“Deus abençoa a terra que recebe a chuva, a qual muitas vezes cai sobre ela e produz plantas úteis para aqueles que trabalham nela.” Hebreus 6.7
Aqui em Minas é tempo de chuva. Muita chuva!! As famílias da zona rural necessitam em primeiro lugar pro seu sustento, de chuva para abastecer as nascentes pro plantio das hortaliças. Sem as chuvas no tempo certo e na medida certa não tem pão na mesa. Na mesa das famílias que cultivam e nas mesas daqui da cidade. No ano que chove bem, o povo come bem, e a gente celebra com alegria a vida que verdeja mesmo nos morros mais pelados de outrora. As plantas revigoram, as sombras das copas ficam majestosas e nasce flor pra todos os lados. As frutas amadurecem e aparecem os pássaros e os macaquinhos que andavam sumidos. As ruas e os telhados lavam a alma. E fica tudo mais cheiroso, mais fresco, mais farto de sinais de transformação. “...porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos”. Mateus 5. 45b
Iniciar um ano com tantas bênçãos é presente do Criador. Mas chuva precisa de chão pra penetrar, precisa de raízes de grandes e pequenas árvores pra atingir o lençol lá embaixo que abastece as fontes aqui em cima na terra. Chuva precisa de rios protegidos e respeitados, precisa cair e deslizar livremente pra encher os mananciais e ir pro mar devagar ou mais ligeiro como ela preferir. Chuva precisa de terra pronta pra semear, pra acreditar no amanhã. Chuva quer espaço, seu lugar de direito e adquirido ao longo dos milênios de sua missão. Por isso traz tristeza quando vemos num canto do mundo destruição e enchentes, no outro canto reclamação do “mau tempo” porque não vai ter praia no fim de semana, e no outro canto o sertão esturricando.
Enquanto chove Deus derrama bênçãos de esperança nos campos e nas cidades, na minha e na sua vida. Essa graça infinita tem o poder de fazer brotar novas iniciativas...novos horizontes.
“Josefina sai cá fora e vem vê
olha os fôrro ramiado vai chovê
vai trimina riduzi toda a criação
das banda da lá do ri Gavião
chiquêra prá cá já ronca a truvão
Futuca a tuia, pega o catadô
Vamo plantá feijão no pó.” Arrumação (Elomar)
Súplica Cearense
Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará
Luíz Gonzaga Composição: Gordurinha e Nelinho
Pa. Elisabet Lieven
Pastora da IECLB em Teófilo Otoni/MG