As fortes chuvas no Rio Grande do Sul não causaram apenas um cenário de destruição. Por trás de cada casa invadida ou carregada pelas águas há histórias de vida que foram forçosamente transtornadas.
Enchentes e enxurradas não fazem distinção de religião. Compartilhamos aqui alguns relatos do âmbito da IECLB como expressão do sofrimento comum.
O Pastor Sinodal Eduardo Stauder, do Sínodo Nordeste Gaúcho, escreveu: A situação é bastante difícil. Muitas localidades estão sem acesso. No vale do Paranhana, as cidades de Três Coroas, Igrejinha, Parobé, Taquara, Rolante foram atingidas pelas cheias.
Em Três Coroas, Igrejinha e Montenegro, os ministros tiveram que deixar as casas pastorais. Alguns tiveram grandes perdas de móveis e pertences. Também em Rolante, a água invadiu a casa pastoral. Em Salvador do Sul, a Ministra teve que sair de casa por risco de deslizamento.
No Vale do Caí, a água invadiu templos em Montenegro, São Sebastião do Caí e em Vale Real. O Templo de Montenegro completou 60 anos no dia 03/05, e não foi um dia de festa. O Espaço de Diaconia da Comunidade de Rolante foi igualmente atingido pelas águas. O Pastor Jorge Rucks Hirt, que atua em Rolante com sua esposa, Pastora Louvani Kuhn Hirt, relata: “entrou 25 centímetros em nossa casa. Não perdemos nada, só o sono e o tempo para limpar.
Mas a cidade ficou arrasada. Muito triste!”
Do Sínodo Centro-Campanha Sul, o Pastor Sinodal Décio Weber compartilhou relato do Pastor André Luiz Martin, da Paróquia de Rio Pardinho. Na área de abrangência da Paróquia, a área mais atingida foi a Comunidade Ponte Rio Pardinho. Em torno de 50% das famílias dessa comunidade tiveram as casas inundadas até o telhado. Muitas delas ficaram somente com a roupa do corpo. A enxurrada levou casas, maquinários e animais. Enfim, não sobrou nada, relata o Pastor. Também a Igreja da comunidade foi tomada pelas águas.
Em meio ao cenário desolador, o Pastor André diz: “Precisamos tirar o chapéu para o pessoal que arriscou a vida para salvar”. Além da equipe do corpo de bombeiros, muitas pessoas ajudaram no resgate e transporte, entre elas o grupo da Juventude Evangélica”, destaca.
Sinimbu, uma pequena cidade na região central do Rio Grande do Sul, é outra localidade fortemente atingida. Instalações comerciais e públicas, casas, pontes e estradas foram assoladas pelas águas. A Pastora Glorinha e o Pastor Jair Quinot escrevem: “estamos bem graças a Deus, ajudando no que for possível. O sinal de telefone está muito instável, não se tem comunicação com o pessoal do interior. Hoje começou a chegar ajuda e certamente amanhã virá mais, assim que o acesso a Santa Cruz estiver liberado”.
Luis Sievers, Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Taquari, também enviou relatos sobre a situação desoladora. A região já havia sido severamente fustigada por enxurradas no segundo semestre de 2023 e agora experimenta a maior enchente da história. O Rio Taquari superou a marca de 30 metros, maior registro desde que as medições iniciaram há 150 anos.
Em Lajeado, o volume e a força das águas impressionam. O templo da Comunidade de Lajeado não foi afetado pelas águas, mas no último domingo, dia 05/05, não houve culto. A igreja está sem luz e os pastores não têm como chegar. Do seu apartamento, cercado por águas do Rio Taquari, O Pastor Henrique Luiz Arnoldo enviou uma foto e escreveu no dia 03/05: “Amanheceu assim na frente do meu prédio em Lajeado. Sem água, sem energia… logo fico sem bateria”.
Estes são apenas alguns relatos, entre tantas outras situações dolorosas. Graças a Deus, a solidariedade se faz presente em todos os lugares e de diferentes formas. Além do auxílio com alimentos e roupas, muitas comunidades abriram seus espaços para abrigar pessoas. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) se une em oração e em ações de solidariedade. Você pode ajudar através da conta da IECLB – Emergências ou apoiar as campanhas promovidas por Sínodos, Comunidades e municípios atingidos.
Portal Luterano