Este texto encontra-se em 1a Pedro 3.15. Muitas das cartas do Novo Testamento são dirigidas a comunidades “jovens”, isto é, recém formadas na época (século 1). Os novos cristãos ouviram verdades importantes da fé cristã. Foram convencidos, aceitaram estas verdades e viveram a partir delas. Mas nem sempre era fácil ajustar os ensinamentos dos apóstolos ao dia a dia da vida das novas comunidades. Como é que a palavra pregada e ensinada pelos apóstolos podia ser praticada na vida das pessoas e das comunidades? Para ajudar nesta situação, foram escritas as cartas que encontramos no Novo Testamento. Elas tinham (e têm) o objetivo de orientar os novos cristãos e as novas comunidades na vivência prática de sua fé. As pessoas tinham se tornado cristãs há pouco tempo e na volta viviam pessoas não cristãs, às vezes hostis e inimigas da fé cristã.
A primeira carta de Pedro tem esta finalidade. Ao lermos esta carta, percebemos que ela quer orientar os cristãos em muitas áreas importantes da vida. Queremos ver uma destas áreas. Ela é mencionada no capítulo 3, versículo 15, e que está no início deste texto. Do que ela fala? Fala da esperança! As pessoas cristãs têm esperança. Mas qual é esta esperança? É a esperança de que Deus vai estar ao seu lado sempre, a vida toda, amando, orientando, perdoando, dando sabedoria e forças, corrigindo, renovando. Deus não vai se afastar, nem nos bons momentos, nem nos maus momentos. Nem na hora da morte e da dor.
“Falem desta esperança para as pessoas quando perguntarem. Falem com alegria. Falem com coragem. Mostrem que esta esperança faz uma diferença enorme na qualidade de vida. A vida tem sentido, a vida tem um rumo. A vida tem um objetivo. A vida vale a pena. Contagiem as pessoas com esta confissão de esperança. A vida delas também pode renovar. Podem ganhar esperança.”
Nós não somos mais “comunidades novas”, nem “cristãos novos”. Já temos quase dois mil anos de história e vivência cristã. Todas as pessoas de nossas famílias foram batizadas e pertencem a uma comunidade cristã. Nestes dois mil anos a esperança cristã se fortaleceu e se firmou. Somos igreja. Mas, significa que não precisamos mais falar desta esperança? Não precisamos mais dar testemunho desta esperança?
Precisamos sim! Quase todas as pessoas à nossa volta são batizadas em o nome de Jesus Cristo. Mas muitas pessoas esqueceram seu Batismo. Tantas pessoas não vivem seu Batismo. Por isso vivemos num mundo que tem grande falta de esperança. Muita gente à nossa volta está desesperada ou desesperançada. Justamente por isso é que continuamos a ser convocados para dizer às pessoas e ao mundo que em Jesus Cristo temos esperança. Nesta verdade somos novamente fortalecidos por este tempo de Advento que está aí. Deus continua sendo Senhor e Salvador de nosso mundo.
O Tema da IECLB para 2014, “ViDas em Comunhão” anuncia que temos Esperança. O Lema “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7) anuncia que a esperança continua sendo cultivada, que ainda podemos construir “coisas novas” apesar das desesperanças que acontecem ao nosso redor. A nossa esperança está firmada na certeza de que Deus continua sendo Senhor e Salvador de nossas vidas, através da atuação de seu Santo Espírito, que promove a verdadeira Paz. Eis a razão de nossa esperança!
Advento é esperança.