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Palavra do Presbitério Setembro 2017 - Igreja Luterana de Santos

Como se fortalecer da solidão?

10/08/2017

 

Caros Membros da nossa Paróquia!

Como se fortalecer da solidão?

No dicionário Aurélio define como um “estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só”, mas o mesmo também menciona como “situação ou sensação de quem vive só ou isolado numa comunidade”. Trata-se de um estado mental caracterizado por profunda sensação de um vazio interior, de isolamento. É a ausência de contatos significativos. É o sentimento de querer uma companhia, ou querer realizar alguma atividade com outras pessoas. É um sentimento de angústia e que se coloca diante de um portal em um mundo interior onde a chave é o sentido do mundo, o porquê das coisas, as perguntas que se fazem e para as quais não se encontram as respostas.

Lá no início, Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só...”(Gen 2:18). A princípio, teria Deus à intenção de resguardar o homem da Solidão? Estaria a solidão intimamente ligada à companhia de pessoas? E quem já viveu a experiência, mesmo que acompanhado(a), teve a sensação que estava só?

Mas diante de tantos questionamentos, o entendimento da palavra de Deus permite a despertar a lucidez para dar sentido à solidão. Muitas são as causas que podem levar ao processo de sofrimento, pode ser a perda de uma pessoa querida, outra pela mudança de um grupo de pessoas para outro, onde as pessoas são desconhecidas, e se sente desambientada. Há aquelas que se isolam por acharem desprezadas, e se fecham para o mundo. Já por outro lado, há um expressivo contingente de pessoas que, através das redes sociais, buscam suprir a carência de estar com alguém, pressupondo em minimizar o sentimento de solidão. É como os participantes estivessem sempre rodeados de pessoas, mas não pudessem contar com nenhumas delas para uma relação mais próxima. Mas afinal, como dar entendimento a solidão? 

Dependerá da percepção de cada um. Mas se distingue uns dos outros pela maneira como lidam com a solidão e com o sentimento de liberdade ou de abandono que dela decorre, dependendo do modo que se interpreta a origem da existência. O homem se torna autêntico quando aceita a solidão como o preço da sua própria liberdade. E se torna inautêntico quando interpreta a solidão como abandono, como uma espécie de desconsideração de Deus ou da vida em relação a ele. Com isso torna-se estranho a si mesmo.

Algumas pessoas aceitam a solidão para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Aprendem que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro delas mesmas. Outras que, por sua vez, guardam dentro de si, o sentimento de rejeição, abandono, incompreensão, falta de compaixão e desamor. A questão é como se fortalecer de fato acerca da solidão?

Jesus, afirmou certa vez: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou” (Mt 18,20). É preciso refletir a importância de manter um relacionamento saudável com outras pessoas, seja através do ambiente do pequeno grupo, de uma comunidade, no núcleo familiar, em ambiente de trabalho ou de uma igreja, ou até mesmo estreitando a amizade com amigo.

A Bíblia menciona que “há amigo mais chegado que um irmão” (Pv 18,24). Não obstante, sustentar o pensamento na certeza de que o nosso Deus não abandona, e que sempre estará ao nosso lado: “Não tenha medo, pois estou com você... Não fique ansioso(a), pois eu sou o seu Deus. Vou fortalecê-lo, sim, vou ajudá-lo, vou segurá-lo firmemente com a minha mão direita de justiça” (Is 41,10). E como  também disse Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). O salmista e reforça: “Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem”. (Sl 23,4).

Transformar os tempos de solidão numa experiência de comunhão com Deus é “não andarmos ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, mantermos em oração e súplicas, e com ação de graças, apresentando nossos pedidos a Deus. E a Paz de Deus, excederá a todo o entendimento, guardará os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus”. (Fl 4,6-7);

Marcio J. Mollemberg


Autor(a): Marcio J. Mollemberg
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Santos (SP)
Natureza do Texto: Artigo
ID: 43293

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