Que a paz de Deus, o amor de Jesus Cristo e o discernimento do Espírito Santo estejam com você, minha irmã e meu irmão! Amém.
Há muitos anos atrás, certa vez, eu acompanhei uma família de alemães ao zoológico com suas crianças - eram crianças pequenas, de dois, três a seis anos. E, quando estávamos passando na frente da jaula dos macacos, o mais velho, de seis anos, falou ao seu pai:
- Pai vê se aquele macaco ali não parece o tio Otto.
Imediatamente, o pai (com uma expressão bastante séria), disse:
- Filho, isso não é coisa que se diga.
O menino baixou a cabeça, ficou parado – envergonhado - e, enquanto os outros foram embora, eu fiquei ali, observando-o. De repente, ele levantou a cabeça, olhou pra jaula de novo, deu um sorriso, saiu correndo atrás do pai e disse:
- Ah, pai, o macaco nem ouviu (como se ele pudesse ter se ofendido com a comparação)!
Muitas vezes, nós achamos que ser comparados com uma ou outra pessoa é algo para nos orgulharmos ou para nos atacar. Para essas situações, nós temos, na Carta do apóstolo Paulo aos romanos, no capítulo 12, versículo 3, uma exortação muito interessante, que diz o seguinte: “Por causa da bondade de Deus para comigo, me chamando para ser apóstolo, eu digo a todos vocês que não se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário, pensem com humildade a respeito de vocês mesmos, e cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe deu.”
Nós vivemos tempos em que a aparência parece ter suplantado a essência. Importa o que a pessoa aparenta e como ela é vista de fora – como uma vitrine.
Que tempo estamos dedicando, da nossa vida, para construir relacionamentos realmente profundos com as pessoas? Até que ponto nós nos importamos com aquilo que levamos dentro e temos coragem de colocar isso para fora? Se as pessoas nos vissem do avesso, se elas vissem tudo aquilo que a gente carrega no nosso íntimo - quando estamos sós -, o que veriam? Gostariam da gente mais ou menos?
Eu penso que é válida esta exortação do apóstolo Paulo: Cada qual pense de si com humildade! Porque quando a gente pensa com humildade, a gente pode se manifestar diante das outras pessoas como, de fato, somos; não temos que nos preocupar se agradamos ou desagradamos. Porém, como pessoas cristãs, temos que ter em conta também que o Norte, o fio que perpassa todos os nossos relacionamentos - seja com pessoas da família, com pessoas amigas ou com pessoas estranhas – deve ser o amor. O amor não como um gostar! O amor como a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa.
Como seria a nossa vida se nós vivêssemos as situações enfrentadas por outras pessoas? Até que ponto conseguimos “colocar o nosso pé no sapato da outra pessoa” e ver como o espaço para os calos se ajusta ou não?
Que Deus nos dê sabedoria para procurar construir relacionamentos baseados na humildade – na humildade sincera, não com uma falsa modéstia; que a gente, nessa humildade, leve sempre em conta que tudo o que somos e tudo o que temos, o somos e o temos graças a Deus! Que vivamos assim, constantemente, sob a bondade e a misericórdia de Deus!
Oração: Querido Deus, ajuda-nos a viver com mais simplicidade. Ajuda-nos a não querer ser ditadores e ditadoras da verdade – de uma verdade que, mal vale pra nós, mas muitas vezes queremos impor às outras pessoas. Dá-nos humildade. Renova em nós a disposição amorosa – a mesma que tu tens por nós – para acolher, ir ao encontro e construir relacionamentos que, de fato, edificam o teu Reino. Em nome de Jesus, amém.
Fiquem em paz e que Deus lhes abençoe. Amém.
