“Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram seus maus caminhos” Jn.3.10a
Em vários períodos da história da humanidade quando a ignorância prevaleceu entre as pessoas, perdendo-se em maus caminhos, Deus enviou seus profetas para dar instruções. Era a voz de Deus falando através deles, denunciando o que estava equivocado e apontando para a direção certa. Às vezes os profetas tinham tarefas e missões bem específicas, como no caso de Jonas. Sua missão era chamar o povo de Nínive (cidade grande e violenta, aproximadamente em 780 antes de Cristo) ao arrependimento. Inicialmente Jonas tentou fugir da missão, mas se deu mal. No ventre de um grande peixe buscou a Deus em oração, retomando sua sintonia e comunhão. (Jn 2.1-10). Livre e de volta a terra firme, recebeu novamente a missão que teria que cumprir. Desta vez, obedeceu ao envio de Deus e pregou com vigor e poder. Suas palavras convenceram todo o povo e as autoridades da cidade, conforme o relato no livro de Jonas.
O que aconteceu para que Jonas fosse tão convincente? A mensagem que Jonas levou ao povo ninivita foi dada por Deus. Era, portanto, de conteúdo inquestionável. Da parte de Jonas e do povo, há duas atitudes fundamentais: o contato com Deus e a obediência ao chamamento por parte de Jonas e a receptividade do povo de Nínive, desde as autoridades às pessoas residentes na cidade (Jn 3,5).
O contato com Deus, retomado por Jonas em oração na barriga do peixe e a obediência ao chamamento, nos remete à idéia da presença de Deus em tudo. Apesar de ser profeta, Jonas tentou fugir. Porém, teve que reconhecer a onipresença de Deus. Após sua oração, foi libertado e recebeu um segundo chamamento. Dessa vez, obedeceu e suas palavras foram extremamente convincentes.
A receptividade do povo de Nínive, desde as autoridades às pessoas residentes na cidade, mostra que palavras cheias de vida e de convicção acordaram a população que estava com a vida ameaçada. Apesar da maldade, havia uma disponibilidade para o arrependimento. Ninguém tentou fugir da cidade para se proteger da destruição. Toda população enfrentou o problema mediante uma mudança interna: o arrependimento, a mudança na forma de viver. Por isso, a vida ficou preservada.
Palavras ditas por quem é canal de Deus, por quem vive em obediência, são palavras cheias de vida e de poder. Palavras ditas por quem não vive o que diz, tornam-se vazias. Conta-se que certa vez um estudioso das escrituras visitou a um grande mestre. Falou-lhe horas sobre seu conhecimento, citando textos, relatando histórias e dando demonstração de sua “sabedoria”. Ao terminar, o mestre perguntou: “O que disso que me contou, você vive e pratica?”. Ele não soube responder. Gandhi também sabia disso e era muito coerente. Certa vez, uma mulher buscou seus conselhos para a filha que estava doente. Gandhi lhe disse: “volte na semana que vem!” Na semana seguinte a mãe com a filha voltou. Gandhi olhou para a menina e disse: ”não coma açúcar!” A mãe perguntou: ”por que não nos falou isso na semana passada?” Gandhi respondeu: “na semana passada eu mesmo ainda comia açúcar”.
Ter uma orientação segura através de exemplos e palavras que convencem é fundamental para nós desde a infância. O que seria da nossa vida sem os ensinamentos contidos nas escrituras? Jesus convence até hoje e sempre convencerá a quem é receptivo. Sua comunhão com Deus era perfeita: “Eu e o Pai somos Um” (Jo. 10.30) e Suas palavras cheias de sabedoria e amor. Por elas, queremos deixar nos convencer e a Ele pertencer por toda eternidade. “Eu quero pertencer-Te, ó meu fiel Senhor! Jamais hei de perder-Te, mantém-me em Teu amor! Não deixes vacilar-me em dor e tentação! A Ti possa entregar-me em fé e gratidão!” (HPD189).