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ID: 18

Caçadores de esperança

10/11/2008


A Vida concebida e gerada pelo Criador a cada instante revela seus encantos. Os sinais de esperança nos ensinam. O ser humano surpreende e aprende ao descobrir coisas tão simples e tão grandiosas. A vida manifesta seus mistérios aqui e ali, que nos mostram como somos pequeninas/os. “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aquelas pessoas que o amam.”

Compartilho uma reportagem sobre os caçadores de nuvens como sinal de vida em resposta a desesperança: O deserto de Atacama, no Chile, é o deserto mais árido do mundo. Em alguns lugares só chove a cada oito anos. Julio Espinoza, 11 anos, diz, ou você trabalha numa mina ou como pescador. O Hugo é um desses pescadores, mas ele decidiu com outros colegas que era preciso tentar coisas novas. “Aqui só cresce cactus porque é muito seco”, explica ele. Mas, um dia, o pescador Hugo falou para o garoto que tem muita água em Atacama. É só saber para onde olhar. Hugo vê água no céu, nas nuvens que passam. Basta capturá-las, diz o pescador.

Foi assim que Julio e Hugo viraram caçadores de nuvens. “Em breve nossa comunidade vai ter água suficiente até para plantar tomates”, diz o menino. No Atacama, a água sempre passa por cima. “Vai para os Andes e esquece da gente”, diz Julio. “Tem centenas de litros de água na camanchaca, que é como nós chamamos a névoa. Tem dia que a camanchaca é tão espessa que não dá pra ver nada. Névoa é a única coisa que a gente tem aos montes por aqui”. “Por isso, o sistema que usamos não tem nenhum segredo. É só pegar as nuvens e capturar a água que está dentro”. As plantas aqui sobrevivem apenas do nevoeiro. Elas pegam as partículas e, gota a gota, a água cai no solo e alimenta a planta. “Nosso sistema é igual”, explica Julio.

Os captadores de camanchaca são feitos de redes. A nuvem passa e a água fica na rede. As gotas caem numa calha ligada a um cano que leva a água lá pra baixo, onde ficam os tanques. Esses reservatórios fornecem a água para o sistema de irrigação. “Conseguimos cerca de quatrocentos litros de água limpa por dia’, conta Julio.

O único problema dos captadores de nuvens é que eles são fracos e quando venta muito, quebram. Fora isso, eles funcionam bem no Atacama, onde o nevoeiro é constante, venta muito e a montanha é alta; à altura das nuvens. “Hoje é dia de festa. A estufa está finalmente funcionando”. “Aqui, cada gota é usada para irrigar uma planta”, explica Hugo. “Irrigamos durante vinte a trinta minutos, dependendo se o dia está mais ou menos quente”.

O povo daqui agora acredita nos captadores de névoa. Na água celestial. “Ai, vamos plantar mais e ter mais água para beber”, acredita o menino. “É só a gente virar bons caçadores de nuvens”.(fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico)

Pa. Elisabet Lieven, Pastora da IECLB em Teófilo Otoni/MG.


Autor(a): Sínodo Sudeste
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8379

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