- Conhecemos pela mídia tantas histórias de atletas, em especial jogadores de futebol, que têm vitórias fantásticas, dão alegrias aos torcedores, e enchem seus cofres de dinheiro. Estes heróis derrotam todos adversários e ultrapassam todos os obstáculos. Sempre com muito suor, muita dor, muita dedicação aos exercícios, treinamentos, jogos, viagens, sacrifícios.
- No entanto, o que podemos dizer de sua vida interior? Constantemente recebemos notícias do vazio interior em que vivem e de como procuram preencher este vazio: festas, drogas, mulheres, travestis, corrupção.
- Acontece que eles têm um adversário, que os derrota paulatinamente, mas com toda segurança: eles mesmos. Não conseguem derrotar seu egoísmo, seu individualismo, seu narcisismo. Percebe-se que vivem uma grande angústia: um vazio que não conseguem ou não querem explicar, pois lhes é dito que são pessoas realizadas pessoal e profissionalmente.
- Na verdade, apesar das grandes mudanças que as fortunas que acumulam lhes proporcionam, eles não conseguiram crescer. A cada ano só repetem a fórmula de sucesso dos anos passados, mas não há crescimento, não dão um passo adiante em seu desenvolvimento.
- Quem aumenta fica igual; não cresce.
- Com muitas pessoas que se consideram cristãs acontece a mesma coisa. Tem uma enorme dedicação ao trabalho, ao sucesso, ao aumento de títulos, contas bancárias e cargos. Mas, também vivem o mesmo vazio do aumento. Vivem na solidão da massa. A coroa de louros adquirida é como a que se refere o apóstolo Paulo em sua primeira carta ao Coríntios (9, 24 – 27): uma cora de louros secos e descartáveis.
- Mas, o que devemos fazer para deixar esta coroa sempre verde, sempre animadora e fonte de energia? Como fazer para crescer, quando a gente se dá conta de que está apenas aumentando?
- Para crescer, em primeiro lugar a gente tem que entrar em contato com a fraqueza. Reconhecer e admitir o vazio e procurar preencher com um verdadeiro crescimento. Este se dá de forma integral, envolvendo (e não separando!) corpo e espírito. Em segundo lugar, reconhecer que o crescimento integral é algo que não se alcança sozinho. São sempre necessárias mais pessoas. Esta necessidade, esta carência, este sinal de fraqueza, é o início de toda força verdadeira e do poder autêntico.
- Que cada um/a possa encontrar na Comunidade o espaço para abrir as fraquezas, de preencher os vazios e de viver o verdadeiro crescimento.
Pastor Carlos Musskopf,
Pastor da IECLB,
Paróquia do ABCD – Santo André/SP.