Pregação baseada em Êxodo 16.2 a 4 e 9 a 15
Durante o transcurso da minha vida tenho me encontrado com os mais diversos tipos de pessoas: umas só reclamam, outras sofrem caladas; umas procuram defender só os seus direitos, outras ajudam aos demais a reivindicar o que deveria de ser; umas falam muito, outras bem pouco, mas quando falam todo mundo escuta. Os anos têm me mostrado que cada pessoa tem uma postura diferente diante da vida. De forma regular, cada pessoa segue uma filosofia de vida para seguir adiante com a sua existência.
Nós sempre queremos o melhor, queremos ter uma vida melhor, para nós e para as pessoas que amamos. Pode soar egoísta, mas Deus também quer isso, quer uma vida plena e abundante para nós. Porém, para nós e para todas as pessoas. Não é só para mim e minha família, é também para você que participa deste culto on-line e para as pessoas que você ama e também para as pessoas que você tem ao seu redor, que moram no seu bairro, na sua cidade, no seu país e no mundo inteiro. Deus quer que todas as pessoas possam ter vida, mas não uma vida qualquer, uma vida que possa ser dignamente vivida.
E aqui é que entra o texto bíblico de hoje. Os planos do Deus são maiores do que a visão humana. Deus queria que o seu povo fosse liberto da escravidão, por isso enviou Moisés a falar com o Faraó do Egito com a mensagem: deixa ir o meu povo. Depois de muitas idas e voltas, o povo terminou indo embora do Egito e vai em direção da Terra Prometida. Mas, entre o Egito e a Terra Prometida estava o deserto. E agora? No meio do deserto, as pessoas começam a murmurar: “era melhor ficar lá como escravo, pelo menos tínhamos comida”. Dá para entender? Preferiam reclamar de um suposto passado que era melhor do que viver na esperança de um futuro abençoado. É como se falassem “voltemos à escravidão, é melhor ser maltratado pelo chicote do capataz, do que viver livre”.
Que absurdo, não é? Mas, muitas vezes, nós mesmos fazemos isso. Pela incerteza do futuro preferimos ficar fechados num passado que nos machuca. Muitas pessoas ficam caladas sofrendo porque tem medo do que poderia acontecer se falassem e reclamassem. Muita gente fica quieta achando que tem que ser mesmo assim, porque não sabem o que virá. Assim, a mulher fica apanhando do marido, as crianças são exploradas, os trabalhadores não reclamam por seus direitos trabalhistas, as pessoas com consciência ecológica deixam que o mundo continue a ser destruído e uma longa lista de outros exemplos que você poderá completar, talvez com a sua própria experiência. Se não reclamar, se ficar calado, se não se mexer, a situação não vai mudar.
Mas, olhemos o exemplo do povo que murmurou no deserto. As pessoas reclamaram da sua situação, e o que aconteceu? Deus escutou o clamor do seu povo e modificou para melhor a sua situação. Talvez, as pessoas poderiam ter achado que não dava para reclamar contra o que Deus ordenou fazer. Imaginavam que ficaria feio se Moisés soubesse que o povo tinha saudade das panelas de carne. Mas, Deus surpreendeu. Deus escutou o povo e a sua necessidade e agiu. A escravidão no Egito não era boa, de jeito nenhum, e Deus não ia deixar que as pessoas lembrassem com saudade desse tempo ruim. O povo deveria de lembrar a escravidão só como um tempo maligno que foi deixado para trás.
Deus quer que as pessoas tenham realmente uma vida melhor. Por isso, termino esta pregação com uma exortação para você: reclame, faça acontecer, não fique quieto sofrendo calado, não fique quieta deixando que a vida que Deus preparou para você se perca. Fale, que Deus ouvirá as suas palavras.