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ID: 18

Grande Deus!

27/04/2009


Não diga a Deus que você tem um GRANDE PROBLEMA; diga ao seu problema que você tem um GRANDE DEUS!

O livrinho de Rute, no Antigo Testamento, conta-nos uma história cheia de emoções. Daria uma novela e tanto. É a história de uma família. E certamente traz ricos ensinamentos para a nossa vida.

É a emocionante história de uma família com problemas, muitos desafios. Logo na Bíblia? Exatamente, a Bíblia vem nos falar da vida real, da vida não idealizada.

Essa história aconteceu “no tempo em que o povo de Israel era governado por juízes” (Rute 1.1). E a característica desse tempo foi que o povo de Israel se afastou de Deus e, por isso, acabou sofrendo muitos problemas. Portanto, a história de Rute é contada na Bíblia como um exemplo, uma parábola para nós.

Para ficar mais claro, vamos recontar essa história um pouco: Diz aí no começo do livro de Rute, que, por haver uma grande fome na região de Judá, um casal da vila de Efrata, perto de Belém – Elimeleque e Noemi – com seus 2 filhos, esta família vai à luta, sai em busca de sua sobrevivência. Eles vão morar e trabalhar em Moabe, um país vizinho (onde não há fome).

Busca por sobrevivência! Sair da terra amada, deixar parentes e até a família para trás, e sair em busca de sobrevivência - quem não conhece ou, quem sabe, até não vive, não experimenta uma situação assim?! Uma situação nada agradável, nada fácil naquela época e nem nos dias de hoje (claro que hoje o telefone, a internet, o transporte eficiente servem para amenizar um pouco este sofrimento das famílias!).

A família de Elimeleque, Noemi e os 2 filhos, estava se dando bem na nova terra. Até que um dia o chefe da família morre. Ainda bem que a viúva tem os 2 filhos: Malom e Qiliom. Estes logo se casam e Noemi ganha 2 noras moabitas. Mas não tarda a acontecer a tragédia fatal: os 2 filhos recém-casados também morrem, antes mesmo de dar tempo para gerar filhos. É assim que vemos, numa cena dessa “novela”, as 3 viúvas reunidas em uma sala discutindo o seu futuro. O desamparo, a ansiedade e a incerteza pairam no ar e tornam o ambiente pesado, escuro! Mas não escuro demais para a fé – mesmo fragilizada - de uma mulher chamada Noemi.

Ainda bem que Noemi não era mulher de entregar os pontos, de ficar sofrendo e choramingando amargurada. Antes, era ela uma mulher de fibra, mulher corajosa para enfrentar adversidades. Mesmo que um tanto afastada de Deus, ela consegue enxergar para dentro do escuro da sua situação. É alguém que levanta a cabeça e “diz ao seu problema que ela tem um GRANDE DEUS em quem confiar”.

Depois de 10 anos no exterior, na terra de Moabe, a viúva resolve voltar para sua terra natal, à vila de Efrata, em Belém. Mesmo porque a carestia, a fome já havia terminado por lá, como diz em Rt 1.6: “... o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão”.

No meio desta caminhada de retorno à sua pátria, Noemi faz uma parada para conversar com suas noras – chamadas Orfa e Rute. Pede que elas voltem à casa da mãe delas, que permaneçam em Moabe, junto com seu clã. Ao pedir isso às suas noras ela está lembrando de uma lei israelita que proíbe o casamento de qualquer jovem com uma mulher moabita, estrangeira e pagã. Que futuro teriam suas noras em Belém, longe do seu povo?

Uma atitude sensata desta já idosa viúva. Ela não pensa egoisticamente só em si, no prazer de ter as duas noras queridas com ela, mas ela pensa, em primeiro lugar, na felicidade das noras. Dá para imaginar que foi com muita dor no coração que ela pediu às noras, para voltarem ao seu clã.

Mas a “novela” – Noemi e suas 2 noras – apresenta mais um capítulo! Orfa, uma das noras, resolve aceitar a recomendação da sogra. Com um beijo ela se despede e volta à casa de seus pais, em Moabe. Mas sua irmã Rute decide – e bota decisão firme nisso – ela decide acompanhar Noemi a Belém. Venha o que vier – diz Rute – em todas as circunstâncias eu ficarei do seu lado! Inclusive confessa à sogra: doravante deixarei a crença pagã. O teu Deus é o meu Deus! E, de fato, após a chegada em terras israelitas ela começa a participar da vida religiosa em Belém. Sente-se bem recebida, sua integração na nova igreja e no novo ambiente nem é tão difícil, apesar das normas estabelecidas. Enfim, Rute tem condições de refazer a sua vida.

E não só isso. Pelos capítulos seguintes da “novela” (que recomendo você ler até o fim em sua Bíblia) pode-se constatar que, pelo casamento com um certo Boaz, Rute vem a se tornar a avó do rei Davi, de quem, por sua vez, vem a descender Jesus.

Quanto a Noemi, ela se alegra de estar novamente em casa. Às vezes ainda passa por momentos de amargura e tristeza ao recordar o que havia passado nos últimos anos. Mas tem Rute ao seu lado, como que um fruto missionário! Ambas aprendem unidas, a deixar, mais e mais, de olhar pra trás e encarar o futuro com fé e esperança.

Foi esta a minha grande lição de vida, pondera Noemi, a de aprender a esperar muito mais de Deus e em Deus! Ele é o guarda fiel do seu povo.

Noemi e Rute experimentam a salvação de Deus na história de sua família. E, quem sabe, até mesmo chegaram a pressentir que um dia haveria de sair deste lugarejo abençoado – Efrata de Belém – o SALVADOR do mundo todo – Jesus! Como mais tarde profetiza Miquéias (5.2): “E, tu, Belém Efrata, pequena demais, para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.

NÃO DIGA A DEUS QUE VOCÊ TEM UM GRANDE PROBLEMA!
DIGA AO SEU PROBLEMA QUE VOCÊ TEM UM GRANDE DEUS!

Como Noemi e Rute – mesmo quando por um tempo nos afastamos do aconchego amoroso de Deus – o que não podemos é deixar de confiar nele mais e mais, confiar nas soluções dele para a nossa vida, para nossa família, para o nosso ganha-pão. Esforcemos-nos, como Noemi e Rute, a olhar com esperança para o futuro e enxergar para dentro do escuro. Pois há uma luz eterna a nos esperar, uma luz que nunca se apaga. Retornemos ao Senhor, confiantes e esperançosos. A poderosa luz da ressurreição quer iluminar, desde a eternidade, a nossa caminhada neste mundo, aqui e agora.

P. Zulmir Ernesto Penno – Pastor da IECLB em Juiz de Fora/MG

(Existe um filme sobre esta história de Rute. Tente encontrá-lo. Vale a pena ver!)


Autor(a): Sínodo Sudeste
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8401

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