme graça de Deus ( e não meros clientes consumidores de bens religiosos). A comunidade torna-se um espaço privilegiado e fundamental para a alimentação da fé e também para o fortalecimento do testemunho evangélico.

A com-unidade é o espaço em que as diversas gerações são educadas na fé cristã e são capacitadas para o serviço na sociedade e no mundo. Nela e a partir dela a Palavra de Deus é anunciada e vivenciada. A participação e a comunhão na Ceia do Senhor renovam e fortalecem os filhos e filhas de Deus para o exercício do sacerdócio no seu dia-a-dia.

A comunidade torna-se lugar de acolhida de todas as pessoas, porque “é por meio da fé que todos vocês são filhos de Deus, em união com Jesus Cristo. Pois foram batizados em união com Cristo, e assim se vestiram com a pessoa do próprio Cristo. Desse modo não há diferença entre judeus e não judeus, escravos e livres, homens e mulheres: todos vocês são um só, em união com Jesus Cristo.” (Gálatas 3.28)

Pessoas, independente de sua condição ou situação, participam da vida comunitária e se organizam segundo normas e regulamentos aprovados por elas mesmas. Cultivam mecanismos que favorecem a melhor transparência possível nos aspectos financeiros e processos de planejamento e de administração.

As pessoas cristãs evangélicas luteranas reconhecem que Deus as conhece assim como elas são (Salmo 139). Elas afirmam que nada pode ficar oculto a Deus (Mateus 10.26), inclusive falhas e desvios. Isso faz com que elas confessem os seus pecados e peçam o perdão de Deus (1 João 1.8-9).

Elas enfatizam que são justas e pecadoras, ao mesmo tempo, e que carecem, continuamente, da graça e do perdão de Deus. Reconhecem que estão sujeitas à tentação de aparentar uma falsa santidade (história do fariseu e do publicano). A sua condição humana pode levar a ocultar interesses inconfessados e, assim, causar grandes prejuízos à causa de Deus e ao testemunho evangélico.

A disciplina fraterna torna-se um meio pelo qual se procura ir e vir ao encontro da necessidade de chamar atenção para falhas e erros. Por meio de diálogos e admoestações exercita-se a correção mútua com o fim de evitar que o mal se alastre no corpo eclesial e cause danos à causa de Deus.

As pessoas, seguidoras de Jesus, são chamadas luz do mundo (Mateus 5.14). São animadas a sinalizar a vontade de Deus e os valores do seu reino na sociedade e no mundo. São desafiadas a iluminar com a luz que vem de Cristo também as suas instituições e organizações, a vivenciar junto com outras denominações cristãs o amor de Deus e testemunhar a sua vontade em seu contexto de vida.

Assim, outros carregam o meu fardo, a força deles é a minha. A fé da minha Igreja socorre-me na perturbação. A oração alheia preocupa-se comigo.
Martim Lutero
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