O Dia da Reforma, celebrado na família luterana, remonta à prática da venda das indulgências. A Igreja Romana julgava ter ao seu dispor um tesouro acumulado de boas obras. Eram obras de caridade exedentes protagonizadas pelos pais, pelos santos e pelos mártires da Igreja.
No confessionário Lutero tomou conhecimento de que o perdão dos pecados e a salvação eterna estavam sendo objetos de negócio.
Reagiu e escreveu as 95 teses. No dia 31 de outubro de 1517, afixou as teses na porta principal, Igreja do Castelo, em Wittenberg - Alemanha. Queria promover ampla discussão entre estudantes e acadêmicos. A surpresa, no entanto, foi grande; em poucas semanas, as teses, escritas em latim, tinham sido traduzidas e espalhadas entre o povo alemão. O processo da Reforma deslanchou. No contexto da Igreja Católica Romana, Lutero tornou-se voz profética e crítica. Não tardou para que fosse excomungado, juntamente com os que aderiram à causa da Reforma.
Em cultos comunitários, pelo Sínodo afora, celebramos esta data marcante na história da Igreja de Jesus Cristo.
O Dia da Reforma em nada se assemelha a festa que celebra a vitória sobre maus adversários. Indica, porém, ao Deus do amor. A importância do Evangelho, a redescoberta da centralidade da Palavra de Deus são os verdadeiros motivos para festejarmos o Dia da Reforma. Lembramos em comunidade que o Deus da graça é, também, cem por cento, Deus de Amor. É Deus que, através do Evangelho, oferece vida equilibrada, de sentido e futuro, vida de esperança. Paz verdadeira inunda a vida da criatura humana. A vivência diária do batismo jamais nos fará duvidar deste presente do céu. O mundo moderno que se estrutura sem orientação segura, carece de Palavras orientadoras. A herança da Reforma desafia à construção de uma vida humana e fortalece a convivência em comunidade, tudo isto sobre o chão firme e sólido, sobre o solo do Evangelho.
Sendo Igreja de Jesus Cristo, somos devedores de uma Palavra transformadora; a sociedade brasileira anseia por mensagem bem refletida, convincente e anunciada com seriedade e profundidade.
Nosso desafio: ser Igreja servidora e missionária, cientes de que autocrítica faz parte da nossa identidade.
Nosso mandato: ser Igreja da esperança evangélica. Para tanto, as comunidade carecem de capacitação e de formação contínua. Sou grato em poder anunciar que a graça de Deus é como rocha firme (Salmo 46), nas profundezas do rio. Toda pessoa que se sente cuidada por Deus, a rocha da graça, tem seus pés e suas mãos, as emoções e a razão livres para servir melhor!
Pastor Sinodal Manfredo Siegle