Jesus Cristo diz: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (João 14. 6).

Você ainda faz perguntas? Busca por descobertas, por compreensão, por conhecimento, por entendimento?

Já dizia Albert Einstein, “não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”.

Tomé perguntou a Jesus: _Senhor, nós não sabemos aonde é que o senhor vai. Como podemos saber o caminho? Ao que Jesus respondeu: _Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim. Agora que vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. E desde agora vocês o conhecem e o têm visto (João 14. 5-7).

Tomé entra no diálogo com Jesus e demonstra que não sabe aonde o mestre vai e, por isso, desconhece o caminho. Tomé assume o papel de questionador proporcionando que Jesus responda: “Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida”.

“Eu sou” recorda o nome com que Deus se deu a conhecer a Moisés no Êxodo. “Disse Moisés a Deus: _Quando eu for falar com os israelitas e lhes disser: ´O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês´, eles vão me perguntar: ´Qual é o nome dele?´ Aí o que é que eu digo? Deus disse: _EU SOU QUEM SOU. E disse ainda: _Você dirá o seguinte: ´EU SOU me enviou a vocês´” (Êxodo 3. 13-14).

Temos nessa resposta, graças a pergunta de Tomé, uma bela descoberta, uma bela revelação da missão de Jesus e de sua identidade.

Tomé é neste trecho do evangelho porta-voz dos discípulos ao perguntar. Como também aconteceu com os outros discípulos, ele nem sempre entendeu tudo o que seu mestre disse ou fez. Assim, vemos nele uma grande sede de conhecer melhor o significado das palavras e dos atos de Jesus. Tomé estava em busca da verdade, de conhecimento, de entendimento, de compreensão.

Indevidamente, o discípulo Tomé por vezes é compreendido por muitos como “incrédulo”. É da condição humana que pessoas de fé tenham dúvidas. E isso não é um contrassenso. É normal. A fé deseja aprender, conhecer e compreender. Tomé nunca deixou de usar o seu raciocínio para questionar quando algo fugia à sua compreensão.

Precisamos reaprender com Tomé a fazer perguntas. Boas perguntas. Aliás, é fascinante notar as muitas perguntas presentes na Bíblia. Muitas são as pessoas que fazem perguntas a Deus. E, claro, também Deus faz perguntas. Afinal Ele é comunicativo, fala, pergunta e ouve nossas perguntas e respostas.

Vivemos um tempo de muitas mudanças. E com elas surgem muitas incertezas e dúvidas para os desafios que teremos pela frente. Diante disso, ao invés das respostas já estabelecidas e inquestionáveis, façamos novas perguntas e busquemos novas respostas. As perguntas são sempre bem-vindas. Elas são uma importante ferramenta pedagógica também na missão. Novos tempos trazem consigo a exigência de novas perguntas. Não teremos novas descobertas se não fizermos novas perguntas.

Que Deus nos mantenha pessoas perguntadoras como Tomé; inquietas, pesquisadoras, leitoras da Bíblia, leitoras de livros, dispostas a aprender sempre mais. São as perguntas que levarão a belas descobertas e revelações. Amém.

P. Alberi Neumann - Vice-sinodal 

Leia ainda o Boletim Sinodal na íntegra: https://mailchi.mp/2bb7ae8fc529/boletim-semanal-snodo-sudeste-ieclb-n-863-07-a-13052023