“Este lugar é isolado, e já está tarde. Mande as multidões embora para que possam ir aos campos e povoados vizinhos e comprar algo para comer. Jesus, porém, disse: providenciem vocês mesmos alimento para eles.” (Marcos 6.36-37) (leia Marcos 6.34-44)
Jesus e os discípulos passam o dia ensinando o povo. Ao final do dia é natural que cansaço e fome sejam parte. É a necessidade humana que se coloca e faz perceber.
O que fazer diante do problema da fome?
A proposta dos discípulos é: deixe o povo ir e cada um/a procura algo para comer. É como se dissessem: “isso é mais fácil, não preciso eu me preocupar com a fome deles.”
Mas Jesus pensa diferente. A frase “deem vocês mesmos de comer” pode ser assim pao-peixetraduzida: “estamos o dia inteiro falando dos valores do Reino de Deus como perdão, comunhão, solidariedade, gratidão, … Na hora do problema vamos abrir mão destas referências para resolvê-lo e pedir que cada um se vire? Não dá. Precisamos resolver isso com os valaores do Reino de Deus.”
Está é a primeira orientação de Jesus. Resolva os problemas que tens com a premissa e os valores do Reino de Deus.
A segunda orientação é perguntar por aquilo que o povo já tem. A resposta entoa: cinco pães e dois peixes (v. 38). Muito ou pouco? Não sei. Pela multidão descrita parece pouco. Mas é o que tem. Duas consequências precisamos tirar deste ensinamento de Jesus: a) não espere a solução do problema de fora. O alimento necessário para saciar a fome do povo já está no meio do povo. Deus já o deu. Está aí, com o povo. Procure pelas pessoas dispostas à partilhá-lo; b) agradeça pelo alimento que já tens. A oração de Jesus é de gratidão pelo que existe e foi partilhado, não de lamento pelo que não existe e não tem. Quando a oração é de gratidão e a partilha acontece não falta nada para ninguém.
Aprendemos que os valores do reino de Deus não são retórica, mas vivência. Orientam a vida, moldam-na. Sobre comunhão, partilha, perdão, gratidão, … pouco se deve falar, mas muito praticar. Nestes valores está o sinal do reino de Deus.
Dízimo - partilhaA terceira orientação que quero especialmente destacar é a gratidão. Muito ou pouco, agradeça o que tens. É errado pedir por algo mais? Creio que não, com o limite para não alimentar ganância. Mas foque na gratidão. Na comunidade precisamos de mais recursos para a missão, é verdade. Mas isso não pode inibir ou fazer esquecer a gratidão pelo recurso que já temos, fruto da oferta de 143 famílias. Por ele agradecemos imensamente.
Como ministro quero animar a comunidade para tirar consequências desse ensinamento. Oro e me esforço para que a fé seja o caminho escolhido para a superação de limitações também econômicas que se fazem sentir; que a comunhão, a partilha e a gratidão ganhem força e forma entre nós. Deus nos conceda desta graça, pois nele vemos o Reino de Deus. Amém.