“Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Salmo 122.1)
Recebi por e-mail um interessante relato de uma pessoa que provocou uma discussão muito grande quando disse num programa de rádio que não iria mais aos cultos. Depois de 30 anos não se lembrava de uma só das prédicas que tinha ouvido. Outro leitor replicou que nos últimos 30 anos ele comia diariamente a comida preparada por sua esposa e que também não lembrava de nenhum prato em especial. Mas, se não tivesse sido alimentado, não estaria aí para contar esta história.
Da mesma forma, precisamos do alimento espiritual da Palavra de Deus e dos Sacramentos, bem como do calor humano que só podemos ganhar no culto dominical. Podemos ler e ouvir a Palavra sozinhos, podemos sentir calor humano em outros lugares. Mas, tudo junto, só na Igreja, só no culto.
Por isso nossa Igreja combina de forma harmônica a tradição e a modernidade. A tradição nos liga com o passado e com o futuro. A modernidade nos liga com o presente. A tradição nos liga com seriedade, transparência, seriedade, ponderação, que são elementos do passado que queremos ter no futuro também, e mais, sobre os quais queremos construir o futuro. A modernidade nos liga com o mundo atual e seus desafios: a pressa, as dificuldades financeiras, as brigas, a violência, falta de esperança; nos liga com o computador, a Internet, o celular, o twitter, o cuidado com o ambiente natural. Tudo isso provoca cansaço e desânimo.
Para vencer o cansaço e o desânimo, nada melhor do que um encontro coletivo com Deus; nada melhor que o fortalecimento da fé, da alegria, da paz, da disposição para ir à luta e dar conta do desafio que nos coloca a modernidade
Olhando para o passado e para o futuro, sentindo a presença de Deus na história passada e na história por vir: é assim que também adquirimos um sentido para vida no presente. Mas, nada disso acontece sozinho. Com Deus estamos juntos/as e com Deus vivido e celebrado em Comunidade não seremos derrotados/as.
A Palavra de Deus age em nós, nos alimenta e transforma porque é Palavra viva que entra por um ouvido e não sai no outro. Entra e permanece, alimenta e orienta. Mesmo que a gente não se dê conta disso, ou que a memória não lembre do seu conteúdo. Isto certamente é motivo de alegria. Amém.
P.Carlos Musskopf, Pastor da IECLB na Paróquia do ABCD – Santo André/SP