Sínodo Mato Grosso



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Relatório Sinodal 2013

30/05/2013

Relatório (reflexivo) para XVI Assembleia Sinodal – 30.05-01.06.2013

1. Introdução

“Não fiquem com medo, pois estou com vocês;
não se apavorem, pois eu sou o seu Deus.
Eu lhes dou forças e ajudo;
eu os protejo com a minha forte mão”
(Is 41.10).
 O Tema do Ano da IECLB – Ser, Participar, Testemunhar – Eu vivo comunidade – vem acompanhado do Lema “Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão” (Is 41.10). Estas são as palavras que Deus diz para o povo de Israel que está no exílio, longe de casa, na Babilônia. Apesar da fraqueza e desobediência do seu povo, Deus reafirma a sua aliança e o seu cuidado. Mais tarde, Jesus retoma esta declaração de amor pelas pessoas ao olhar para Jerusalém: “Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas, mas vocês não quiseram!” (Mt 23.27).
 O cartaz do Tema do Ano mostra que o lugar por excelência para experimentar o cuidado de Deus é a comunidade. Ali, sob a cruz de Cristo, somos aceitos, vivemos comunhão e, ao mesmo tempo, somos desafiados a sair na chuva e dar testemunho do que Deus fez e quer fazer na vida das pessoas. De forma representativa, a Assembleia Sinodal reúne a grande comunidade do Sínodo MT. Alguns viajaram muitas horas para estar aqui. A Assembleia Sinodal é espaço de participação e de comunhão, espaço para cuidar e ser cuidado, espaço para compartilhar e planejar. Que Deus nos ajude para que nos sintamos cuidados e conduzidos por ele. Que ele nos desafie para o testemunho que espera de nós.
 Como de outras vezes, faço o meu relatório incluindo informações, reflexões e desafios. Deste modo posso compartilhar (prestar contas) sobre as atividades que me envolveram como pastor sinodal neste último ano e, ao mesmo tempo, apontar os desafios que, no meu entender, estão diante de nós.
1. Olhar para a realidade
Entender o contexto social, cultural, político e religioso que nos envolve é um desafio permanente. Se não atentamos como a sociedade funciona, a nossa pregação e o nosso testemunho ficam descolados da realidade das pessoas. Aqui vale lembrar o quanto Jesus percebia e sentia a situação de cada pessoa: os doentes, as crianças, os discípulos, os discriminados...
É visível que no decorrer dos anos a humanidade juntou mais riquezas. Artigos que foram luxo no passado recente, hoje são vistos com naturalidade ou como necessidade: TV, ar condicionado, telefone celular, veículos, etc. Por aí se percebe que o ser humano busca por aquilo que deixa a sua vida mais cômoda. É claro que a abundância de alguns ainda contrasta com as necessidades de outros. O acesso à educação, à saúde, à transporte e ao trabalho digno ainda não é para todos. A recente regulamentação do trabalho das empregadas domésticas é um sinal de lacunas que ainda temos. Enquanto sociedade, ainda temos outros desafios. Um deles, sem dúvida, é a aplicação responsável e honesta dos recursos públicos. Por exemplo, andar pela BR 163 no estado do Pará é motivo de frustração e indignação. O asfalto, esperado por muitos há mais de 30 anos, não resistiu sequer a dois anos de uso, com tráfego pequeno de veículos.
Outro fato evidente na sociedade atual é o crescente individualismo. O ser humano está cada vez mais focado nas suas próprias vontades e desejos. Este fato tem reflexos diretos para o ser igreja. Mais pessoas vivem sem religião ou vivem a religiosidade do seu jeito. Um dos sintomas mais claros é a dificuldade em comprometer-se com o outro. Esta mentalidade é terreno fértil para propostas religiosas que prometem o que as pessoas desejam, sem comprometê-las com uma comunidade. O Tema do Ano da IECLB traz justamente a reflexão de que a fé cristã se expressa de forma comunitária. Também as comunidades, por sua vez, não vivem por si só, mas têm vínculos com paróquia, sínodo e IECLB, como um todo. Este assunto está próximo de nós. Algumas de nossas paróquias, por ex, têm dificuldade de conseguir alguém para participar da Assembleia Sinodal.
De alguma forma, os tempos chamados pós-modernos levantam a pergunta pelo sentido de vida das pessoas. Percebe-se que, no geral, o acesso aos bens de consumo não deixa as pessoas mais satisfeitas e realizadas. Da mesma forma, quando voltadas apenas para si mesmas, as pessoas não encontram o que tanto buscam. O Tema do Dia da Igreja em Hamburgo na Alemanha, do qual participamos, refletiu sobre a frase “Soviel du brauchst” (O tanto que você precisa). Talvez seja um bom indicativo: perceber o que e quanto precisamos, com a coragem de fazer esta pergunta na perspectiva do que Deus quer para nós. Ou seja, quando e enquanto o ser humano não se coloca sob as asas de Deus (galinha com os seus pintinhos), ele continua tropeçando nas próprias pernas.
2. Planejamento Sinodal
“Se compreendemos que a Missão de Deus é a nossa paixão
e que somos responsáveis pela propagação do Evangelho,
precisamos transformar esse nosso entusiasmo em atitudes
que envolvem o Sínodo como um todo” (Ema).
A citação acima consta da introdução do Caderno de Planejamento Missionário 2011-2014 do Sínodo MT. Estas palavras nos lembram que a paixão e o entusiasmo missionário são potencializados quando transformados em ações planejadas em conjunto e assumidas por todos. O planejamento feito em 2011 de forma simples, participativa e com dados vindos das paróquias/comunidades tem sido o referencial para a definição de prioridades de agenda. As ênfases para o período são Formação e Comunicação. Várias vezes, em reuniões da Diretoria, do Conselho Sinodal e nas Conferências Ministeriais o “caderninho” foi retomado. Isto é necessário para que o planejamento não fique apenas no papel.
2.1 - Formação
Na área da formação objetivo é priorizar a formação continuada das pessoas fortalecendo-as e encorajando-as a servir com os seus dons. Se analisarmos as ações previstas podemos dizer com alegria que em boa medida as ações foram ou estão sendo alcançadas.
No meu modo de ver, a primeira ação prevista, pelos seus desdobramentos, era a mais importante. Tratava-se da realização de um encontro formativo para qualificação de assessorias para a aplicação do Plano de Ação Missionária da IECLB - PAMI nas comunidades. O encontro - avaliado pelos participantes como muito bom - foi realizado em abril/maio do ano passado na Chapada dos Guimarães. No decorrer do ano passado, cheguei a pensar que ele não produziria frutos, pois havia algum temor por parte de quem fez a formação de se sentir em condições de fazer uma assessoria em outra comunidade. Também as comunidades, ministros/as e lideranças pareciam hesitar.
No entanto, a partir do início deste ano, as boas notícias se multiplicam. Cresce o número de paróquias que já fez ou está preparando o seu planejamento estratégico. Já se percebem ações concretas frutos destes planejamentos. É nesta etapa que os propósitos do PAMI chegam ali onde a missão de fato acontece, isto é, nas comunidades. À medida que aprendemos a usar a ferramenta do planejamento, dificilmente vamos querer voltar ao estágio anterior. Aliás, as futuras avaliações de Campos de Atividade e ministros/as terão por base o planejamento. Aqui vale lembrar: o planejamento é ferramenta, o conteúdo é o Evangelho.
O espaço deste relatório não permite analisar cada ação prevista no planejamento. Mas, sublinho o empenho de setores, paróquias e comunidades na realização de encontros para formação em âmbito local. Há paróquias e comunidades onde ministros/as e lideranças estão empenhados em estudar o Guia para o Presbitério, agora com auxílio da versão didática. Participei de algumas reuniões de Conselhos Paroquiais onde houve, além dos assuntos de agenda, espaço para formação. Em uma delas algumas lideranças precisaram pedir dispensa do trabalho, viajaram um dia inteiro para ser reunir em uma pequena comunidade, onde, por dois dias, houve tempo para deliberações, formação, celebração, comunhão e confraternização. Encontros desse tipo são sinais claros de comprometimento com o Evangelho.
Algumas ações na área da formação ainda não foram concretizadas ou não foram concretizadas integralmente. O que mais lamento é não concretização de um Curso de Especialização para ministros/as e membros na modalidade à distância (semipresencial). Em contato com os nossos centros de formação vimos que o caminho é mais complicado do que parecia, principalmente porque tais cursos dependem de aprovação do MEC. Mas, neste momento, estamos fazendo contatos para substituir a proposta de uma especialização por um curso voltado para o exercício da liderança e da resolução de conflitos. Vemos boas possibilidades de torná-lo viável.
2.2 – Comunicação
Quando escolhemos a comunicação como a segunda prioridade do nosso planejamento definimos como objetivo: Aprimorar a comunicação interna e externa do Sínodo MT. Também neste ponto podemos dizer com alegria que passos importantes foram dados. Algumas ações precisaram ser retrabalhadas, o que é normal quando se faz um planejamento. O Seminário de Comunicação previsto foi substituído por um encontro menor de ministros/as e pessoas de comunidades com afinidade com a área da comunicação.
A partir deste encontro realizado em 2012 nos propusemos a fazer melhor uso da página do Sínodo MT no site da IECLB luteranos.com.br. Conseguimos dar passos importantes, inserindo notícias locais, setoriais e sinodais. Além disso, o nosso Caderno de Cultos deixou de ser impresso para estar disponível no site. Com isso, deixamos de ter sobra de Cadernos (desperdício!) e tornamos o conteúdo acessível a toda pessoa que possa se conectar à internet. O temor inicial, de que algumas pessoas deixariam de ter acesso aos cultos, não se confirmou, pois os ministros/as imprimem os cultos específicos para os líderes de culto, sempre que necessário. Além disso, a cada dia um número maior de pessoas tem acesso à internet.
Um segundo desafio é animar e desafiar as paróquias a ocupar o seu espaço no site. Algumas paróquias já fazem isso. O assunto foi tratado nas Conferências Ministeriais dos três setores. Também não é por acaso que o assunto Comunicação é o tema desta Assembleia. Além da abordagem do tema, queremos compartilhar questões práticas com os ministros/as e lideranças, motivando ações em âmbito local. Neste sentido, registro a gratidão às pessoas que, pela Equipe de Comunicação, abraçaram esta causa, com muita dedicação, amor e carinho. Entretanto, a Equipe ainda precisa aumentar, com mais pessoas que tenham afinidade com a área da comunicação.
A partir do trabalho dessa Equipe vocês estarão recebendo nesta Assembleia e poderão levar para as suas comunidades exemplares do Informativo Sinodal. Com ele se concretiza o sonho de voltarmos a ter um Informativo no Sínodo MT. Por enquanto, a previsão é de termos duas edições ao ano. Trata-se de um importante elo entre as comunidades do sínodo, tão distantes umas das outras. Certamente o Informativo fortalecerá os nossos vínculos e a nossa unidade. É igualmente motivo de alegria quando podemos ver que informativos locais, com qualidade de apresentação e conteúdo, estão sendo elaborados nas paróquias. Aliás, as ações de comunicação incluem algumas de âmbito bem local: apresentação dos templos, placas com o horário dos cultos, etc.
Um último ponto a mencionar nas ações de Comunicação é a presença de PPHMistas entre nós. Na formulação do planejamento entendemos que a visibilidade do Sínodo também tem a ver com a forma como somos vistos no conjunto da IECLB. Constatamos que há visões distorcidas sobre a realidade do Sínodo MT. Por isso, houve o empenho para que tivéssemos mais PPHMistas entre nós. Alegramo-nos que, neste momento, temos três deles conosco. Há boas possibilidades de que mais dois ou três venham agora no 2º semestre. Talvez alguns voltem para cá no futuro. Aqueles que estarão em outros sínodos poderão falar de que viram e ouviram em nosso meio.
2.3 – Outros enfoques
É muito importante perceber que ao definir duas áreas prioritárias no planejamento sinodal não está sendo dito que outros aspectos do próprio PAMI estão esquecidos e não façam parte do cotidiano do sínodo e dos Campos de Atividade. Assim, por ex, a Diaconia, a Liturgia e a Evangelização. O que fizemos foi colocar um foco. Talvez em uma próxima etapa de planejamento tenha outros acentos.
3. Ministros/as e Campos de Atividade
“Até os jovens se cansam e os moços tropeçam e caem;
mas os que confiam no Senhor recebem sempre novas forças”
(Is 40.30-31).
O dia 25 de fevereiro deste foi uma data marcante para o Sínodo MT. Nesse dia desembarcou em Canarana a Pa. Gizele Zimmermann. Com a vinda dela todos os Campos da Atividade do sínodo foram preenchidos. E este é o quadro no momento. Ninguém lembra quando isto aconteceu pela última vez. Neste sentido, temos motivo de alegria e gratidão a Deus, especialmente quando lembramos que recentemente Campos de Atividade ficaram vagos por quase um ano e meio, caso do Projeto Sul do Pará. Mais importante do que simplesmente preencher vagas é perceber que a ministra enviada e os outros que vieram por candidatura desde a última Assembleia chegaram às paróquias com ânimo, alegria e disposição para servir.
Os/a ministros/a que vêm por candidatura já possuem experiência ministerial anterior. Talvez tenhamos aí uma novidade, no sentido que aumenta o interesse de ministros/as em atuar mais ao norte do Brasil. Se isso for uma tendência e não uma casualidade, cabe saudar os novos tempos. No meu modo de ver, assim como num time de futebol, também no “time” de ministros/as do sínodo a mescla entre a juventude e alguma experiência faz muito bem. Neste sentido, vejo que o time está muito bem constituído. Além disso, tenho visto belos exemplos de que o time sabe tocar a bola, isto é, sabe compartilhar, pensar de forma conjunta e fazer das diferenças um aliado.
Sabemos que preenchimento do quadro de ministros/as é algo deste momento. Os/as ministros/as são ministros da IECLB e as transferências são normais. O importante é que a permanência na paróquia não seja curta demais, especialmente quando o trabalho vai bem, quando há alegria e sintonia entre ministro/a e lideranças, quando a família ministerial se sente bem. Onde, por alguma razão, a troca de ministro/a é constante, as comunidades ficam mais fragilizadas e qualquer planejamento fica comprometido. Eis aí um motivo de reflexão para todos nós: p. sinodal, lideranças e ministros/as.
Pessoalmente, continuo com o propósito de estar presente nas paróquias e de visitar os ministros/as com a maior regularidade possível. Essas presenças acontecem em reuniões de Conselho Paroquial, avaliações, instalações, programas específicos e visitas agendadas. Esporadicamente a presença do p. sinodal também acontece em função de algum problema. Graças a Deus, poucas vezes esse é o caso. No geral, estar nas comunidades e na casa dos/as colegas ministros/as tem sido muito gratificante. É tempo de diálogo, de comunhão e de partilha. O nosso povo é hospitaleiro e carinhoso. Lamento que, às vezes, a pressão de outros compromissos de agenda, impede que este tempo seja ainda maior.
4. Parceria com Syke-Hoya
“Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas”.
(O Pequeno Príncipe)
Há 22 anos o então Distrito MT iniciou uma parceria com o Kirchenkreiss (distrito) de Hoya na Baixa Saxônia, no norte da Alemanha. De lá para cá, com a reestruturação da IECLB em 1997, o Distrito MT virou Sínodo, e o Kirchenkreiss de Hoya passou a ser Syke-Hoya, uma espécie de junção de dois distritos. Mesmo com estas mudanças, a parceria resistiu ao tempo e se fortaleceu. A cada dois anos a parceria recebe um novo impulso com a vinda de uma delegação da Alemanha ou com a ida de uma delegação do Sínodo para Syke-Hoya.
Pois bem, a delegação do Sínodo MT acaba de voltar da Alemanha, depois de uma viagem de quase quatro semanas. Ainda nesta assembleia teremos um tempo para compartilhar algo a mais sobre a viagem. Destaco a importância desta parceria. Percebemos na Alemanha o quanto são fortes os laços que foram construídos no decorrer dos anos. Mesmo quando um contato pessoal foi perdido, a lembrança está muito viva. Fomos perguntados a respeito de muitas pessoas que fizeram parte de delegações anteriores. Ao mesmo tempo, ouvimos de como as pessoas que vieram para o Sínodo MT em delegações de Syke-Hoya foram impactadas com aquilo que viram e experimentaram aqui.
O enfoque da parceria é de relacionamento, de convívio e de aprendizado mútuo. Não se trata de repasse de qualquer tipo de recurso financeiro. Nos dias em que estivemos em Syke-Hoya fomos acolhidos de forma extraordinária. As atividades previstas foram intensas e riquíssimas, incluindo a participação no Dia da Igreja em Hamburgo e a visita às cidades de Lutero. Em especial chamou a nossa atenção o grande cuidado pela vida das pessoas: crianças, idosos, deficientes, estrangeiros, doentes, endividados... Uma postura diaconal com a qual podemos aprender. Outro tema muito em pauta na Alemanha é a meta da substituição da energia nuclear, por energias renováveis: solar, biogás e eólica.
Enfim, a parceria com Syke-Hoya nos coloca em contato com outra cultura e com outro jeito de ser igreja. Ao mesmo tempo, nos coloca em contato com irmãos e irmãs na fé. É isso que nos une. Continuar acolhendo e sendo acolhido é bom exercício de hospitalidade. Superar a dificuldade linguística é um saudável desafio. A continuidade da parceria nos enriquece como cristãos que querem testemunhar da sua fé ali onde Deus nos coloca. Por isso, temos todas as razões para valorizar a parceria e de preparar e acolher a delegação de Syke-Hoya que deverá nos visitar em 2015.
5. Desafios
“Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido comigo
e eu com ele, esse dá muito fruto porque sem mim vocês não
podem fazer nada” (Jo 15.5).
Tratar de desafios significa reconhecer que no Reino de Deus estamos sempre a caminho. Trata-se da tarefa continuada de nos perguntarmos pela melhor maneira de dar bom testemunho da nossa fé, de produzirmos bons frutos. Alguns desafios para sínodo, paróquias e comunidades já estão presentes ao longo deste relatório. No entanto, gostaria de mencionar dois desafios específicos.
5.1 - Organização e administração
Todos sabemos que em nosso país as questões legais são complexas. Os contadores relatam da ginástica para se manter atualizados diante das constantes mudanças na legislação. Alguns de nós já viram o quanto é complicado atender as exigências de alguns cartórios para registrar um estatuto ou uma ata. Às vezes, dá vontade de deixar tudo como está. Dá vontade... mas... não dá para deixar como está - A César o que é de César!
O versículo bíblico citado acima fala da videira/parreira. Todas as estruturas físicas do sínodo, das paróquias e das comunidades e toda a parte financeira, legal e administrativa não são a parreira. A parreira é o Evangelho, é a Boa Nova, é o próprio Jesus Cristo que chegou a nós e de quem damos testemunho. A parreira para produzir bem precisa de um jirau. Às vezes, a ausência ou a fragilidade do nosso jirau tem comprometido a produção de uvas. Se no sínodo ou nas paróquias a parte administrativa está desorganizada, mais dia ou menos dia, vamos ter dor de cabeça. Orçamentos previstos e executados, declarações de imposto de renda e similares, legalização de imóveis e contabilidade são questões que, entre outras, pedem por atenção e cuidado. Um desafio para diretorias de sínodo e paróquias, presbitérios de comunidades e, por coresponsabilidade, também desafio para ministros/as.
5.2 – Setores de Trabalho
Temos alguns setores de trabalho que estão muito bem organizados no Sínodo. Um deles é a OASE. A OASE está organizada em quase todas as paróquias, setores e também em âmbito sinodal. Realiza encontros, seminários e a sua Assembleia Sinodal. É um trabalho que conta com orientação e apoio de ministros/as, mas é coordenado pelas próprias mulheres. No final de agosto acontecerá o 2º Encontro Sinodal da OASE em Cuiabá. O mesmo é aguardado com muita expectativa. Também os jovens realizam os seus encontros setoriais. Duas jovens participaram da reunião do CONAJE em Curitiba no início do ano. Voltaram muito animadas. Além dos encontros de carnaval, o desafio será a participação no CONGRENAJE em 2014 que acontecerá em Rondônia. Para tanto, o apoio e o incentivo de todos nós será muito importante.
O desafio está em fortalecermos também outros trabalhos nas paróquias, setores e sínodo, considerando aquilo que as distâncias nos permitem. Um exemplo disso é o trabalho com casais e famílias. O âmbito familiar clama por especial atenção em nosso tempo. Na área diaconal, temos uma bela iniciativa no Setor Norte. O Seminário previsto para o próximo final de semana em Sinop é aberto para todas as comunidades do Sínodo e visa impulsionar a ação diaconal, um dos eixos do PAMI. Na área da Liturgia (preparação de líderes de culto), outro eixo do PAMI, a iniciativa é do Setor Leste, com um encontro marcado para novembro em Vila Rica. São iniciativas muito bem-vindas.
6. Agradecimentos e considerações finais
Agradeço a Deus por estar em um sínodo onde um número tão expressivo de lideranças e ministros/as está comprometido e não mede esforços para SER, para PARTICIPAR e para TESTEMUNHAR. É o que tenho visto nas comunidades e paróquias. É o que percebo muito de perto na diretoria do Sínodo. Agradeço a Deus por este trabalho em equipe, que inclui também o Vice-Pastor Sinodal Interino, Elisandro Rheinheimer, e a Creusa, secretária executiva do Sínodo. O amor e a disposição que tenho visto são motivo de alegria e ânimo.
Agradeço a Deus pela família que me presenteou. A Marise tem sido companheira especial, quando estamos próximos e quando – como muitas vezes é o caso – estamos distantes. No ano em que completamos 25 anos de casados, só posso dizer: obrigado, Marise, pelo seu amor, compreensão, determinação e testemunho. Aqui ainda cabe um tributo ao inventor do skype. O skype permite que, de graça, a gente possa manter contato com os filhos, mesmo à distância. Assim, o Jonatan e o Cassiano ficam mais próximos.
Desde a reunião do Conselho Sinodal de dezembro último o meu pai, Erich, que residia em São João – PR, adoeceu. Foram quatro meses de internações, cirurgias e necessidade de intenso cuidado. Tempo de luta pela vida, de orações e esperança. Mas também tempo de ouvir dos médicos que não havia mais o que ser feito. Ele veio a falecer no dia 26 de março, na semana da Páscoa, semana que lembra de sofrimento, mas que aponta para a vitória da vida sobre a morte. Alguns de nós, ministros/as, temos experimentado a dor de estar longe quando os nossos pais e mães adoecem. É parte do preço do discipulado. Ao mesmo tempo, temos experimentado o alento e a compreensão que vêm de lideranças, presbíteros/as e comunidades que, nesta hora, tornam-se os nossos pastores/as. Obrigado por serem estes instrumentos nas mãos de Deus em nossas angústias e fragilidades.
Relatórios sempre são incompletos. Graças a Deus. Também eles nos confrontam com as nossas limitações. Mas, justamente em nossas limitações, Deus encontra espaço para fazer de nós instrumentos em suas mãos: “Porque quando perco toda a força, então tenho a força de Cristo em mim” (2 Co 12.10).

Nilo O. Christmann - P. Sinodal
 


Autor(a): Sínodo Mato Grosso
Âmbito: IECLB / Sinodo: Mato Grosso
ID: 59035

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Martim Lutero
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