Nossa vida é feita de etapas, sendo que algumas vezes o início de uma nova etapa coincide com uma mudança de local, embora nem sempre.

Na vida de Pastor existem os dois tipos de mudança, mas prevalece a primeira: O Pastor muda e a comunidade fica. Na minha história já mudei de comunidade e até de igreja e país, sempre motivado ou reforçado por razões familiares.

Assim viemos em 2012 da Alemanha para mergulhar novamente em São Paulo desdobrando a atividade pastoral na comunidade, no Centro Social Sal da Terra e depois também na Paróquia de Santos.

Agora chegou a hora de mudar outra vez. A partir de primeiro de maio próximo assumo um dos pastorados da Paróquia St. Paulus em Buchholz i.d. Nordheide/Alemanha, perto de Hamburgo.

A família estará junto em duas etapas porque nossa filha Luisa ainda terminará este ano seus estudos em São Paulo e ficará para isto mais alguns meses com a mãe aqui. Nossa outra filha Isabel irá logo com o pai e seguirá seus estudos na Alemanha.

Saio com lágrimas num olho e sorriso no outro. Lágrimas porque estou deixando um lugar que acolheu a mim e para minha família muito bem.

Foi um tempo de muito aprendizagem sobre a vida em comunidade e sobre a presença de Deus que se manifesta nesta vivência.

O mais marcante nesta experiência é o contraste entre momentos de desânimo onde a comunidade pequena mal parece existir e momentos de euforia e gratidão como por exemplo no Culto Ecumênico da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em junho 2017.

Ficam gravadas na memória todas as pessoas que participam aqui. É muita fraternidade, solidariedade, cumplicidade! Quantas vezes o culto não termina com o poslúdio mas continua em frente ao templo para terminar só na despedida na calçada!

As confraternizações sempre foram animadoras e somos muito gratos que se tornaram expressão genuína da comunidade viva que permanece junto no culto e na confraternização. É notável o esforço continuado de toda equipe das confraternizações!

Experimentei esta comunidade como lugar dinâmico que sempre está acolhendo pessoas novas. Quase em todos os cultos havia alguém diferente do grupo “normal”. Isto vejo como fruto da postura receptiva das pessoas da comunidade, sobretudo do esforço da equipe do Culto das Crianças que fizeram desta comunidade um lugar acolhedor para toda família.

Sabemos que o aprendizagem não é linear e assim houve também quebras, contradições e até retrocessos na caminhada, mas é justamente este o exercício de fé de saber crescer com isto.

Meu agradecimento especial expresso a todo o Presbitério, a todos os colaborares do Culto das Crianças, das Confraternizações, e, não por último a Pasquale Caporrino que com seu esforço diário criou as condições para um frutífero trabalho pastoral!

Em muito prevalece a minha gratidão a esta comunidade que marcou e moldou a minha vida, e a Deus que permitiu tudo isto! 

No mais:  Desculpem qualquer coisa….
                E fiquem com Deus! 
 

P. Guilherme Nordmann