Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Salmo 139.23-24)
Em muitas residências, especialmente no interior, as pessoas colocam armadilhas para pegar moscas. Uma dessas armadilhas consiste num vidro bem transparente, com abertura na parte inferior. Coloca-se água de sabão dentro do vidro e, debaixo do mesmo, uma isca (açúcar, mel ou outro doce). Atraídas pela doçura da isca, as moscas não se dão conta da armadilha. Aprisionadas no vidro, vão caindo, uma a uma, na mortífera água de sabão.
Nós somos parecidos com as moscas. Todos nós corremos o risco de sermos atraídos por objetos, atitudes e práticas que nos seduzem sem percebermos de que, às vezes, são iscas (tentações) para nos aprisionar. Por nós mesmos, temos dificuldade para dizer não às mesmas.
Quanto maior a responsabilidade tanto maior pode ser a sedução/tentação. Aqui cabe uma comparação: quem pesca lambari ou piaba, usa isca e anzol pequenos. Quem pesca peixe grande, usa isca e anzol grandes. Quanto maior a nossa responsabilidade, tanto maior pode ser a isca para nos seduzir e desviar da prática do bem, da justiça e da verdade.
As pessoas não precisam se deixar arrastar pelo mal. Esta é a conclusão a que chega Martim Lutero ao afirmar que “podemos impedir que os pássaros construam seus ninhos sobre as nossas cabeças”. Podemos resistir às tentações ao buscarmos ajuda junto ao nosso Deus. A exemplo do apóstolo Pedro (Mateus 14.22-33), aprendamos a olhar em direção de Cristo e agarrar a sua mão estendida. É o que reconhece o salmista ao submeter sua vida à orientação de Deus.
P. Geraldo Graf
Pastor da IECLB em Belo Horizonte/MG.