Os paramentos são parte da ornamentação da casa de Deus e são ricos em significados simbólicos. Os paramentos compreendem tanto os antepêndios – panos coloridos que pendem diante da mesa da ceia, da estante de leitura e do púlpito – quanto as vestes litúrgicas usadas durante o culto ou ofícios.
A palavra “paramento” deriva do latim “parare”, que significa “preparar”. Com a palavra “paramento” queremos dizer que a casa de Deus é preparada para o culto, para receber aquele que vem a nós pela Palavra e pelos Sacramentos, assim como para receber-nos uns aos outros, umas às outras.
É importante dizer que os paramentos não têm, em si, o sentido de decoração ou ornamentação. Sua função vai além disso. Eles querem expressar algo, querem transmitir uma mensagem. Remetem para além de si mesmos.
Os paramentos estão diretamente ligados ao sentido daquilo para o qual o culto está voltado, ao anúncio do evangelho. “Os cristãos são chamados a proclamar o evangelho da salvação por todos os meios possíveis” (James White), inclusive o visual. Cada cor, cada imagem é uma nova dimensão acrescentada à nossa percepção da boa nova do evangelho. Por exemplo, “o prédio da igreja durante a Páscoa deveria ser bastante diferente do que ele é na Quaresma” (James White).
Os paramentos são parte dos recursos visuais e simbólicos da igreja. Neste sentido, eles constituem um componente importante do culto cristão; contribuem para ele na medida em que ajudam a comunicar o evangelho da salvação e a expressar a relação entre Deus e as pessoas; são um dos variados meios de comunicação dados pelo próprio Deus.
É preciso estar consciente de que a “arte litúrgica não torna Deus presente, porém ela traz a sua presença para a nossa consciência [ou seja, um elemento simbólico, qualquer que seja, não está “em lugar de”, mas remete a alguma coisa]. Assim como uma fotografia traz à memória pessoas amadas que podem estar longe de nós, a arte litúrgica abre nossos olhos para a presença não-visível de Deus” (James White). A arte litúrgica tem o poder de “penetrar além do óbvio e transmitir o divino” (James White).
As cores e os símbolos são características marcantes dos paramentos, e estes variam de acordo com a época do ano litúrgico.
Tradicionalmente, a cor púrpura, o cinza e o azul têm sido usados para tempos litúrgicos de caráter penitencial como o Advento e a Quaresma, embora quaisquer cores escuras possam ser usadas. O branco tem sido usado para eventos ou épocas com forte significado cristológico, como o Batismo do Senhor ou o tempo pascal. O amarelo e dourado também são possibilidades para estas ocasiões. O vermelho tem sido reservado para ocasiões relacionadas ao Espírito Santo (tais como o Dia de Pentecostes ou ordenações) ou a comemoração de mártires. O verde tem sido usado para tempos litúrgicos de caráter menos pronunciado ou para o tempo comum, como o tempo após a Epifania ou o tempo após Pentecostes. Essas épocas mais prolongadas não precisam ficar estagnadas em uma única cor ou tonalidade, assim como a natureza também não mantém um verde monótono. (James White).
Dicas importantes para a confecção de paramentos:
a) Observar o equilíbrio do conjunto da arte. Usa-se o mesmo estilo para a mesa, o
púlpito e a pia batismal.
b) Observar o ano litúrgico com suas cores e símbolos respectivos.
c) Lembrar que toda arte litúrgica está a serviço do evangelho. Neste sentido, os
paramentos não ofuscam a mensagem central do evangelho, exibindo pompa e
luxo, mas ajudam a expressar a mensagem do evangelho.
Fonte: A Linguagem dos Símbolos no Culto Cristão