A partir do lema da Igreja Evangélica de Confissão Luterana – IECLB, proposto para este ano “Velhinhos e velinhas sentarão nas praças de Jerusalém e as praças ficarão cheias de meninos e meninas brincando”, tenho observado mais as praças das cidades. Resende, inclusive, tem uma bela praça que muito se identifica com a da profecia de Zacarias. Há crianças e velhinhos, sentados, brincando e jogando, isso mesmo, muitos velhinhos jogando cartas nos bancos das praças.
Observando um jogo deles notei que algumas cartas têm mais valor do que outras. São os ases. Logo me veio à mente uma metáfora em que nossa vida se compara a um jogo de cartas, composta de ases/momentos significativos. Dependendo da carta na mesa, dependendo do momento, muda também o valor do ás. Assim sendo, ora o maior é o Ás de copas, ora é o de ouros, ora é o de paus, ora é o de espadas.
Ás de ouros para os momentos em que concentramos esforços em estabilidade financeira, momentos de racionamento, de economia e planejamento. Dentro de seus limites é importante, em excesso é consumismo, alienação.
Ás de espadas, para os momentos em que lutamos com todas as forças para defender os nossos direitos e os do próximo, a nossa democracia. Fundamentalmente tem seus limites, se abusado gera conflitos e violência, injustiças e morte.
Ás de paus, para os momentos em que imaginamos conseguir resolver tudo na “paulada”. Com o uso da força, sem diálogo, sem fraternidade, com imediatismo. “Ou vai ou racha”
Ás de copas, para todos os momentos, interagindo com os outros ases na busca do equilíbrio, justiça e felicidade. Assim como no jogo de cartas, nossa vida também tem outras cartas e até mesmo coringas. É um jogo de memória, de interação com outras pessoas, em que ocupamos as praças da vida buscando sempre a melhor jogada. Lembremos ainda que vencer não é necessariamente acertar e ganhar sempre, mas pela graça de Deus, somos o que somos, perdedores e vencedores, e a graça que Ele nos deu não fica sem resultados.
P.Edélcio Tetzner, Pastor da IECLB em Resende/RJ