O Presbitério acolheu minha sugestão de ter, anualmente, o mês de agosto como o mês em que queremos estudar mais a fundo o trinômio Fé - Compromisso - Gratidão.
Ao pensar sobre a meditação que escreveria para o Informativo VozLuterana, lembrei-me que está acontecendo, a nível nacional, a Campanha VAI e VEM da nossa IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) e que tem como tema Comunidade Jovem - Igreja Viva. Uma dasfrases chave no primeiro ano (e já estamos no 5º ano!) da campanha foi: Eu digo SIM!.
Através desta meditação, também gostaria de convidá-lo(a) a dizer com clareza e com a boca cheia Eu digo SIM! Mas não basta, obviamente, falar. É necessário participar ativamente. E como se participa ativamente desta campanha? Simplesmente tendo uma participação ativa na vida da Comunidade (participando dos Cultos, dos diversos grupos, contribuindo financeiramente) e dando um testemunho alegre de sua fé em Jesus Cristo para as pessoas com quem você convive diariamente.
Lembrei-me, então, de um folheto evangelístico publicado pela nossa Igreja através da Comunhão Martim Lutero - Literatura Evangelística. Esta meditação é, sem dúvida, muito atual para nossa Comunidade. Como pastor, creio que em nossa Comunidade existam alguns Boanerges e alguns Pedros. Mas gostaria que você, ao ler a meditação, respondesse, com coração sincero, qual destes dois homens você encarna e, é óbvio, caso seja o Boanerges, quero convidá-lo(a) a refletir mais profundamente sobre nossa Fé, acerca do nosso Compromisso e também sobre nossa Gratidão a Deus. Desejando conversar pessoalmente sobre este tema comigo, estarei a seu inteiro dispor.
E... é óbvio que vocês, Pedro e Boanerges, são nossos convidados especiais para os Cultos do mês de Agosto. Convidei uma pastora e quatro pastores para nos auxiliarem na meditação deste tema tão importante e tão polêmico dentro da Igreja Cristã. Então... vamos ler a
meditação escrita pelo colega pastor Alfredo Jorge Hagsma.
“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria”. (2 Coríntios 9.7)
Um exemplo do dia-a-dia
O Sr. Boanerges era visto como um patrão durão e de pouca conversa. Mesmo assim, mantinha uma amizade muito bonita com seu funcionário Pedro. Eles conversavam quase todos os dias. Num final de tarde, Boanerges falava sobre a importância de administrar bem uma empresa. O sucesso da empresa, dizia ele, depende de poupar ao máximo, evitando gastos desnecessários. Um bom administrador sabe identificar quais despesas podem ser eliminadas sem prejudicar o funcionamento da empresa. Esse era o segredo para ter uma empresa saudável.
Para Pedro, dirigir uma empresa era como cuidar das finanças da família. Também ali os gastos devem ser bem avaliados. Espontaneamente, Pedro relatou ao patrão como gastava o seu salário. Uma parte é minha contribuição para a Igreja; depois, pago luz, água, o mercado do mês, roupa e material escolar para as crianças. Quando não há uma emergência, até consigo poupar alguns trocados.
Boanerges estranhou que Pedro contribuía financeiramente com a Igreja, e questionou: Olha, meu amigo, essa contribuição para a Igreja é uma despesa desnecessária. Pedro ficou assustado ao ouvir isso, pois os dois eram membros da mesma Igreja. E o sr. Boanerges continuou: Há muito tempo não contribuo para a Igreja. Se um dia eu precisar do 'serviço da igreja' - batizado, casamento, sepultamento - então pagarei.
Pedro ficou chocado com essa resposta. Para ele, a contribuição para a Igreja vinha em primeiro lugar, pois entendia que tudo o que tinha era presente de Deus - a vida, a família, a casa, o trabalho, o salário. Por isso, gostava de uma canção que o coral da Comunidade cantara no culto da Festa da Colheita: Tudo vem de Ti, Senhor, e do que é teu Te damos. Amém! Ele contribuía para a Igreja com alegria, não por obrigação ou para receber algo em troca. Ele entendia que, através da contribuição, devolvia uma parte de tudo que Deus lhe concedera, e isso revertia para o bem de outras pessoas. Pedro contribuía com gratidão para que todos os trabalhos da Comunidade pudessem acontecer e, através deles, a missão de Deus neste mundo. E ele alegrava-se em participar de uma Comunidade, ter comunhão com irmãos e irmãs, ver seus filhos crescendo e envolvidos na Igreja. Boanerges, ao contrário, via a Igreja como uma prestadora de serviços para a qual se paga quando se necessita.