Às vezes me perguntam que critérios se deve levar em conta para votar num ou noutro candidato (ou candidata) nas eleições. É claro que o critério ético é o mais importante. Não é a religião a que pertence, nem a proximidade. Sempre se deve levar em consideração se a pessoa vai resistir às tentações de que um cargo eletivo proporciona. A pessoa deve ter suporte interno e suporte externo para não se deixar seduzir por ofertas de propinas e vantagens.
Mas, existem outros critérios. Um deles é o de votar por eliminação. A pessoa anota o número de cantidatos/as que aparecem em carros que “aprontam” pelas ruas. Dá um pouco de trabalho, mas é eficiente. Basta ir anotando os números nas janelas e portas dos carros que furam o sinal vermelho, têm motorista falando ao celular, não indicam com a seta que irão mudar de pista e assim por diante. Em São Bernardo tem um candidato que deixa seu carro todo pintado com sua propaganda num estacionamento de um Supermercado... numa vaga para pessoa com deficiência!!! Neste método, existe o risco de ficar sem candidato no final!
Em frente à Casa Mateus, em Mauá, um grupo de candidatos a vereador também deu uma contribuição para o método acima. Numa distância de 50 metros entre si, 3 candidatos tocavam suas músicas e palavras de ordem num volume baixo. Então, começaram a colocar um pouco mais alto para abafar a do outro, e cada vez mais alto, de forma que, no fim, ninguém ouvia mais ninguém. Nem dentro da Casa se podia atender ao telefone, de tanto barulho. Dá para imaginar o que fariam estes candidatos se fossem eleitos. Dá para imaginar como iriam se comportar nas reuniões da Câmara de Vereadores.
Seja como for, é importante votar consciente. Selecionar dois ou três candidatos/as e conversar com outras pessoas sobre os nomes. Também é importante lembrar que no Brasil a separação entre Igreja e Estado é lei e que devemos levá-la em consideração. Lembremos também que, quando não havia esta separação, nossa Igreja era excluída e discriminada. O Estado é laico e as pessoas que se dedicam à política devem fazê-lo acima dos interesses de alguma Igreja ou de interesses privados. Encarar a política desta forma já vai ajudar bastante na hora de decidir em quem votar.
Sendo assim, desejo a todos um voto consciente e bem pensado.
Carlos Musskopf – Pastor da IECLB na Paróquia do ABCD – Santo André/SP.