Sob a coordenação da Presidência da IECLB, com o apoio das Secretarias de Formação e de Habilitação ao Ministério, foi organizado e aconteceu um importante encontro de docentes (professores e professoras) da FLT – Faculdade Luterana de Teologia, EST – Faculdades EST e FATEV – Faculdade de Teologia Evangélica. Participaram, ainda, o Presidente do Conselho da Igreja, representantes das bancas do PPHM, um Pastor Sinodal e três palestrantes convidados pela Presidência.
Esse encontro ocorreu nos dias 28 e 29 de junho, sexta-feira e sábado passados, em Porto Alegre. E o tema tratado foi hermenêutica. O foco da discussão fora previamente assim definido:
Como Igreja da Reforma, afirmamos o princípio do sola Scriptura. A Bíblia é a norma que deve nortear toda a teologia, a vida da Igreja e das pessoas que creem em Jesus Cristo. Contudo, é essencial a distinção entre letra e Espírito (2 Co 3.6). Assim, o que nos transmite a Escritura? Fundamentalmente, a boa nova da salvação em Jesus Cristo (solus Christus). Segundo a redescoberta do Evangelho por M. Lutero, somos “justificados pela graça, mediante a fé” (sola gratia, sola fide). Ainda de acordo com Lutero, ele só chegou a entender o verdadeiro significado da Escritura e o sentido de qualquer passagem da Escritura, quando assim redescobriu e entendeu o Evangelho. Essa redescoberta (Romanos 1.17) passou a servir de chave para compreensão de toda a Escritura e de qualquer parte dela.
Tem havido entre as igrejas e mesmo no interior de igrejas luteranas, como a IECLB, diversidade e, por vezes, tensão ou até conflito no entendimento da Escritura, o que também se reflete na formação teológica dos futuros ministros e ministras da IECLB.
Nesse contexto é que queremos abordar o tema da Hermenêutica. As perguntas que seguem visam a orientar o enfoque a ser dado: O que é Hermenêutica? Com quais características a Hermenêutica é ensinada no estudo de Teologia? Quais são as dificuldades relacionadas ao tema? Até que ponto a diversidade Hermenêutica é legítima? Quais deveriam ser as características determinantes e comuns, em vista da unidade da Igreja?
Cada centro de formação fez uma exposição sobre o tema. Depois, a convite da Presidência, o P. Dr. Leandro Hoffstätter, o P. col. Dr. Luís Dreher e a Pa. Dra. Ivoni Richter Reimer apresentaram suas teses.
O fruto desses dois dias de exposição e debates ainda precisa ser sistematizado. Mas já é possível dizer que foi voz unânime que o encontro veio em boa e necessária hora; que, em termos gerais, usam-se conceitos ou slogans comuns quando na IECLB se fala em hermenêutica, mas que há interpretações bastante divergentes. Daí a necessidade de mais diálogos e mais aprofundamentos para chegar-se à identificação de características determinantes e comuns da hermenêutica, em vista da unidade da Igreja.
P. Dr. Romeu Ruben Martini
Assessor Teológico da Presidência