Que todo o meu ser te louve, ó Senhor!
A vida inteira eu louvarei o meu Deus, cantarei louvores a Ele enquanto eu viver.
Não ponham sua confiança em pessoas importantes, nem confiem em seres humanos,
pois eles são mortais e não podem ajudar ninguém.
Quando eles morrem, voltam para o pó da terra, e naquele dia todos os seus planos se acabam.
Feliz aquele que recebe ajuda do Deus de Jacó, aquele que põe a sua esperança no Senhor, seu Deus.
O criador do céu da terra e do mar e de tudo o que neles existe! O Senhor sempre cumpre suas promessas;
Ele julga a favor dos que são explorados e dá comida aos que têm fome. O Senhor Deus põe em liberdade os que estão presos
E faz com que os cegos vejam. O Senhor levanta os que caem e ama aqueles que lhe obedecem;
O Senhor protege os estrangeiros que moram em nossa terra; ele ajuda as viúvas e os órfãos, mas faz com que fracassem os planos dos maus.
O Senhor será Rei para sempre. Ó Jerusalém, o seu Deus reinará eternamente. Aleluia!
Salmos 146:1-10 (NTLH)
Nesses versos o salmista convoca todas as pessoas reunidas para louvarem ao Senhor, sem que isto seja um ato de retribuição a Deus por algo recebido. Hoje, seria um ato de altruísmo humano em meio a uma cultura de mercado onde os valores emprestados do sistema econômico imperam, o que produzir mais lucro é aceitável. Voltar a entoar hinos não apenas com as cordas vocais, mas expressar através da música sua força interior que emana de um coração muitas vezes triste, alegre, ansioso, destemido é redescobrir a humanidade que está carente de sentido de vida, e busca fugir de atividades e pessoas que possam sugerir um tom depressivo.
Percebemos que o autor do salmo mostra sua luta interior, enquanto ordena suas emoções mais profundas, que até caberia um “puxão de orelha” em si mesmo. Então ele afirma “louvarei ao Senhor por toda a minha vida”. O ser humano é pacífico no que diz respeito a vivência sob os desígnios de Deus, talvez precise de impulso para redescobrir a espiritualidade sem recompensa divina. Louvar a Deus pelo simples fato de ser ele o arquiteto de todo o mundo.
Esse renascer para a esperança de uma vida melhor acontece quando o ser humano percebe sua inteiração com o mundo que o rodeia. O ato humano de crer é o cuidado em primeiro lugar, consigo mesmo e em segundo, com toda a criação (Rm 8) recebida das mãos de Deus, e a nós dada para que preservemos. Por causa disso não precisamos depositar esperanças nos outros homens, porém, é nossa tarefa amar as pessoas que nos cercam. A nossa confiança deve estar depositada naquele que é eterno (Pv 28.25), e não nas pessoas que estão em constante mudança.
O povo de Deus tinha uma forma de viver muito ligada a história dos seus antepassados. Talvez seja isso um ponto a perceber em nossa vivência moderna, a vida tem um ritmo acelerado, dificilmente conseguimos parar para ouvir as pessoas que nos trouxeram a vida. Para alguns talvez signifique perda ao invés de ser investimento. Aquisição em qualidade de vida é experimentada quando sabemos de onde viemos e onde desejamos chegar. Por haver lacunas em nossas existências muitas vezes ficamos sem parâmetros para avaliarmos os caminhos que estamos traçando. Ao conhecermos a dualidade interior/ exterior aprendemos que não somos deuses, muitos menos eternos. Mas filhos de um Deus maravilhoso que nos proveu viver em comunhão de forma horizontal com nossos irmãos e irmãs e com a criação que nos rodeia.
O nosso Senhor Jesus Cristo traz liberdade para que sejamos responsáveis. A vida humana é feita de paradoxos onde todos enfrentam diariamente alegrias e tristezas, nascimento e morte. Essa disposição interior para aceitar as ambiguidades da vida é que nos deixa aptos a tomar decisões. Pois assim entendemos a vida como orgânica e não apenas como uma máquina que deve gerar lucro.
O Senhor é o mesmo ontem, hoje e será amanhã. Há uma grande dificuldade de perceber que até o ar que respiramos é dádiva de Deus. Talvez porque vivamos a racionalização daquilo que chamamos de milagre . Onde a graça de Deus tem de ser provada nos mínimos detalhes por nossa razão. Dessa forma, muitas vezes estamos fazendo de Deus um ser histórico do passado, é preciso trazer novamente à nossa vivência o Deus Emanuel. Deus sempre estará conosco.
Que Deus nos abençoe.
