Sínodo Sudeste



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ID: 18

Eu sei, o Espírito é vida!

15/09/2006


O Espírito de Deus é quem dá a vida...
As palavras que eu lhes disse são espírito e vida. (Jo 6.63)
O Senhor tem as palavras que dão a vida eterna! (Jo 6.68)

Ao refletir sobre o Espírito que dá a vida lembrei-me de que ainda é muito comum, em alguns meios, o uso da expressão “espírito de porco”. Muitos se expressam assim ao referirem-se a pessoas sem escrúpulos, sem limites, amigos da corrupção e da confusão, que desestabilizam ambientes de convivência, que estão sempre corrompendo os bons propósitos com o mal. Com esta referência quero dizer que no dia-a-dia, além do Espírito de Deus lembramos, ouvimos e interagimos com muitas linguagens sobre espírito: espíritos humanos, espíritos divinos bons e maus, espíritos de luz, da paz e de sabedoria. Quando prestamos atenção encontramos em nosso meio muitos nomes, conceitos e compreensões diferentes e contraditórias do termo espírito.

Como respondemos quando perguntados sobre qual o Espírito que nos santifica e nos conduz à vida eterna? Quem revela o que está oculto (Jo 14-16)? Quem anuncia aquilo que há de vir (Jo 16.13)? Se cremos que somente Deus pode revelar Deus, quem o revela (Mt 11.27)? Como é essa força espiritual de Deus que mora em nós desde o dia do batismo? Quem cria e mantém em nós esperança e fé? Quem nos auxilia e grita por nós na hora da oração? A estas perguntas respondemos rapidamente: O Espírito de Deus, o Espírito Santo. Verdadeiramente Esta é a nossa fé e, conseqüentemente, a nossa linguagem como cristãs e cristãos. Mas, como explicamos, assimilamos, compreendemos e experimentamos o Espírito Santo e as suas ações?

O Espírito Santo, o Paracleto, revela a vida, convence e impulsiona o seguimento a Jesus cristo, vocaciona, purifica e santifica. Cria comunhão com Deus. Dá a vida. É vida (tzoé). Estas palavras e conceitos sobre o Espírito para alguns são bonitas e reveladoras, para outros, a maioria, são de difícil compreensão e adaptação para a vivência espiritual do dia-a-dia. Para dar sentido a esta força santa de Deus nossa linguagem é fraca e limitada. Já sabemos que não podemos reduzir a beleza e o poder do Espírito de Deus a conceitos, a uma única fórmula ou linguagem. A tradução desta força santificadora e salvadora necessita de constante atualização e contextualização.

Na Bíblia, nos textos em hebraico, foi usado para a palavra espírito o termo ruach, que significa brisa, corrente de ar, força e vida. E nos textos escritos em grego foi usado pneuma com significado aproximado ao de ruach. Encontramos, ainda, na Bíblia outras metáforas, tais como fogo, vento, luz e água para comunicarem a força criativa, transformadora, bela e santa do Espírito de Deus.

Mas como falar que esta fantástica força de Deus é fogo, se para nós hoje fogo é destruição e ameaça; é força incontrolável e arma de guerra, capazes de destruir casas, edifícios, fábricas, depósitos, pessoas e meio ambiente? Como usar esta bela e fácil imagem se fogo hoje representa valores diferentes daqueles do tempo da Bíblia em que significava milagre da natureza, força que aquece, sinaliza, cozinha e transforma os meios para o trabalho e sustento? Ou então, como falar que o Espírito santo é vento, se vento na maioria dos meses do ano é quase sinônimo de pneumonia, se na praia junto com a areia é como chicote, se dele é preciso se proteger e evitar? Diferente do contexto geográfico bíblico em que vento era brisa que refrescava, reanimava e fortalecia. Como falar que o Espírito de Deus é luz, se em nossas noites as luzes das ruas, mercados, vitrines e fachadas comunicam produtos e mercadorias, pessoas, propostas e programas que parecem querer nos possuir, dominar e escravizar? Bem diferente do contexto bíblico em que luz era quase exclusivamente um fenômeno natural e sagrado que indicava caminho e revelava a vida e o futuro.

Convido você para arriscar comigo. Vamos atualizar um pouco a nossa linguagem, escolhendo novos termos para comunicar esta maravilhosa força de Deus.

O Espírito de Deus é como remédio, bom e barato. Ele cura. Toma conta do corpo e da alma e expulsa o demônio e o caos. Medicados com o Espírito de Deus alcançamos saúde, entendimento, lucidez e bem-estar.

O Espírito santo é como um abraço amigo e forte, fraterno e intenso. É como um abraço de reencontro e reconciliação. É um abraço que perdoa, que retira pesos e cargas, que devolve o fôlego e a liberdade.

O Espírito santificador é como um som gostoso de ouvir. Como um som que reúne e sinaliza, que desperta, chama e toca por dentro. Ele tem o poder de revelar a presença de Deus às pessoas, comunidades e povos sofridos, excluídos e oprimidos. Ele fortalece, toca e cria uma comunhão invisível entre todos os que crêem e buscam transformação. Com aquela melodia frágil e suave chega para os fracos e desanimados, para os aflitos e os desamparados e, então, acalma, reúne, fortalece, consola e cria paz. É um som inaudível para os ouvidos dos poderosos e maus, para os ouvidos dos possuídos pelo “espírito de porco”.

O Espírito de Cristo é um perfume que seduz e toca os nossos corpos mortais com o sabor da vida e da ressurreição. É perfume que afugenta o odor e o poder da morte. É perfume de amor que dá sentido à vida e cria um ambiente da ressurreição e da eternidade.

Jesus Cristo trouxe da parte de Deus vida para a vida humana condenada e rejeitada. Interferiu na história com o amor e a doação. E deixou no mundo e nas vidas humanas o Espírito Santo para ser remédio, carinho, abraço, afago, música e perfume. Eu sei, o Espírito de Deus é vida.

Pastor Guilherme Lieven


Autor(a): Guilherme Lieven
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 6 / Versículo Inicial: 63 / Versículo Final: 68
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8082

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Ainda não somos o que devemos ser, mas em tal seremos transformados. Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito, mas está em andamento. A vida cristã não é o fim, mas o caminho. Ainda nem tudo está luzindo e brilhando, mas tudo está melhorando.
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