Jesus Cristo diz: Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para demonstrarem que são filhos do Pai de vocês, que está nos céus.
Mateus 5.44-45
Estimada IECLB,
O lema bíblico para o mês de julho apresenta um dos mais radicais e difíceis desafios lançados por Jesus a quem o segue: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês.
No tempo de Jesus, as pessoas eram ensinadas a amar o próximo e odiar seus inimigos (Mateus 5.43). Nada mais natural: amar quem nos ama e nos quer bem; e odiar quem nos insulta, maltrata, acusa e persegue. Esta é a lógica humana, afinal de contas. Quando somos ofendidas e ofendidos, nossa reação natural é a raiva, o ódio, o desprezo e o rancor. Estes sentimentos aumentam ainda mais quando temos inimigos abertamente declarados. Raiva e ódio são reações naturais às injustiças cometidas contra nós. Há inclusive situações que conduzem à prática da justiça com as próprias mãos, onde muitas vidas são destruídas.
Não é incomum ouvirmos depoimentos como: “não posso deixar de odiá-lo”; “ela não merece o meu perdão”; “não merece viver”. Em casos de feminicídios, ouvimos palavras como: “ela não quis ficar comigo, não merece viver, por isso a matei”. “Como não odiar este homem que tirou a vida de minha filha”, diz um pai aos prantos.
De maneira oposta aos sentimentos, palavras e atitudes de raiva e ódio, nos deparamos com a radicalidade do ensinamento de Jesus. Ele nos ensina algo diferente: “amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para demonstrarem que são filhos e filhas do Pai de vocês, que está nos céus”. Jesus afirma que não basta amar nossos amigos e nossas amigas. É preciso ir além. O amor ensinado por Jesus é muito exigente. A lista de filhos e filhas de Deus é muito mais ampla.
O pedido de Jesus é muito rigoroso, pode até parecer injusto, mas o amor de Deus é ainda mais radical, pois Deus deu a vida de seu filho por nós, pessoas pecadoras. Deus, por amor, enviou seu filho que morreu para nos reconciliar, quando ainda éramos inimigos de Deus (Romanos 5.10). Quando amamos as pessoas que nos perseguem, refletimos esse amor radical de Deus.
Também é importante lembrar que nossa fé em Deus e o amor de Deus por nós, que nos alimenta, não permite que nos calemos diante do sofrimento ao nosso redor. Não podemos nos calar frente à violência sofrida por pessoas idosas, mulheres, homens, crianças, pessoas negras, pessoas indígenas, etc. Não podemos concordar que vidas criadas por Deus sofram porque não são como “EU” sou. Vamos orar e trabalhar pelo fim de qualquer tipo de violência, especialmente aquela cometida contra as pessoas mais fracas.
Quem conhece e fala do amor de Deus, não pode agir em contrário à sua vontade. Assim, reflita sobre o lema bíblico deste mês e pergunte a você mesmo: como posso deixar de odiar quem me odeia e me persegue? Há alguma chance de eu amar também essas pessoas?
Pa. Sílvia Beatrice Genz
Pastora Presidente
P. Odair Airton Braun
Pastor 1º Vice-Presidente
P. Dr. Mauro Batista de Souza
Pastor 2º Vice-Presidente