“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,ainda quando for velho, não se desviará dele.” – Provérbios 22.6
Observa-se que nem todos os confirmandos participam da vida comunitária após a Confirmação. É conhecida a piada dos morcegos: Para que não voltem à igreja, basta que sejam confirmados. Geralmente, aceita-se como normal que os recém-confirmados fiquem afastados da Igreja por uns tempos. Seria um tempo necessário para se posicionarem. Mas, não está na hora de perguntar se a idade em que se costuma realizar a confirmação é apropriada? Será que o Ensino Confirmatória e a Confirmação estão atingindo os seus objetivos? Se o objetivo da Confirmação é dar o SIM consciente para a Jesus Cristo e marcar o início da vida ativa como cristão adulto na comunidade, então a ausência dos recém-confirmados não se justifica.
Há alguns anos, era praxe os rapazes e as moças serem confirmados a partir dos 14 anos. Após a Confirmação, os jovens passavam a freqüentar, de forma espontânea, a Juventude Evangélica e a assumir tarefas na comunidade. Devido a diversos fatores, entre os quais a saída dos jovens cada vez mais cedo de casa para estudar e trabalhar, a idade para freqüentar o Ensino Confirmatório vem sendo antecipada. Hoje, há jovens iniciando o estudo aos 10/11 anos. Todos sabem que esta é a idade dos conflitos da adolescência, quando mais se luta com a própria identidade.
Por causa da antecipação da idade, constata-se que os confirmandos ainda não estão suficientemente maduros para assumirem compromisso tão importante e significativo para a sua vida. Em alguns casos, tem-se verificado que não se consegue atingir a profundidade suficiente para uma sincera profissão de fé. Não se pode ignorar que muitos confirmandos só freqüentam o Ensino Confirmatório por causa da pressão dos pais e da sociedade. Falta espontaneidade e, conseqüentemente, a sinceridade. Talvez seja esta a razão pela qual muitos confirmandos enxerguem a Confirmação como uma formatura com posterior adeus à vida comunitária.
O que fazer e como mudar essa situação? Primeiramente, o Ensino Confirmatório deveria deixar de exercer pressão sobre os jovens. A preparação para a Profissão de Fé deveria ser espontânea e solicitada pelos próprios jovens. A comunidade ofereceria ensino cristão doutrinário e aprofundamento bíblico para todas as idades (formação continuada). A Profissão de Fé poderia coincidir com a maioridade civil (16 a 18 anos). Haveria desvinculação entre Confirmação e Santa Ceia.
É difícil mudar essa situação? Certamente que não! Importante é refletir sobre o assunto nas comunidades e sonhar jeitos que façam do Ensino Confirmatório e da Confirmação um marco importante e significativo na fé das pessoas.
P.Geraldo Graf – Pastor da IECLB em Belo Horizonte/MG