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ID: 18

Do medo a coragem da fé

08/07/2009


A vivencia, direta ou indireta, da violência, impunidade, injustiça, desemprego, corrupção, mentira, traição, entre outras tantas coisas, são razões suficientes para viver com medo. Medo se manifesta como violência, indiferença, paralise ou ousadia. Por isso, para muitas pessoas o medo se tornou algo comum e aceitável. Contudo, o evangelho de Marcos registra uma palavra de Jesus que motiva a abandonar o medo: “Por que é que vocês são assim tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?” (Marcos (4.40b). Essas palavras são um convite para refletir sobre o medo e se ele pode ser considerado como aceitável em nossas vidas.

Não é necessário dizer que o medo tem uma dimensão positiva e boa. Por exemplo, perante certas situações de perigo o medo nos deixa num estado de alerta que ajuda a preservar a vida. Contudo, o medo possui uma dimensão negativa, e é dela que nos ocuparemos aqui.

Os profissionais da psicologia nos dizem que o medo tem duas faces: a fóbica que se expressa na covardia, a renuncia, a submissão, uma impotência e sentimento de inferioridade. Trata-se de um abandono da própria vida, um negar-se a comandar o próprio dia-a-dia e deixar que outros decidam. A outra face do medo é a contrafóbica, cuja conduta é a ousadia, o reagir com segurança artificial que esconde, na verdade, muita insegurança. Trata-se daquele ato desesperado que procura eliminar o medo atacando aquilo que considera ser a fonte do medo. Mas, como o medo está dentro da pessoa e não fora dela, nunca consegue destruí-lo, tornando-se alguém medrosamente destrutiva.

Tudo bem, mas por que Jesus exorta as pessoas do relato do evangelho de Marcos, antes mencionado, a abandonar o medo? Porque o medo as paralisou. O medo as trancou dentro da prisão da impotência, da renuncia. Desta forma, o medo lhes tirou a autoconfiança ao ponto que abandonaram a luta pela mudança, pela transformação da situação. Esse é o maior mal que o medo engendra: impedir que as coisas mudem e deixar tudo como está. O relato de Marcos nos narra que num esforço de se sobrepor do medo, os discípulos buscam controlá-lo responsabilizando Jesus da situação. Nem a impotência, nem a agressão dirigida a um suposto responsável contribuiu à mudança da situação.

Perante esse medo Jesus propõe a coragem. Vencer o medo pela coragem que nasce da fé, que se nutre de uma relação de confiança entre a pessoa e Deus. A palavra trazida por Jesus é que Deus nos ama. É que Deus acredita em nós! Esse amor incondicional de Deus, essa confiança de Deus em nós, nos transforma em pessoas amadas. Pelo fato de Deus confiar em nós, é possível confiadamente lutar pela transformação de nosso mundo. Porque Deus nos ama, é possível plantar sinais e sementes de amor que um dia germinarão em transformação da violência em paz, da impunidade em justiça, do desemprego em trabalho, da corrupção em probidade, da mentira em verdade, da traição em confiança entre outras tantas coisas.

Abandonar a luta contra o mal neste mundo, por causa do medo, é negar o que Deus fez. Renunciar a transformação deste mundo por causa do medo é tornar inútil todo o amor de Deus por nós.

O desafio das palavras de Jesus é: vamos abandonar o medo e assumir a responsabilidade pela nossa vida. Vamos encarar os nossos medos que se ocultam nos âmbitos da família, das amizades, do trabalho, do bairro, do município, da cidade e dar-lhes um nome. Quais são os nossos medos e que dominam nossa existência? São reais ou exagerados? Esse convite de Jesus se fundamenta no fato que só o amor incondicional, com o tempo, pode ser mais forte do que o medo “No amor não há medo, mas o perfeito amor expulsa o medo” (1Jo 4. 18).

Por isso, Ele nos disse: “Meu pequeno rebanho, não tenha medo!” (Lc 12. 32a).

P.Pedro Puentes Reyes
Pastor da IECLB na Paróquia Vale do Paraíba
São José dos Campos/SP


Autor(a): Sínodo Sudeste
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8408

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