Luteranos em Contexto



ID: 2650

Memórias de Katharina

Peça teatral

30/10/2013


Memórias de Katharina

Pa. Ms. Scheila dos Santos Dreher

Como material de estudo nos utilizamos do livro Katharina Von Bora - uma biografia, da Pa. Heloisa Gralow Dalferth, das Obras Selecionadas volume 5, de escritos do P. Prof. Dr. Martim Dreher acerca da Reforma Luterana, do texto da Diaconisa Ruthild Brakemeier em Novolhar nº 53 - ano 2013, e do blog da Rede de Mulheres e Justiça de Gênero (redemulheresluteranas.blogspot.com). O texto apresentado na CENA II – o casamento de Katharina e Martim Lutero -, com exceção dos nomes, foi extraído de texto escrito pelo próprio Reformador Martim Lutero quando escreveu a respeito da Bênção Matrimonial, conforme Obras Selecionadas volume 5, p. 284. As cartas propostas na CENA IV são transcritas da biografia apresentada por Helosia Gralow Dalferth.

Esta encenação foi escrita, originalmente, para a 4ª Noite Cultural Luterana da Paróquia do Parecis/MT. O ambiente que ela pressupõe é o espaço da igreja.

[O texto desta peça teatral pode ser lido no formato .pdf ou feito download. Vá até o final da página.]

Cenário geral: Cozinha com uma mesa bem grande, capaz, também, de abrigar treze freiras na Cena I, e sala de estar com móveis e objetos de decoração antigos.
Personagens: É possível envolver pessoas de gerações diferentes durante a encenação!
Serão necessários os seguintes personagens:
- Katharina (com mais idade, responsável pelos comentários entre as cenas);
- Cena I: Treze freiras, entre elas a Katharina jovem, e, ainda, a madre superiora e o comerciante de peixes;
- Cena II: Lutero, Katharina, o casal Lucas e Bárbara Cranach e uma criança, o jurista João (Johann) Apel e o pastor Justus Jonas;
- Cena III: Lutero, Katharina e cinco crianças: três meninos e duas meninas;
- Cena IV: Lutero e Katharina (com mais idade)

 

Sinos (ou Som de sinos)

Música

DIRIGENTE 1

Boa noite! Em nome da Equipe Organizadora saúdo a todas e a todos vocês, crianças e pessoas adultas, comunidade e visitantes! Sejam todas e todos muito bem vindos!

Apagar luzes da parte frontal da igreja.

Música

Projeção em data-show enquanto se procede a leitura do texto:

DIRIGENTE 2

SLIDE 1: Neste ano festejamos 496 anos da Reforma Luterana! Estamos em contagem regressiva para os 500 anos da Reforma. Por volta de 1500, quando no Brasil chegavam as caravelas dos navegadores portugueses pela primeira vez, na Europa vivia-se um tempo de grandes transformações.

- na Alemanha, Johannes Gutenberg inventou a imprensa no final do século XV. Com isso, novas ideias se espalhavam rapidamente;

- por conta das navegações ao redor da Terra a noção do universo se modificava;

- os turcos ameaçavam a Europa. Guerras e disputas por poder político marcaram o século XVI - século da Reforma;

- o comércio estava se fortalecendo nas cidades da Europa a partir da produção feita à mão; muitos agricultores e agricultoras saíam do campo para trabalhar nas cidades. Surgia o capitalismo como modelo econômico de mercado;

- grandes epidemias, conhecidas como pestes, mataram a população quase total de habitantes, em várias cidades;

- as pessoas viviam intensamente a religião. Elas sentiam muito medo de Deus e do inferno e, a partir da pregação da própria igreja, entendiam que precisavam conquistar o perdão e a salvação da parte de Deus. O arrependimento não era mais necessário, pois o perdão fazia parte de uma negociação e a Igreja se colocava como intermediária nessa negociação. Perdão se comprava por dinheiro, inclusive para pessoas queridas já falecidas. Por medo, as pessoas desfaziam-se de seus bens para adquirir as assim chamadas cartas de indulgência.

SLIDE 2: Em meio a todas essas transformações aconteceu a Reforma Luterana. Martim Lutero, ex-monge da ordem dos agostinianos, professor de Bíblia, descobriu, com muito estudo da Sagrada Escritura, que Deus perdoa as pessoas por sua infinita misericórdia e as aceita por graça e fé, sem qualquer mérito de sua parte. Assim está escrito em Romanos, capítulo 1, versículo 17: “O justo viverá por fé”.

SLIDE 3: Por isso Martim Lutero escreveu 95 teses e as pregou na porta do castelo igreja de Wittenberg, na Alemanha, no dia 31 de outubro de 1517 – Dia da Reforma.

SLIDE 4: Muitas pessoas envolveram-se na Reforma: homens e mulheres, padres, monjas, príncipes e pessoas dentre o povo. A partir das memórias de Katharina Von Bora, ex-monja, nascida em 1499 na Alemanha, que contraiu matrimônio com Martim Lutero em 1525, resgatamos parte dos acontecimentos e da teologia centrais na história da Reforma.

SLIDE 5: Volte no tempo conosco e encante-se com a teologia e a coragem de pessoas que transformaram uma época e que nos convidam a viver uma igreja sempre em reforma!

Acender as luzes frontais da igreja.

Música

Ao cessar a música, Katharina entra na igreja cantarolando: “Lobe den Herren” (ou outra canção cristã em língua alemã). Carrega nos braços uma cestinha com ovos. Coloca-os sobre a mesa da cozinha, sempre cantarolando.

1 – COMENTÁRIO

KATHARINA: Pronto! Todos os ovos já foram recolhidos, os animais já estão na estrebaria, todos já foram dormir... Vou sentar-me por um instante! Hm... Que frio! Onde coloquei meu xale? Com a idade me tornei esquecida! (Katharina verifica a o redor!) Ah! Sim, guardei-o ontem a noite no velho baú. Deixe-me pegá-lo!

Katharina abre o baú, encontra o xale, e o veste.

KATHARINA: Agora sim, me sinto melhor.

Katharina volta sua atenção, novamente, para o baú!

KATHARINA: Mas quantas coisas há neste baú. “Mensches Kind!” Quem diria! O meu velho hábito de freira está aqui! Quanto tempo faz que usei este hábito! Lembro-me bem de alguns acontecimentos daquela época; de outros, nem tanto. Já faz tanto tempo! Quando eu tinha cinco anos de idade minha mãe já havia falecido, meu pai se casara de novo e eu fui levada até o convento beneditino em Brehna aqui mesmo, na Alemanha. Bem, isso era assim mesmo. Quando se tratava de uma família de nobres empobrecida, melhor deixar a filha morar e estudar num convento do que não ter meios de sustentá-la adequadamente. Aos nove anos meu pai me transferiu para o Convento Marienthron, na cidade de Nimbschen. Lá estava uma tia minha do lado materno, tia Muhme Lene, que morou conosco aqui em Wittenberg, mais tarde, muitos anos. Também funcionava no Convento Martienthron uma escola para meninas da nobreza que moravam e estudavam lá, mas não estavam destinadas a se tornar freiras. Aos 16 anos fui ordenada freira e foi quando recebi meu hábito. A partir deste dia passei a me vestir como as outras freiras: com o hábito branco, véu e cinto pretos. Lembro de tudo isso como se fosse hoje! Nós trabalhávamos muito no mosteiro, especialmente na horta e no estábulo. Lá aprendi a cuidar de doentes e a lidar com chás e ervas medicinais. Aprendi a ler e a escrever e tive iniciação em latim. Também cantávamos e orávamos muito. Tudo certo! Mas a regra do silêncio... Ah! Essa incomodava. Imagina! Não podíamos conversar no refeitório, no dormitório, na igreja e na sala do coral. Mas o que está mais vivo em minha memória, quando me recordo deste tempo, foram os acontecimentos da madrugada de Páscoa de 1523, quando eu tinha dezoito anos de idade...!

Música

2 – CENA I: Fuga do Convento

Sete freiras entram pelo corredor principal da igreja com ferramentas de trabalho na roça e balaios com verduras e frutas. Estão voltando do pomar e da horta.

Cantam a música dos “sete anões” dançando ritmadamente, no mesmo padrão:

Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou. Pararatimbum, pararatimbum, eu vou, eu vou! Eu vou eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou. Pararatimbum, pararatimbum, eu vou, eu vou!”

MARGARETHE: (Margarethe é a primeira freira da fila. Ela pára abruptamente, volta-se para as companheiras e, gesticulando muito, fala em alto e bom tom.) Pára tudo! Não é essa a música! E também não são somente sete freiras; são dooooze freiras. Volta todo mundo! De novo, de novo, de novo...

As freiras correm de volta para a entrada e se reorganizam, divertindo-se com sua própria “arte”! Margarethe novamente vem à frente da fila.

Desta vez, entram as doze freiras pelo corredor principal da igreja, extremamente bem comportadas, com ferramentas de trabalho na roça e balaios com verduras e frutas. Estão voltando do pomar e da horta. Movimentam-se devagar, ordenadamente. Cantarolam juntas, com entonação séria e formal (com auxílio de alguém ao violão ou de som instrumental):

Vamos nós trabalhar, somos servas de Deus, nosso Mestre servir no caminho dos céus; e no seu bom conselho o vigor renovar, diligentes fazendo o que Cristo ordenar. No labor, com fervor, a servir a Jesus, com firmeza e fé e com oração, até que volte o bom Senhor.” (HPD 184)

As freiras silenciam quando chegam ao refeitório (mesa de centro que compõe o cenário, utilizado ora como cozinha, aro como refeitório do Convento), onde as espera uma mesa comprida, com treze cadeiras. Elas colocam as verduras na fruteira, sobre a mesa, e arrumam as ferramentas num canto do ambiente. Lavam suas mãos e as enxugam junto a uma bacia com uma jarra e toalha. Colocam-se em pé, ao redor da mesa e aguardam. Uma grande panela se encontra ao centro e treze pratos com colheres já estão distribuídos ao longo da mesa. As doze freiras realizam todos os seus movimentos em silêncio absoluto e sem qualquer gracejo!

Música

A madre superiora entra pelo corredor principal da igreja e se coloca em pé, na cabeceira da mesa. As freiras a cumprimentam com a cabeça à medida que seus olhares se cruzam. Todas imitam a madre superiora na postura de oração (mãos juntas e olhos fechados).

MADRE: Nós te bendizemos, ó Deus, pelo alimento que temos á mesa aqui, no Mosteiro Marienthron, em Nimbschen. Amém.

Música (durante a refeição)

Todas as freiras se sentam. Uma das freiras se coloca em pé e, num espírito de cooperação, todas são servidas.

Todas se alimentam em silêncio. A madre novamente se coloca em pé, sendo seguida pelas demais. Em postura de oração agradece pelo alimento.

MADRE: Obrigada, Senhor! Aceita o nosso louvor. Amém.
Nove freiras se levantam e seguem a madre superiora, em silêncio, pelo corredor principal da igreja, porta afora.
Três delas ficam “lavando a louça”, numa bacia disponível sobre uma mesinha, ao lado da mesa principal. Enquanto isso, conversam:

MARGARETHE: Katharina, chegou algum retorno da carta que escrevemos ao Doutor Lutero?

KATHARINA: Sim, sim, Margarethe! Ontem a noite um monge agostiniano do Convento de Grimma, aqui perto, trouxe a resposta da carta que enviamos ao Doutor Lutero.

AVE: E então, Katharina, o que dizia a carta? Fala logo!

MARGARETHE: Sim, Katharina, fala logo!

KATHARINA: (Faz sinal com as mãos pedindo calma!) Calma! Já falo! Já falo! O Doutor Martim Lutero mostrou-se muito contente na carta por algumas razões. Segundo ele, entendemos corretamente que todas as pessoas são chamadas a servir a Deus através da profissão que exercem, no dia a dia. Sendo assim, não é necessário que as pessoas precisem viver em reclusão, nos conventos, isoladas de tudo, para agradar a Deus. (Margarethe e Ave escutam as palavras de Katharina quase “segurando o fôlego”, de tão contentes!)

MARGARETHE: (Margarethe abraça Katharina!) Isso é fantástico, Katharina!

AVE: (Abraça as duas companheiras. As três dão pulinhos de alegria!) Deus seja louvado!

MARGARETHE: E o que mais o Doutor Martim Lutero disse, Katharina?

KATHARINA: Bem, ele ainda disse que, de fato, com muito estudo da Bíblia, percebeu que Deus nos salva porque ele nos ama, por causa de sua misericórdia. Nada, mas nada mesmo do que façamos fará com que conquistemos o seu perdão. Ele nos perdoa por graça, mediante a fé. Isto está escrito na carta do apóstolo Paulo aos Romanos!

AVE: Incrível! Então Deus não é um Deus-juiz, que solta raios pelos olhos e tem prazer em nos conduzir ao inferno!

MARGARETHE: Bendito seja Deus!

KATHARINA: E tem mais!

AVE: O que, Katharina? O que mais?

MARGARETHE: Ele vai nos ajudar a sair daqui? É isso! Só pode ser isso!

KATHARINA: Sim!!! (Margarethe e Ave exultam de alegria!) Ele pediu ajuda de um amigo seu que, por sua vez, pediu ajuda de um sobrinho; aquele que sempre vende peixes ao nosso Convento.

AVE: Sério? Mas como vamos escapar daqui? Se formos pegas, é pena de morte na certa!

KATHARINA: O plano é o seguinte. Leonardo Koppe, o comerciante que vende peixes virá fazer uma entrega aqui no domingo de Páscoa. Então...

(As três freiras se abraçam e cochicham comentando o plano de fuga.)

MARGARETHE: Certo! Vamos contar às outras companheiras e orar muito para que dê tudo certo!

Música

Margarethe, Katharina e Ave saem pelo corredor da igreja.

Apagar as luzes frontais do interior da igreja.

Cena da Fuga: (Comerciante e as 12 freiras) O comerciante de peixes entra pelo corredor principal da igreja puxando uma carrocinha com um barril de peixes (de papel ou outro material). Vem assobiando, olhando ao redor, bem faceiro. Quando ele está descarregando
seus “peixes”, as freirinhas vão chegando pelos corredores da igreja, rindo baixinho, com expressão e postura de quem está fazendo algo escondido.

Assim que o comerciante descarrega os peixes, ainda assobiando, com expressão de malandro, ele faz sinal para que elas “entrem” na carroça.

Acender as luzes.

Musica (durante a fuga)

Uma das freiras entra no barril e as demais acompanham a carroça ao lado e atrás dela, com expressão bem faceira, dando pulinhos de alegria e risadinhas!

O grupo sai pelo corredor central da igreja.

3 – COMENTÁRIO

KATHARINA: Foi incrível tudo o que aconteceu! Quem diria que os escritos do Dr. Martim Lutero entrariam no Convento Marienthron e que a sua leitura causaria todo este tumulto. De fato, depois que lemos que não é necessário servir a Deus nos conventos, mas que ele chama cada uma e cada a servi-lo diariamente, através de sua atividade profissional ou estudantil, então não vimos mais sentido em permanecer em reclusão! O mesmo pensaram freiras e monges em outros conventos que também se afastaram da vida em reclusão nos conventos. No Domingo de Páscoa, o dia da nossa fuga, chegamos até a cidade de Torgau e permanecemos lá até a terça feira. Três de nós encontraram abrigo junto as suas famílias ali mesmo. Ainda que tenhamos sido bem acolhidas, inclusive com aplausos por parte da população da cidade, as pessoas não queriam que permanecêssemos em Torgau porque naquele principado, quem auxiliasse uma freira, corria risco de pena de morte. Então seguimos até Wittenberg. Chegamos na terça feira de tardezinha. Lembro-me como se fosse hoje da expressão de surpresa de algumas pessoas. “São freiras! Deixe-me ver: uma duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove freiras! O que será feito delas! Para onde irão?” – as pessoas teciam comentários enquanto cercavam a carroça que nos havia trazido a Wittenberg. Os dias seguintes foram repletos de novidades. Aos poucos cada uma de nós encontrou seu rumo: algumas foram acolhidas por familiares, para outras o próprio Martim Lutero, com a ajuda de amigos, encontrou um marido. Mais tarde algumas de nós também se tornaram professoras de escolas para meninas. Lembro-me com muito carinho que fiquei morando muitos meses na casa de Lucas e Bárbara Cranach. Aprendi muito sobre a administração de uma casa com a Bárbara Cranach. Foi então que conheci e me apaixonei por Hieronymus Baumgärtner. Ele era apenas um ano mais velho que eu. Infelizmente, ele foi a Nürnberg pedir o consentimento de seus pais para o casamento e estes não autorizaram. A ideia de um filho se casando com uma ex-freira não era aceitável. Hieronymus Baumgärtner nunca voltou de Nürnberg. Soube que se casou com outra pessoa. O próprio Dr. Martim Lutero, com seu senso de responsabilidade, escreveu a Hieronymus Baumgärtner perguntando, afinal, por sua decisão. O Dr. Martim Lutero, então, escolheu com marido para mim um pastor, mas este eu não quis. Mandei um recado, por um amigo do Dr. Martim Lutero, dizendo-lhe que com este tal pastor eu não me casaria de forma alguma, mas se Lutero quisesse casar-se comigo eu não me recusaria. Apesar do medo que o Dr. Martim Lutero sentia de casar-se, visto que supunha ser assassinado a qualquer momento, algo aconteceu...! Ele já havia se pronunciado a respeito do casamento dizendo ser este um espaço privilegiado para homem e mulher servir a Deus. Nós nos casamos na noite de 13 de junho de 1525: Martim tinha 42 anos e eu 26!

Música

4 – CENA II: Casamento de Katharina e Lutero

Música

O Pastor João (Johannes) Bugenhagen entra pelo corredor da igreja com um livro preto na mão e se coloca no lugar central do palco, voltado para a comunidade reunida. Pronuncia-se em tom formal e pomposo.

PASTOR JOÃO: Em conformidade com a ordem divina, Martim Lutero e Katharina von Bora querem assumir o sagrado estado do matrimônio e desejam uma oração cristã da comunidade por eles, para que o iniciem em nome de Deus e sejam bem sucedidos. Se alguém tiver alguma coisa a objetar, que o faça em tempo ou se cale depois. Deus lhes dê a bênção. Amém.

Música

Martim Lutero e Katharina entram pelo corredor da igreja de braços dados e, logo atrás deles, entram, também, as pessoas convidadas: Bárbara e Lucas Cranach com sua filha, o pastor da igreja da cidade, Justus Jonas, e o jurista Johann Apel. O grupo de convidados canta:

Até que enfim, até que enfim!”;

aplaude, assobia, bate palmas, faz festa e grita expressões de alegria, como: Viva os noivos! Até que enfim vão desencalhar! O sentimento de todos, também do casal, é de alegria!

O pastor cumprimenta Lutero, Katharina, os convidados e as convidadas. O grupo de convidados se acomoda em pé, ao redor do casal e do pastor, com o cuidado de não ficar de costas para a comunidade. Todos e todas se aquietam. O Pastor João inicia a cerimônia:

PASTOR JOÃO: Prezado colega Martim, prezada senhora Katharina, vocês convidaram para este momento o jurista João (Johann) Apel, o pastor Justus Jonas e o casal de amigos Lucas e Bárbara Cranach. (À medida que o pastor João menciona os nomes as pessoas se manifestam!)

Pois bem! No livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 27 está escrito: “Deus criou o ser humano para que houvesse um homenzinho e uma mulherzinha”. E isso lhe agradou tanto que ele próprio os chamou de boas criaturas. E Deus quer que essas boas criaturas sejam honradas e respeitas como obra divina, e não permite que o homem despreze ou ridicularize a mulher ou a moça, nem tampouco a mulher o homem, mas cada qual honre a pessoa e o corpo do outro como boa obra de Deus.

MARTIM LUTERO E KATHARINA: Ja! Já! (Katharina e Lutero concordam alegremente, manifestando seu consentimento com um “sim”, em língua alemã!)

Depois de haver criado homem e mulher, ele os abençoou e disse: “Crescei e multiplicai-vos”, conforme Gênesis capítulo 1, versículo 28. Esse versículo nos dá a certeza de que homem e mulher se devem unir, para se multiplicarem.

MARTIM LUTERO E KATHARINA: Ja! (Ambos concordam, alegremente!)

PASTOR JOÃO: Por isso pergunto a vocês:

Martim, queres receber a katharina por cônjuge matrimonial? Então diga: Sim!

MARTIM LUTERO: Ja! (Lutero se pronuncia alegremente!)

PASTOR JOÃO: Katharina, queres receber a Martim como cônjuge matrimonial? Então diga: sim!

KATHARINA: Ja! (Katharina também se pronuncia alegremente!)

PASTOR JOÃO: O que Deus une não o separe as pessoas! O grupo todo festeja o “casamento”, com expressões de alegria. LUCAS

CRANACH: Mas e a festa do casório, quando vai ser?

MARTIM LUTERO: Semana que vem acontecerá a festança com muitos amigos e parentes. Todo mundo está convidado! Será só alegria!

JURISTA: Então já vamos brindar agora!

TODO O GRUPO: Vamos lá! Música (Um barril de chopp) O grupo todo sai pelo corredor central da igreja cantando e dançando:

Um barril de chopp, lala..., dois barris de chopp..., três... quatro..., cinco, seis, sete, oito, nove, dez”. Viva os noivos!

5 – COMENTÁRIO

KATHARINA: Bem, na noite de nosso casamento, como era costume na época, os convidados nos levaram até o quarto de casal e nos deitaram no colchão. Então se despediram e, no dia seguinte, voltaram para o café da manhã. Uma semana depois aconteceu a festa de casamento. Também o pai e a mãe de meu marido se fizeram presentes. Foi uma bela festa no Schwarzes Kloster, um antigo mosteiro que Martim recebeu da Universidade como moradia. Nos anos seguintes a casa encheu-se de vida: Tivemos três meninas e três meninos. Também acolhemos conosco muitos sobrinhos e sobrinhas. Martim se ausentava de casa frequentemente e, muitas vezes, por longos períodos, em função das questões da Reforma. Não se esquecia, no entanto, de escrever às crianças e, sempre que possível, lhes trazia uma lembrança do lugar onde estivera. Nosso grande pesar foi a perda, ainda bebê, de nossa segunda filha, Elisabeth. Isto foi realmente difícil de superar! Mas Deus nos concedeu muitas alegrias com nossas filhas e filhos. Lembro-me, com saudade, dos natais em família, quando nossas filhas e filhos ainda eram crianças...!

Música

6 – CENA III: Natal em família: (Filhos e filhas de Katharina e Lutero: Joãozinho [Johannes Luther], Elisabete [Elisabeth Luther faleceu ainda bebê, com sete meses de idade, provavelmente de laringite aguda/krupe], Madalena [Magdalena Luther faleceu aos doze anos de idade, provavelmente de leucemia], Martin Junior [Martin Luther Junior], Paulo [Paul Luther] e Margarethe [Margarethe Luther]).

Música (natalina)

Crianças entram animadas pelo corredor central da igreja. Trazem em suas mãos enfeiteis de Natal. Podem também ter consigo algum brinquedo. Katharina segue as crianças. Por último vem Lutero trazendo um pinheirinho num vaso.

MADALENA: Vamos, pessoal! Vamos enfeitar o pinheirinho para festejar o nascimento do menino Jesus!

MARGARETE: Sim! Vamos logo!

KATHARINA: Calma crianças! Devagar! Joãozinho, você ajuda seu pai com a árvore! Madalena, Martin Junior, Paulo e Margarete, vocês colocam os enfeites deste lado. (Katharina auxilia as crianças. Lutero e Joãozinho acomodam a árvore numa das extremidades do cenário.)

MARTIM LUTERO: Pronto! Agora temos um lindo pinheirinho de Natal. (Lutero mostra-se satisfeito.)

KATHARINA: É realmente uma linda árvore! Crianças! Vamos enfeitar o pinheirinho lembrando a neve que cai sobre os ramos verdes dos pinheiros lá fora?! Quem ajuda?

CRIANÇAS: Eu ajudo! Eu também ajudo! Toda a família enfeita o pinheirinho. Katharina e Lutero coordenam a decoração! As falas acontecem espontaneamente!

MARTIM LUTERO: Muito bem! Vamos sentar aqui, perto do pinheirinho. (Toda a família se acomoda em cadeiras, num semi-círculo, cuidando para não ficar de costas, completamente, para a comunidade.) No primeiro Natal, Deus nos deu um presente de valor sem igual. Também quero lhes oferecer um presente. Escutem com atenção!

Martim Lutero reconta a história do Natal aos seus filhos e às suas filhas através de uma canção.

“1. Num berço de palhas dormia Jesus
O meigo menino que veio à luz.
Num rude presépio, de noite, em Belém,
Enquanto as estrelas brilhavam além.

2. Acorda o menino o gado a mugir
Mas ele não chora, se põe a sorrir!
Eu Te amo, querido menino gentil:
Vem, guarda também o meu berço infantil.

3. Criança, tu foste nascida em Belém:
Por isso às crianças atendes também.
Desejo ter sempre a meu lado, Senhor,
A tua presença tão cheia de amor.”

As crianças escutam a canção, muito atentas. Aplaudem (sem folia) ao final da canção!

MADALENA: (Madalena dá um beijo na face de Lutero.) Que linda esta canção, papai!

JOÃOZINHO: Muito obrigado pelo presente, papai!

As demais crianças agradecem em coro: Obrigado, papai!

MARTIM LUTERO: Está bem. É hora de nos prepararmos para irmos ao culto de Natal! E lembrem-se: “Cristo quer ser teu irmão, assim como Deus quer ser teu Pai.” (De: Martim Lutero, In: Pérolas para o cotidiano.) Agora, vamos ao culto! (Lutero chama as crianças colocando-se em pé!)

KATHARINA: (Katharina, sempre muito prática, apressa as crianças.) Venham crianças! Vamos lá! O tempo passa muito depressa!

A família vai saindo, alguns de mãos dadas, ao som da canção natalina.

Música (natalina)

7 – COMENTÁRIO

KATHARINA: A vida no antigo mosteiro na cidade de Wittenberg, que agora nos servia de moradia, sempre foi muito intensa. Assumi a administração da grande casa e das propriedades que fomos adquirindo, com o passar do tempo. Tínhamos horta, criação de animais de pequeno porte e plantações nas terras ao redor da nossa casa. Mais tarde adquirimos terras que pertenceram à minha família em Zülsdorf. Também precisamos contar com o auxílio de empregados e empregadas para dar conta de tudo o que era necessário para a manutenção da propriedade. Como era costume que professores universitários oferecessem moradia para estudantes, decidi reformar nossa casa e aproveitar o espaço de que dispúnhamos para um pensionato de estudantes. Muitos estudantes moraram conosco. Nossa cozinha sempre foi muito movimentada e ao redor da grande mesa aconteciam conversas teológicas da qual também eu participava. Que riqueza eram estas conversas fomentadas pelo conhecimento e pela perspicácia de Martim! O conhecimento sobre o uso de ervas medicinais que adquiri quando vivia no Convento Marienthron me foi de grande valia, em diversas ocasiões. Até mesmo pessoas da cidade vinham até a nossa casa solicitar auxílio na doença. Quando Martim viajava, costumava escrever-me cartas sobre diversos assuntos. Ora me mantinha a par dos acontecimentos políticos que envolviam a Reforma, ora me atualizava sobre as discussões teológicas, ora solicitava minha opinião a respeito de algum assunto ou me pedia para encaminhar a publicação de mais um de seus escritos.

8 – CENA IV: Cartas de Martim Lutero a Katharina

Música

Lutero entra pelo corredor principal da igreja, caminhando apressado, trazendo consigo alguns papéis, um tinteiro e uma caneta. Senta-se à mesa e acende o lampião (ou uma vela).

MARTIM LUTERO: Hm... Vamos lá. Preciso informar Katharina dos últimos acontecimentos. Só imagino sua aflição sem ter notícias nenhuma há tantos dias!

Lutero se põe a escrever. À medida que escreve vai lendo em voz alta:

“8 de setembro de 1530
Minha mais querida dona-de-casa Katharina Luther, de Wittenberg, em mãos.
Graça e paz em Cristo.
Minha querida Käthe! Este mensageiro passou com muita pressa por aqui, que eu não consegui escrever muito. Mas eu penso que em breve nós conseguiremos nos ver pessoalmente, pois este mensageiro nos trouxe cartas de Augsburg falando que os tratados sobre o nosso assunto chegaram ao fim e que só se espera ainda as conclusões e decisões do imperador. Pensa-se que tudo será adiado para um futuro concílio [...]. Que aconteça como Deus quer, mas que ao menos a Dieta [a disputa] tenha um fim; nós fizemos o que pudemos e os papistas não querem ceder nem um fio de cabelo. [...]
Admira-me muito alguém te dizer que eu estaria doente, pois tu mesma vês a pilha de livros que estou escrevendo. [...]
Saúda a tudo e a todos! Eu tenho um grande e bonito livro de açúcar para [nosso filho] Hans Luther [...]. Fiquem com Deus e orem! [...] Martinus Luther.”
(Lutero continua escrevendo e, ao que parece, lendo!)

KATHARINA: Poucos dias depois que recebi esta carta, Lutero me escreveu novamente. A situação estava bem complicada com os assuntos da Reforma pelos anos de 1530!

MARTIM LUTERO:

“24 de setembro de 1530
Em mãos da Sra. Katharina, doutora Luther de Wittenberg
Graça e paz em Cristo!
Minha querida Käthe! Ontem eu escrevi para ti e junto com esta carta enviei uma para o meu gracioso senhor, [Konrad Kordatus], na qual tu podes ler como o nosso pessoal está bem em Augsburg! Por isso eu penso que (se Deus assim o quer) nós queremos estar com vocês em casa daqui a 14 dias. Mas como eu percebo, o nosso caso não permanecerá sem condenação, mas isso não importa. Eles querem que os monges e freiras voltem para os conventos. Joh. Riedesel nos escreveu. Ele espera que irão sair de Augsburg com paz em todas as ruas. Que Deus conceda isso. Mais novidades tu ouvirás de Hornunger. Fiquem todos com Deus. [...] Martinus Luther”
(Lutero continua escrevendo.)

KATHARINA: Martim sempre se preocupou em trazer algo para presentear as crianças no retorno de suas viagens. Quando não conseguia encontrar algo que lhe agradasse, pedia que eu providenciasse algo por aqui para ofertar às crianças assim que chegasse. Através das cartas Martim continuava a manter-me informada dos acontecimentos da Reforma e a solicitar minha opinião. Martim também comentava em suas cartas sobre o seu estado de saúde, que nunca foi muito bom. Ele sofreu muito tempo com uma ferida na perna e, também, com pedras nos rins. Se eu não lhe respondia logo uma carta por conta dos muitos afazeres na administração do pensionato para estudantes, na administração de nossa casa e da nossa propriedade, ele também reclamava!

MARTIM LUTERO: Hm... Deixe-me ver:

“2 de julho de 1540
Minha querida Käthe, doutora luterana, em mãos.
Graça e paz!
Querida Käthe, mulher graciosa de Zülsdorf (e como a sua graça ainda mais pode ser chamada)!
Eu quero comunicar à senhora e à sua graça que eu estou muito bem aqui. O mestre Phillipp Melanchton esteve morto e, assim como Lázaro, ressuscitou da morte. Deus, o bondoso Pai, escutou as nossas orações.
Eu escrevi para o pastor P. Pommer de que forma o idoso de Schwarzburg pede por um pastor para Greussen. Eu peço que tu, como uma mulher inteligente e doutora, juntamente com mestre George
Maior e mestre Ambrosio, ajudem a decidir qual dos três pastores que eu indiquei ao Pommer deverá ser indicado. Nenhum deles é mau pastor. Mas sejam vocês inteligentes e façam o melhor.
Eu recebi as cartas das crianças [...]. Mas de sua graça não recebi nada. Quem sabe, se Deus quiser, eu receberei uma resposta vinda de sua mão, depois desta quarta que eu lhe escrevo [em seguida, sem uma resposta]. [...]
Fiquem bem e alegres e orem, amém.”

KATHARINA: Sempre achei muito simpático e amoroso a forma como Martim se dirigia a mim na introdução de suas cartas. Vejam só: em 7 de fevereiro de 1546 ele escreveu (Katharina lê!): “Minha querida dona-de-casa Katharina Luther, doutora, mercadora de porcos de Wittenberg, minha graciosa senhora, em mãos e pés.” Alguns dias depois, em 10 de fevereiro de 1546, ele escreveu novamente: “À santa, mulher preocupada, senhora Katharina Luther, doutora, mulher de Zülsdorf (esta é a cidade onde adquirimos terras que pertenciam à minha família), minha graciosa, querida dona-de-casa.” Em muitas cartas Martim encerrava com as seguintes palavras: “Martinus Luther, teu querido amorzinho.”

Música

Martim Lutero recolhe seus papéis, apaga o lampião (ou a vela) e sai pelo corredor central da igreja.

9 – COMENTÁRIO

KATHARINA: Martim Lutero dizia que “um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos.” Martim Lutero viveu como pessoa liberta em Cristo, por isso trocou seu nome de Ludher, com dh, que significa vagabundo, para Luther, Lutero, com th, que significa liberto. Por sentir-se livre ele serviu a Deus. Traduziu a Bíblia para a língua alemã e fez questão de que os cultos acontecessem na nossa língua para que as pessoas pudessem compreender o que estava sendo pregado e não se deixassem ludibriar por vozes que não eram coerentes com o Evangelho de Jesus Cristo. Martim também pressionou os príncipes para que criassem escolas em seus territórios e oportunizassem o aprendizado da escrita e da leitura a todo menino e a toda menina. Criticou a usura das pessoas nos seus negócios e toda desonestidade e injustiça na relação entre patrão e empregados. Escreveu muito e ajudou as pessoas a conhecer um Deus que ama e que liberta do poder da morte e do pecado mediante a fé, sem qualquer mérito pessoal. Martim veio a falecer na cidade em que nasceu, em Eisleben, em 1546, com 64 anos de idade, quando resolvia um conflito entre irmãos. Apesar de Martim haver indicado em seu testamento que nem eu nem nossos filhos e filhas precisávamos de tutores, dado que sempre assumi a administração de tudo o que nos pertencia, fomos forçados a aceitar tutores sobre nós. A solidão e o sofrimento pela perda de Martim foram muito grandes. Entendi que não apenas eu perdi o meu querido marido, mas o mundo perdeu um homem de grande valor. Nos primeiros tempos tive dificuldade para comer, beber e dormir. Em seguida vieram dificuldades resultantes de guerras políticas, da epidemia que dizimou a população de nossa cidade e, naturalmente, também sofremos sérias dificuldades financeiras. Por conta das guerras políticas, precisei fugir mais de uma vez de Wittenberg e procurar abrigo em outro lugar. Com tudo isso, minha saúde ficou demasiadamente debilitada!

Apagar as luzes frontais do interior da igreja.

Música (durante a cena a seguir)

Katharina acende uma vela, silencia, permanece em silêncio, em pé, diante da vela, por alguns instantes. Apaga a vela e sai pelo corredor principal da igreja.

DIRIGENTE 2

SLIDE 6: Katharina von Bora ou “ A Estrela da Manhã de Wittenberg”, como Martim Lutero carinhosamente a chamava, faleceu no dia 20 de dezembro de 1552, com 53 anos de idade. Foi sepultada na cidade de Torgau. Philipp Melanchthon, professor da Universidade de Wittenberg, pensador da Reforma e colaborador de Martim Lutero proferiu a alocução de sepultamento. Não somente Katharina von Bora, mas outras mulheres também atuaram decisivamente na Reforma Luterana. Entre estas mulheres estão Árgula Von Grumbach e Katharina Schütz Zell.

Árgula Von Grumbach se posicionou por escrito, a partir da Bíblia, a favor de um professor luterano e dispôs-se a discutir com os demais professores em seu favor. Este debate nunca aconteceu, mas seu escrito foi publicado sete vezes alcançando mais de 30 mil cópias. Árgula Von Grumbach também insistiu com Martim Lutero, por correspondência, que encontrasse uma companheira e se casasse para que coroasse o seu testemunho do Evangelho com o matrimônio.

Katharina Zell morava em Estrasburgo. Atuou ao lado de seu marido. Ela foi dedicada cuidadora de pessoas doentes. Abrigou 150 homens refugiados por causa da Reforma e escreveu cartas de consolo às suas esposas, filhos e filhas. Durante a Guerra dos camponeses organizou a cidade de tal modo que pudesse acolher mais de três mil refugiados. Katharina Zell publicou um livro de Salmos para oportunizar que também as mulheres pudessem cantar.

SLIDE 7: Estas e outras mulheres testemunharam o Evangelho de Jesus Cristo, no contexto da Reforma Luterana. Muitas delas tinham boa formação acadêmica, participavam de grupos de estudos e de debates.

Acender luzes.

DIRIGENTE 3

A Reforma Luterana transformou o mundo de então. Conhecer com mais profundidade a história da Reforma e as pessoas - homens e mulheres – envolvidas nesta história por estarem comprometidos com o Evangelho de Jesus Cristo, nos faz perceber a dimensão atual da Reforma. Ainda hoje a redescoberta central de Martim Lutero, do Deus que ama e aceita por graça e fé, soa como palavra de liberdade. Nada nos prende. Katharina entendeu isso quando saiu do convento e foi servir a Deus no dia a dia, nas muitas tarefas que assumiu e através das reflexões de que participou. De Deus nada se compra. Tudo se recebe! Por gratidão, podemos servi-lo com alegria! Assim como a Reforma aconteceu com a participação de muitas pessoas, também hoje se faz necessário o sacerdócio geral de todas as pessoas crentes no testemunho do Reino de Deus!

Música

Todas as artistas e todos os artistas vêm à frente, formam um abraço em semicírculo e se curvam, agradecendo a atenção.
 

 


Autor(a): Scheila dos Santos Dreher
Âmbito: IECLB
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Luteranos em Contexto
Área: História / Nível: 500 Anos Jubileu
Natureza do Texto: Apresentação
Perfil do Texto: Peça teatral
ID: 26039

AÇÃO CONJUNTA
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Quem é tão forte que não necessite também de consolo do menor dos seus irmãos?
Martim Lutero
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
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