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"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir, eu vim para que tenham vida e vida em abundância" (João 10.10)
No texto de João 10. 1-10 Jesus conta uma parábola, na qual retrata a realidade de ovelhas que estão presas, no curral durante a noite, e que no amanhecer o pastor vem para conduzi-las a verdes pastagens. Jesus também nos lembra da existência de ladrões que agem de maneira sorrateira para invadir, roubar e matar.
Nos telejornais assistimos notícias de roubos, sequestros, mortes, balas perdidas e vemos uma verdadeira operação de guerra nos grandes centros urbanos. Tudo bem distante de nós. Mas será mesmo? Nas conversas com amigos e vizinhos, descobrimos que esta realidade crescente de roubos e mortes é uma preocupação real na vida das pessoas, inclusive daquelas que residem em regiões mais tranquilas. É só abrir os olhos e então veremos que existem pessoas, de dentro da própria comunidade, que já experimentaram a horrível sensação de serem assaltadas, de ficarem a mercê de meliantes armados. Outras que sofreram traumas psicológicos por causa de ligação telefônica, na qual os interlocutores diziam ter sequestrado um dos filhos.
No texto de João, Jesus nos fala, que mesmo com a existência do ladrão, há o pastor que é reconhecido de maneira clara, para este a porta é aberta. Ele conhece as ovelhas, as chama pelo nome e elas o seguem porque conhecem a sua voz. As ovelhas somos nós mulheres, homens, jovens e crianças batizadas. Pertencemos a Deus e Deus colocou seu Filho como nosso pastor para nos guiar e nos proteger. O que nós pessoas de fé, membros da comunidade temos haver com tudo isso? Afinal de contas queremos ouvir a palavra de Deus e não discutir sobre violência! Não vamos nos iludir, a Palavra de Deus trazida a nós por Jesus Cristo deixa claro que como discípulos de Jesus não podemos conviver pacificamente com este cenário de medo. Aliás, é o próprio Senhor quem nos deu a tarefa de anunciar a Sua vontade neste mundo. Podemos até não concordar. Mas essa é a tarefa da comunidade cristã.
O Reino de Deus não é indiferente aos problemas deste mundo, por isso mesmo a realidade do medo e da violência precisa ser transformada em tempos de paz. “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre as pessoas a quem ele que bem.”(Lucas 2.14)
Sim, diante da complexidade da violência em que vivemos podemos nos sentir pequenos e insignificantes. Entretanto, como Comunidade, “não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.20). O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. Não foram chamados muitos fortes ou sábios segundo a carne, mas sim loucos e fracos. Disso nos lembra o apóstolo Paulo. É justamente por isso que a mensagem da cruz (evangelho) é loucura para os que se perdem, mas para nós poder de Deus (1º Co 1.18).
A Igreja de Jesus Cristo tem o compromisso com os injustiçados, com os sofridos e com os que têm medo. O Pastor, que é o próprio Senhor Jesus Cristo está na porta nos chamando pelo nosso nome. Se reconhecermos sua voz e o seguirmos então experimentaremos o que ele nos tem preparado.
No texto de João, a presença do pastor não elimina os perigos, mas é porque existe o pastor que as ovelhas sabem que serão protegidas e que nenhum mal irá as afligir, pois o pastor cuidará delas. Assim nós também ousamos levantar nossa voz contra tudo o que gera violência porque Jesus é o nosso Pastor.
O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir, eu vim para que tenham vida e vida em abundância (João 10.10). Seremos sempre ameaçados, mas a proteção do Senhor nos livrará de todo mal e sua promessa de vida em abundância nos encoraja a continuarmos lutando. A comunidade de fé reunida mostra que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza e que quando somos fracos então é que somos fortes.
P. Carlos Alberto Radinz Pastor da IECLB na Paróquia Centro de São Paulo