Sínodo Sudeste



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ID: 18

Prédica para o Segundo Domingo da Páscoa

Marcos 16.9-15

08/04/2015

2º DOMINGO DA PÁSCOA - 12/04/2015
 QUASIMODOGENITI (Como crianças recém-nascidas - 1Pedro 2.2)

Leitura de Marcos 16.12 - 18 (opcional: Mc. 16.9-15)

Irmãos e irmãs em Cristo!

Hoje nós celebramos o 2º Domingo da Páscoa, também conhecido como Quasimodogeniti - Como crianças recém-nascidas (1Pedro 2.2) = Aborda-se uma fé incipiente a partir de um fato novo!

De fato, passado o dia da ressurreição de Jesus Cristo, perguntaram-se os discípulos de Jesus, perguntou-se a comunidade do evangelista Marcos e perguntamo-nos nós, que mais uma vez recebemos a mensagem, o testemunho bíblico da Páscoa: O que faremos com isto?

Originalmente, o evangelho de Marcos encerrava no capítulo 16, versículo 8, mostrando pessoas paralisadas pelo espanto e pelo medo, não sabendo o que fazer com a notícia do túmulo vazio.

Posteriormente, vieram os versículos 9 a 22 do capítulo 16 como acréscimo ao evangelho, dando-nos conta da necessidade de superar as dificuldades da fé e de dar testemunho da ressurreição. O texto conclui com o envio dessas pessoas fracas e inseguras, justamente com a missão de evangelizar o mundo. É disso que trata o texto bíblico indicado para este 1º Domingo após a Páscoa.

Quem fez o acréscimo ao evangelho não concordava com a informação de que as mulheres teriam ficado caladas (v. 8). Do contrário, segundo a lógica, não existiria a comunidade de Marcos nem existiria a nossa comunidade. A Boa Nova, o Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo e o seu consequente testemunho é a razão do existir de nossa comunidade.

O texto bíblico relata que Maria Madalena anunciou a Boa Nova da ressurreição de Jesus Cristo aos demais discípulos, que estavam tristes e choravam (v.10). Porém, eles não acreditaram. O fato parecia extraordinário demais para ser verdade. E o texto continua batendo mais uma vez na mesma tecla: Também o testemunho dos dois discípulos de Emaús (cf. Lucas 24), de que o Senhor vive, não encontrou ouvidos e corações receptivos pelos demais discípulos. Tamanha era sua dificuldade para crer.

Por fim, pela terceira vez os discípulos foram abordados com a Boa Nova da ressurreição. Agora era o próprio Senhor ressuscitado que se revelou aos discípulos. E Jesus censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração (v. 14), pois não haviam dado crédito ao testemunho daqueles que tinham se encontrado com o Senhor vivo. Esta aparição do Ressuscitado se deu quando os discípulos estavam à mesa (v. 14), numa clara alusão à Santa Ceia. Foi ali que os olhos deles se abriram e o reconheceram (experiência semelhante feita pelos discípulos de Emaús = eles reconheceram a presença do Ressuscitado na Palavra e no partir do pão - Lucas 24.30-32).

Além de reconhecê-lo como Senhor da Vida, os discípulos receberam a missão de anunciar esta Boa Nova da Libertação, o Evangelho, a toda criatura (v.15). As pessoas deveriam compreender sobre qual fundamento suas vidas verdadeiramente estariam alicerçadas, o que realmente daria sentido à vida, no que consistiria sua libertação e sua alegria. A aceitação dessa nova vida se daria através do Batismo (v. 16).

O acréscimo ao evangelho de Marcos fala de salvação. À luz da ressurreição de Jesus, este é o testemunho que nós devemos vivenciar na realidade em que vivem as pessoas de nossa época - No encontro com o Senhor da Vida, a comunidade (membros, lideranças e ministros/as) precisa vencer suas dificuldades de crer e descobrir jeitos de trazer esta mensagem do Evangelho libertador para dentro da vida prática, do dia-a-dia das pessoas e, assim, ajudá-las, pela fé no Ressuscitado, a transformar suas condições de vida para uma (com)vivência justa e fraterna.

O Ressuscitado envia seus discípulos, envia sua comunidade, para ali onde as coisas acontecem. Eles devem anunciar, testemunhar e vivenciar a Nova Vida a partir da ressurreição de Jesus Cristo em meio às situações sofridas, que as pessoas enfrentam no dia-a-dia. Eles devem dar nome às estruturas injustas e posicionar-se contra tudo que ameaça a vida e que causa sofrimento às pessoas. Eles devem anunciar o evangelho ao mundo, anunciar a vontade de Deus, que oferece vida plena e verdadeira através do Ressuscitado.

Esta é a mensagem central da Páscoa!

O Ressuscitado dirige o nosso olhar em direção do mundo, da vida que se sente ameaçada, e nos coloca a caminho. Enquanto conversavam pelo caminho com o Salvador, a fé dos discípulos foi amadurecendo e despertou neles a necessidade de testemunhar e de agir, de vivenciar a novidade de vida. Assim também acontece conosco.

O que faremos com a mensagem da ressurreição? Esta foi nossa pergunta inicial. E o Evangelho responde: Não calar! Comunicar, testemunhar, colocar-se a caminho e vivenciar a nova vida revelada pelo Ressuscitado - o Senhor da Vida!

O Senhor ressuscitou! Aleluia
Sim, ele verdadeiramente ressuscitou! Aleluia.

Amém.

CONFISSÃO DA FÉ
Cremos em ti, Deus.
De tua mão vêm todas as coisas.
Nada pode ficar fora de ti.
De teu plano vêm a felicidade e o sofrimento.
Para nós e todas as tuas criatura.
Para ti nós voltaremos.
Cremos em Jesus, o Cristo, nosso irmão.
Ele nos mostra o caminho. Ele está ao nosso lado.
Ele te mostra para nós como nosso Pai.
Ele se submete ao nosso sofrimento junto conosco e
Morre nossa morte junto conosco.
Ele nos conduz da morte para a vida.
Cremos no Espírito Santo,
Que nos preenche, quando tu o envias,
Que nos une e nos torna teu povo.
Ele nos abre o coração para tua palavra.
Ele é a luz que ilumina nosso Espírito
E a força que está conosco em nosso caminho. (Jörg Zink)
 


AÇÃO CONJUNTA
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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Quem conhece Deus também conhece as criaturas, as compreende e as ama, pois, nas criaturas, estão as pegadas da divindade.
Martim Lutero
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