PELO BEM COMUM
“Sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, começando pela nossa família de fé” (Gálatas 6.10).
Durante minha infância, nosso município possuía só uma motoniveladora (patrola). Periodicamente, quando as estradas rurais era patroladas, a prefeitura pedia que cada proprietário de terra ao longo da via roçasse a beira do caminho e limpasse os bueiros. Tratava-se de uma grande parceria entre o povo e os órgãos públicos. Os impostos não eram muito elevados. Dessa forma, as estradas ficavam sempre bem conservadas permitido o deslocamento em qualquer época do ano.
Mas as coisas mudaram e muito em nosso país. Gradativamente, os órgãos públicos foram assumindo os serviços básicos e contratando cada vez mais funcionários para realizarem esses serviços. Proporcionalmente, também foram aumentando os impostos. As pessoas perderam o espírito comunitário e a compreensão de participação política. Simultaneamente, a qualidade dos serviços foi deteriorando e aumentaram as denúncias de desvio de função do dinheiro público e de corrupção. Hoje, quando uma estrada está intransitável, todos reclamam de braços cruzados. Muito imposto para pouco serviço!
Mais recentemente, surgiu a terceira forma de administração do bem comum: a privatização. Agora, precisamos contratar serviços terceirizados se queremos um atendimento mais eficiente. Para tanto, pagamos planos de saúde, escolas particulares, pedágios, etc. E cada vez mais impostos!
Todos nós somos seres políticos, pois vivemos em sociedade e agimos em função uns dos outros. Somos dependentes uns dos outros. A palavra POLÍTICA significa: “Conduzir a vida em sociedade para o bem da cidade (PÓLIS). E para que tudo funcione bem e todas as pessoas sejam bem atendidas em suas necessidades básicas, nós, os cidadãos, passamos uma procuração (nosso voto) para aqueles que irão administrar este bem comum. Não se trata de cargos, mas de serviço!
Além de sermos políticos, cidadãos, também somos cristãos. À luz do Evangelho de Cristo e anunciando a Palavra de Deus, o cristão busca o bem comum e participa ativamente da vida pública, contribuindo com atitudes e ações éticas para que possamos viver em uma sociedade justa e fraterna, na qual todos e todas tenham acesso aos serviços básicos. Este é o mandamento que recebemos: “Façam o bem a todos!” (Gálatas 6.10).
Pastor Sinodal Geraldo Graf
