“O Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu disse a vocês” (João 14.26).
Estamos na semana de Pentecostes. A data remete ao derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos, cinquenta dias depois da ressurreição de Jesus. Também faz lembrar todas as promessas feitas ao Povo de Deus de ser bem amparado no testemunho e na vivência do amor cristão.
Nós não podemos definir o Espírito Santo. Ele faz parte do mistério de Deus. Entretanto, podemos entender e perceber como ele chega até nós e como ele se manifesta e atua em nossa vida. Foi assim que o autor de Atos dos Apóstolos descreveu o acontecimento do dia de Pentecostes: “Como algo parecido com chamas...”; “como um barulho parecido com um forte vento...” (Atos dos Apóstolos 2.2). Bela comparação! Nós não conseguimos pegar o fogo e o vento nem prendê-los em um recipiente. Mas podemos sentir o seu calor e o seu ardor, sua brisa e a sua impetuosidade. Fogo e vento estão sempre em movimento e movimentando as coisas.
Há alguns anos, apreciei uns quadrinhos que retratavam um “caçador” tentando prender um passarinho na gaiola. Depois de muitas tentativas frustradas,, o caçador acabou preso na gaiola e o pássaro continuou voando livremente. No final, a frase: “O Espírito sopra onde quer!” (João 3.8). Na prática é assim: Sempre que o ser humano tenta “engaiolar”, dominar o Sagrado, ele cria um deus à sua própria imagem e acaba escravizado pela idolatria. Basta observar as barbaridades que se dizem e que se fazem por aí se alegando estar agindo pelo Espírito Santo e se referindo a ele como uma entidade independente.
Nós não podemos desmembrar a ação do Espírito Santo do agir criador de Deus (O Espírito de Deus se movia por cima da água – Gênesis 1.2) nem da vinda redentora de Jesus Cristo (Logo que Jesus foi batizado, o céu se abriu e o Espírito de Deus desceu sobre ele – Mateus 3.16). Esta força criadora e salvadora se faz presente e impulsiona a vida da comunidade e o testemunho diaconal dos cristãos no mundo. É o poder divino que lhes dá coragem e não os deixa desistir diante das dificuldades e das perseguições, que tentam desmotivar a sua vivência cristã.
Esta força auxiliadora e consoladora não os torna mais perfeitos e santos do que os outros, mas produz neles o fruto que transforma o mundo: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gálatas 5,22).