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ID: 18

A nostalgia do Natal

Meditação

27/12/2002


Aconteceu mais uma vez: passamos por um tempo de Advento, preparamos nosso espírito para o Natal, ficamos mais sensíveis, cantamos Noite Feliz, corremos como loucos em busca de presentes que foram distribuídos e no fim ficamos com a sensação de não ter agradado tanto quanto queríamos...

E o Natal passou! Que pena! Mal se foram os dias 24 e 25 de dezembro e já deixam saudade. Nestes dias, muitas pessoas carregam um semblante diferente, há mais serenidade, mais facilidade em esboçar um sorriso, mais atenção para as necessidades dos outros. Ficamos mais alegres e queremos que esta alegria atinja todas as pessoas. Natal é tempo em que a tristeza é proibida. Sinal disso são as campanhas típicas dessa época: orfanatos motivam famílias a pegarem crianças órfãs para passar os dias de festas; artistas, empresas e pessoas de segmentos variados promovem campanhas de solidariedade para levantar doações de alimentos e roupas que visem um Natal sem fome... Ah, Natal assim deveria ser todo dia! Se fosse, possivelmente haveria menos indiferença e mais interação entre as pessoas; menos competição e mais cooperação; menos stress e mais serenidade...

Na verdade, a idéia do Natal de Jesus é justamente essa: que todo dia seja Natal; que a singeleza do quadro descrito pelo presépio, formado por personagens simples, animais e pessoas pobres, nos toque de modo que também busquemos levar nossa vida com mais simplicidade, de forma descomplicada, sem apelar para aparências, dinheiro, status social ou bens, enfim, coisas através das quais buscamos reconhecimento ou tentamos medir nosso valor.

A cada dia, Jesus está à porta de nossos corações em busca de um lugar para nascer. Com seu choro de criança indefesa, ele tenta nos cativar para que não abandonemos o mundo à própria sorte, mas nos empenhemos no sentido de torná-lo um lugar para cada ser, pessoa, planta ou animal, viver em pleno gozo de sua natureza.

Se quisermos que o espírito e os efeitos do Natal estejam presentes e visíveis durante os demais dias do ano, cabe a nós não deixar que isso adormeça dentro de nós para somente ser despertado quando o próximo Dezembro chegar.

No Natal celebramos a presença de Deus entre nós. Esta presença é concreta, mas só se deixa perceber quando nós, tocados pela fé, refletimos a ação de Deus, agindo neste mundo por Ele amado, convencidos de sermos instrumentos de Deus para que Sua vontade seja feita aqui na terra como no céu.

Que o Deus-menino, aquele que escolheu viver entre a gente, continue amolecendo nossos corações para que o gosto e o sentimento do Natal sejam por nós vividos e manifestados ao menos um pouco a cada dia. Amém!

Pª Aneli Schwarz


Autor(a): Aneli Schwarz
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7371

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