Orando Pela Paz na Cidade
(Jovens da UP Campinas, estudante de Teologia Daniel e P. Alberi)
Materiais necessários para montagem de um altar: vela, cruz, bíblia, vaso de flor, mesinha, pano branco e recortes de jornais com situações que envolvem dores (violência, abandono, fome, miséria, filas em hospitais, etc.) no cotidiano das cidades.
APRESENTAÇÃO DO TEMA
Certa vez um jovem chamado Augusto fez o seguinte comentário no facebook, expondo a sua opinião sobre um tema em discussão: “Apenas orar a Deus no Culto é muito fácil e cômodo, quero ver mesmo é vocês também se envolverem com aquelas dores pelas quais estão pedindo”.
A opinião desse jovem denuncia algo que precisamos levar muito a sério. Para ele, alguns comentários da discussão davam a entender que a oração do Culto não significava também ação ou envolvimento em favor daquilo que se era pedido. Na compreensão de Augusto, uma visão assim sobre oração e Culto era incompleta e dissociava fé e vida.
A partir do testemunho bíblico temos que reconhecer que Augusto estava certo, pois uma espiritualidade sadia, completa, é compreendida de duas partes inseparáveis: por um lado é um conectar-se com Deus, confiando nele; por outo lado, e ao mesmo tempo, é uma ação em favor de alguém ou de uma causa pela qual pedimos. Toda conexão com Deus nos compromete com o que dialogamos com Ele. Em outras palavras, orar é “conexão e ação”. Ou ainda, o Culto é relação entre fé e vida.
Nesse mesmo sentido, o Dr. Martim Lutero dizia: “Devemos orar com tanto vigor como se tudo dependesse de Deus e trabalhar com tanta dedicação como se tudo dependesse de nosso esforço”.
No lema de nossa IECLB temos o seguinte convite: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.” (Jeremias 29. 7)
O texto bíblico nos chama a procurar a paz da cidade e a orar por ela. Somos assim convidados a promovermos a paz e a colocar a nossa cidade em oração, demonstrando para com ela amor e carinho, bem como levando as dores dela para o Culto e dele buscando coragem e orientação para agirmos e intervirmos nela, de modo que oração seja simultaneamente “conexão com Deus e ação em favor da vida”. Isso vemos, por exemplo, muito bem nos jeitos de Jesus, em seu falar e agir. Jesus trazia suas dores e das pessoas ao Pai e ao mesmo tempo “descruzava os dedos” em favor do que pedia.
VER, JULGAR E AGIR
Após essa breve introdução convido-os agora para uma reflexão mais prática, levando em questão o método VER, JULGARE AGIR. Ele desperta o senso crítico para que o jovem cristão desenvolva a sua capacidade de perceber a realidade como ela é.
VER – Neste ponto somos convidados a OLHAR para o contexto de nossas cidades e perceber nelas as suas dores e desafios.
Que situações em nossa cidade não vão bem, caminham mal, estão desmanteladas, merecem mais atenção, cuidado e transformação, seja do poder público, da população, das igrejas, das Ong´s e de nós mesmos? (Peça aos jovens que escrevam em pequenas folhinhas e depois partilhem-nas com o grande grupo)
JULGAR - Neste espaço somos convidados _ a partir do contexto em que estamos inseridos _ a olhar para os textos bíblicos/Palavra de Deus e JULGAR que desafios eles nos colocam como missão. Julgar no sentido de analisar para discernir o que está certo e o que está errado e depois partir para uma ação transformadora. Ou ainda, formar a consciência crítica à luz libertadora do Evangelho.
O que a Palavra de Deus nos diz sobre essa realidade que nos desafia?
(Divida o grupo em dois e dê para cada grupo uma chave bíblica. Peça para que cada grupo busque na Bíblia, textos bíblicos que nos orientem ao que fazer diante de tais realidades que apontamos e depois partilhem-nas com o grande grupo).
AGIR – Neste momento somos convidados à luz do evangelho a nos envolvermos com nossa cidade, a propormos ações ou projetos. A ação é diferente da atividade na medida em que é profunda, duradoura, refletida e transformadora.
Que ações o evangelho nos desafia?
(Ainda nos grupos, peça que cada grupo escolha duas ações que poderiam ser realizadas em favor da cidade durante os próximos anos e depois partilhem-nas com o grande grupo).
CONEXÃO E AÇÃO EM TORNO DO ALTAR
Como encerramento, reunir o grupo em pé, formando um círculo em torno do altar. A seguir, de mãos dadas colocar as 04 ações em oração, bem como as dores constatadas no ponto 1 (pedir para que cada jovem leia o que escreveu em sua folhinha no início do encontro). Após o momento de oração, comunicar ao grupo que as 04 ações ou projetos serão estudados com mais tempo e fôlego nos dois próximos encontros da JE, com o objetivo de que elas se tornem concretas para dentro das cidades.
Colaboradores/as: Jean, Cristiane, Yuri, Vilmar, P. Alberi, Daniel, Karen, Pamella, Gustavo, Laleska, César, Eduardo, Vinicius, Leonardo e Patrícia.
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