Na fábula infantil “Alice no país das maravilhas”, há um momento em que a pequena criança se depara numa encruzilhada. Havia dois caminhos à frente, “duas portas”, duas possibilidades. Nesta encruzilhada ela pergunta: “O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho devo tomar para sair daqui?” “Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato. “Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice. “Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato. Da ficção para a realidade percebemos que a situação da garotinha muitas vezes se entrelaça com a nossa. A nossa frente, há várias portas que levam a distintos lugares e nem sempre sabemos ao certo para onde estamos indo. Como vemos na imagem ao lado, as possibilidades são muitas, encontramos portas estreitas e largas, altas e baixas, simples e sofisticadas, velhas e novas, pequenas e grandes e tantas outras... Certamente sem a orientação do Espírito Santo será difícil acertar a porta que descobre o melhor caminho. Certamente sozinhos não conseguiremos abrir todas. Por isso, a metáfora da porta, quer ser também entendida na dinâmica da Comunidade Cristã. Onde, nela, o Espírito Santo se manifesta e concede a cada pessoa um dom e a coragem/ousadia/prudência, como concedeu aos discípulos em Jerusalém, para, num esforço mútuo, abrir quase todas as portas e criar também novas. De portas abertas, caminhos se revelam e cada qual serve com o seu dom.
Lembramos também que, na metáfora da porta, não estamos apenas diante delas, mas também atrás delas. Também somos portas por onde as pessoas querem entrar. E toda sorte de pessoas batem a nossa porta, tanto com boas ou más intenções. Capazes de oferecer amizade e destruição. Sobretudo, lembramos também que numa das mais belas imagens de “Boa Nova” Cristo bate à nossa porta: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”.
Prezado leitor, não fechemos nossas portas ao Senhor que quer entrar, abramos portas e nossas portas para a comunhão com Deus e com o próximo. Vamos deixar Cristo entrar em nossas casas, pois assim, com certeza, nas encruzilhadas da vida, auxiliados por seu Espírito, saberemos abrir portas, entrar por elas e deixar o caminho aberto para demais pessoas. E se alguém lhe perguntar “para onde vais” saberás responder. Amém!
Edélcio Tetzner (Resende RJ) e Edilson Tetzner (Guarulhos SP), Pastores da IECLB