Presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil



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Missão - Evangelização

1. Fundamentação:

O que diz o PAMI sobre Evangelização:
O anúncio do evangelho que se dá através do testemunho missionário da fé, a evangelização, tem o seu ponto de partida no agir do próprio Deus Triuno. Evangelização origina-se no desejo de Deus em ter um relacionamento integral e harmonioso conosco. O anúncio da boa nova do amor incondicional de Deus desperta a fé e faz nascer a igreja. Assim, a igreja é criatura do evangelho. Neste sentido, não é a igreja que promove a evangelização, mas a evangelização promove a igreja. Muitas vezes, os termos “missão” e “evangelização” são utilizados como sinônimos. Neste capítulo, queremos diferenciá-los. “Missão” é o conjunto de ações pelas quais o reino de Deus é promovido, na igreja e na sociedade. “Evangelização”, embora não exclua outras dimensões da missão, concentra-se na exposição explícita e intencional do evangelho, visando a uma resposta pessoal de fé e o ingresso no discipulado cristão vivido em comunidade.

No horizonte da missão de Deus neste mundo, a evangelização proclama o senhorio libertador de Deus. O centro dessa proclamação é Cristo crucificado e ressurreto e o seu alvo, a instauração plena do reino de Deus, que ele mesmo haverá de consumar no final dos tempos. É justamente dessa promessa de que o reino de Deus irá se tornar realidade neste mundo que a evangelização extrai sua motivação. A igreja, portanto, não evangeliza para superar carências internas, mas para corresponder à promessa de que a palavra de Deus anunciada, vivida e testemunhada “não voltará vazia”. Evangelizar é exercitar-se na esperança de que Deus cumpre fielmente suas promessas.

A evangelização parte do fato de que a realidade humana está determinada por Cristo. Através do Cristo crucificado, o Deus Triuno vem até o ser humano distanciado da fonte e do sentido de sua vida, de seu semelhante e de si mesmo. Por meio do Cristo ressurreto, Deus eleva o ser humano e lhe oferece comunhão. Assim, mesmo distante e perdido, ele não é deixado à própria sorte, mas recuperado e restaurado por Cristo. Este é, justamente, o conteúdo da evangelização: a realidade de que Deus ama e aceita o ser humano de forma incondicional e deseja relacionar-se com ele intensamente, transformando-o integralmente.

Assim, o objetivo maior da evangelização é que o ser humano deixe-se cativar pelo Deus que cria, reconcilia e salva. Desta forma, a evangelização o reconduz à sua origem e ao seu destino último: ser imagem de Deus e seu colaborador fiel neste mundo. O ser humano, no entanto, não é livre para, de própria vontade, desejar este retorno (metanoia) nem é capaz de realiza-lo.

Quando um ser humano toma a decisão de se reaproximar de Deus, ele está sendo alvo do agir criador de Deus. É Deus mesmo que cria os ouvidos que ouvem sua palavra, os corações que a recebem e a fé que a ela responde. Forma e estilo da proclamação evangelística devem estar em conformidade com o seu conteúdo e com o seu objetivo: cativar e atrair as pessoas para o incondicional amor de Deus. Apelos e chantagens visando constranger a uma decisão ou conversão pessoal, portanto, não correspondem à compreensão evangélico-luterana de evangelização.

A evangelização ocorre especialmente por meio da comunidade local à medida que ela disponibiliza em seu meio a palavra e os sacramentos – os elementos que, segundo a tradição luterana, comunicam o evangelho e a graça de Deus de forma preferencial. São justamente estes elementos que tornam a comunidade local igreja em sentido pleno. Assim, ela não pode delegar ou terceirizar a evangelização ou permitir que ela aconteça apenas de forma casual. Cabe à comunidade local redescobrir a dimensão evangelística de todos seus programas e eventos. Tudo o que a igreja é ou faz deve ser evangelização, isto é, deve cativar e atrair para a fé e à confiança em Deus. Trata-se da evangelização permanente.
PAMI – Plano de Ação Missionária da IECLB - Texto-base
Texto-base completo

 

A evangelização origina-se no desejo de Deus em ter um relacionamento integral e harmonioso com o ser humano e consiste da exposição explícita e intencional do Evangelho, visando a uma resposta pessoal de fé e ao ingresso no discipulado cristão vivido em comunidade.
PAMI – Plano de Ação Missionária da IECLB – Linhas Mestras
Texto completo das Linhas Mestras

 

O que dizem manifestos e posicionamentos da Direção da IECLB sobre evangelização:
A evangelização concentra-se na exposição explícita e intencional do evangelho, visando a uma resposta pessoal de fé e ao ingresso no discipulado cristão vivido em comunidade. O objetivo maior da evangelização é que o ser humano se deixe cativar pelo Deus que cria, reconcilia e salva.
Por realizar majoritariamente o Batismo de crianças, o compromisso de evangelizar as pessoas batizadas é ainda maior, pois quem foi despertado para a fé deve receber instrução confiável e prática sobre como viver a fé no dia a dia. A igreja precisa ocupar-se com o ensino das formas elementares da espiritualidade cristã: a prática da oração e da leitura e meditação da Bíblia.
A evangelização cabe à comunidade local. Para que ela aconteça, é preciso que seus membros sejam orientados sobre os elementos fundamentais da fé e da doutrina e capacitados para o testemunho do evangelho nas mais diversas situações.
Plano de Educação Cristã Contínua - PECC
Texto completo do PECC

 

A Igreja de Jesus Cristo, por natureza e incumbência, é Igreja missionária. Está comissionada a propagar o Evangelho por palavra e ação, preparando a vinda do reino de Deus e congregando as pessoas em comunidade. O Evangelho se destina a toda criatura e chama para a aprendizagem da fé, da esperança e do amor. Evangelização, pois, é mandato de todos os cristãos e de cada Igreja em particular.

(...) Renúncia ao proselitismo e oposição a ele, porém, não equivalem a renúncia à missão. A partir do Evangelho, a IECLB permanece incumbida do testemunho público e da criação de comunidades. É Igreja de Jesus Cristo, alicerçada na verdade da Palavra de Deus e por isto crítica frente a todas as formas de sedução religiosa. A oposição ao proselitismo não pode servir de pretexto para o imobilismo evangelístico. Importa tão-somente que o método esteja em consonância com o Evangelho. Assim sendo, a IECLB vai unir ao testemunho da palavra a ação do amor; à pregação, o gesto evangélico; ao chamado para a fé, a misericórdia. Sob a perspectiva evangélica, a missão autêntica necessita ser acompanhada da diaconia, e vice-versa. A união de ambas protege, a um só tempo, contra uma missão proselitista e uma diaconia que se esgota em mera promoção social. A salvação pretendida por Deus tem em vista o ser humano em seu todo, incluindo corpo, alma e espírito.
Posicionamento Missão e Proselitismo – 1994
texto completo do Posicionamento

 

Na comunicação da fé é fundamental o testemunho. Foi para tanto que Jesus chamou seus seguidores. Quis que fossem suas testemunhas até aos confins da terra. Verdades religiosas não se resumem em teorias abstratas ou opiniões particulares, nem se comparam a propostas partidárias. A fé cristã fala de uma história acontecida, fala das maravilhosas obras de Deus, fala das experiências da comunidade com o Evangelho. Precisa ser anunciada, portanto. Testemunho da fé, desde que autêntico, requer o coração ardente, tocado pela palavra de Deus, pronto para inclusive sofrer prejuízos por causa da mesma. Inclui a palavra e a ação, a mensagem e o exemplo, o discurso e a vivência. Sabe não ser indiferente o tipo de fé que abraçamos. Pois não há o que determine o ser das pessoas de modo mais incisivo do que a fé que professam. Com ela estão em jogo o comportamento humano, o modo de viver e falar, os valores propugnados. Reduzir a “religião” a uma questão puramente particular é desconhecer-lhe a importância. Embora a fé deva ser assumida sem coação externa, é imprescindível conscientizar-se do papel fundamental que desempenha na vida das pessoas e da sociedade. Da mesma forma não é irrelevante a que Igreja ou grupo religioso pertencermos. Toda instituição eclesiástica representa uma determinada concepção da fé, um modo de viver e de adorar a Deus, uma proposta religiosa. Até que ponto corresponde ao Evangelho, há que ser examinado. Mas em toda filiação a uma comunidade e Igreja está implícita uma confissão. O testemunho cristão articula o compromisso com o Evangelho pondo à prova todas as manifestações religiosas e medindo-as no critério da misericórdia de Deus, que quer a vida de sua criatura.
Posicionamento A Confissão Luterana na concorrência religiosa – 1993
Texto completo do Posicionamento
 


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