A morte nos assusta. Alguns, apesar de dizer: não temo a minha morte, não suportam a idéia de perder alguém próximo. Outros evitam este assunto de todas as maneiras possíveis. Procuram evitar tudo o que a lembre. Não vão a sepultamentos. Procuram não passar na frente de cemitérios. Mas, seja lá qual for a postura que adotemos, a morte continua sendo uma realidade presente. Muito real em todos os setores desta vida.
Em vários lugares ouvimos algo sobre a morte e o morrer. Hoje em dia, para quem gosta de novelas, sabe que este tema é abordado. Mas, tantas vezes, ali é apresentada a doutrina espírita da reencarnação. E esta, em resumo, aponta o seguinte: ao morrer o espírito da pessoa se desprende do corpo. O corpo não vale nada. O que vale é o espírito. Então o espírito vai ficar num lugar intermediário aguardando uma próxima reencarnação. E assim com sucessivas reencarnações vai passando por um processo de aperfeiçoamento até se tornar um “espírito superior” e não mais precisar reencarnar.
A verdadeira Igreja cristã discorda deste caminho apontado pelo espiritismo. Nós, seguindo os ensinamentos bíblicos, falamos em ressurreição do corpo. Ou seja: reencarnação e ressurreição não têm nada a ver um com o outro.
A doutrina da ressurreição valoriza o nosso corpo. O vê como uma unidade. Ou seja, ele é indivisível. Tudo o que o compõe: corpo, alma e espírito, não podem ser separados. Nem mesmo pela morte. Por isto a ressurreição prevê a nova criação do corpo de forma completa. Então o que vai ressurgir é a pessoa de maneira completa. O que ressuscitará é o corpo, e não apenas o espírito.
Repito: a fé cristã valoriza o corpo. Ele é criação e presente de Deus para o indivíduo. E apesar de sofrer com doenças, envelhecimento e mesmo a morte, ele não perde o valor que Deus lhe deu. Por esta razão somos constantemente chamados a sermos responsáveis com nosso corpo e a vida que Deus nos deu. Procurar conservá-lo íntegro e são, mesmo diante da mais grave das doenças, é sinal de confiança no Deus e Pai que nos deu a vida.
A fé na ressurreição nos leva como parte da Igreja Cristã a acompanhar os enlutados no momento de despedida de seus entes queridos. A presença da pastora ou do pastor e da comunidade são sinais claros de solidariedade e apoio nesta hora tão difícil. Mas também é o momento em que proclamamos a vitória de Jesus Cristo sobre a morte. Ele ressuscitou! E a partir de nosso batismo temos participação tanto em sua morte, para o perdão de nossos pecados, como na promessa de nossa ressurreição para a vida eterna.
Finalizo lembrando que é forte nossa tradição em proclamar a vitória da ressurreição de Cristo sobre a morte. No credo Apostólico dizemos: “Creio”... ”na ressurreição do corpo e na vida eterna”. No hino de Martim Lutero “Deus é castelo forte”, na estrofe quatro, temos a seguinte confissão: “Se a morte eu sofrer, se os bens eu perder: que tudo se vá! Jesus conosco está. Seu Reino é nossa herança!” (Hinos do Povo de Deus I, 97. 4).
A morte pode até nos assustar. Mas ela não tem a última palavra. A última palavra é de nosso Senhor Jesus Cristo que venceu a morte e seu poder. A vida conquistada por Cristo com sua morte e ressurreição é que irão prevalecer!
Pastor Renato Gerber