Ser feliz... O que é ser feliz? Como é possível ser feliz, viver feliz? Cada um de nós tem uma opinião sobre isso. Cada um tem a sua experiência sobre o que é felicidade.

No meu entender ser feliz é sobretudo um estado de espírito, tem a ver com o nosso ser existencial, o nosso interior, a nossa alma, a nossa vida espiritual. Ser feliz é algo essencialmente espiritual, uma sensação boa de bem estar e alegria que se desenvolve no nosso íntimo.

Sou feliz quando estou em equilíbrio e harmonia comigo e com a vida, quando me vejo e me sinto bem comigo mesmo, quando amo a vida e sinto alegria em viver, apesar das dificuldades pessoais que enfrento e que vejo no mundo.
Ser ou não ser feliz é algo que depende de cada um, é responsabilidade de cada pessoa. É uma decisão e uma atitude que cada pessoa precisa tomar em relação a si mesmo e a vida. Ser feliz tem a ver com a maneira como olhamos, avaliamos e lidamos com a vida, com as coisas boas e as coisas ruins. Em outras palavras, ser feliz tem a ver com a minha maneira de ser, de pensar e agir. De como aceito e vivo a vida no dia a dia. Tem a ver com nunca parar de viver, ter sonhos, de fazer planos, de ter projetos e desafios, de dentro do possível ter o desejo de ir sempre além.

Ser feliz é algo que nós precisamos querer e construir dentro de nós, independentemente de termos boa saúde ou não ou de termos boas condições financeiras. Claro que isso ajuda. Mas num sentido mais profundo, a felicidade verdadeira não depende de circunstâncias, mas sim da minha atitude em relação a elas. Uma pessoa pode ter tudo, pode ter todas as condições favoráveis para ser feliz e mesmo assim não ser. Há pessoas com boa saúde, com família, são ricas e mesmo assim são infelizes, negativas, lamurientas. Por outro lado, há pessoas que vivem em condições desfavoráveis e mesmo assim são felizes, estão de bem com a vida. Tudo depende do que tem valor e importância para mim, daquilo a que me entrego e confio a minha vida.
Quero me reportar ao testemunho de vida que o apóstolo Paulo nos deixou. Ele passou por muitas tribulações na vida (doença, perseguição, prisões, etc.) e mesmo assim disse que “aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Disse “que não devemos focar e canalizar a vida só nas coisas que se veem, mas nas que se não veem, não só nas coisas materiais e temporais desse mundo, mas nas coisas espirituais, divinas e eternas” (2Co 4.18).

Segundo experiência de vida do apóstolo Paulo, a felicidade e a vida não estão no ter e consumir, o que muito se apregoa hoje. A felicidade está no ser, naquilo que é espiritual, nas essencialidades da vida. O ter passa, a gente perde, não fica pra sempre conosco. Já o ser permanece, sobrevive ao tempo, até mesmo à morte. Aliás, é por causa do ser que sentimos saudades de entes queridos.

Por fim, quero dizer o que considero mais importante. Ser feliz não depende só de mim, do meu esforço. Depende principalmente do que eu coloco no centro ou na base da minha vida e que me preenche e dá sentido à minha vida. E o que poderia ser isso? No meu entender, Deus e a fé nele. Não é possível ser feliz sem Deus e a fé nele, sem cultivar uma relação pessoal e íntima com ele. Quando ele, por meio de Cristo e do Espírito Santo está no centro e na base de minha vida, quando ele ilumina a minha maneira de ser, pensar e agir, vou aprender o que é viver e como ser e viver feliz. Vou experimentar que ele é a verdadeira fonte da felicidade eterna! Como ouvimos no Evangelho, vou experimentar a felicidade (bem-aventurança) de Cristo fluindo e transbordando em mim. Amém!