A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

Um dia de cada vez - Eclesiastes 3.1-8 - Pastora Mara Parlow - 27 de agosto de 2020

Oração em tempos de Coronavírus

26/08/2020

 

Nesta devoção, meditamos sobre o tempo. Dias atrás, ouvi uma pessoa dizendo: “2020 definitivamente não existiu no meu calendário. Eu o risquei do meu calendário”. Também, ouvi uma pessoa dizendo de maneira divertida que para o ano de 2021 só vai assinar o contrato após ler com atenção todas as cláusulas e letras miúdas de rodapé. Somente assim assinaria o acordo de 2021.

Brincadeiras à parte, queridos irmãos e queridas irmãs, vivemos neste ano como sabiamente alguém disse: em um tempo entretempos. Essa situação de isolamento social que perdura, essa situação de afastamento, de tanta saudade e de sofrimento pra tanta gente, é definitivamente uma travessia, que bem podemos dizer semelhante a qualquer travessia no vale das sombras da morte. Um tempo entretempos que gera em nós uma expectativa por novidade, expectativa e a pergunta sobre quando terminará.

No Primeiro Testamento, temos muitas reflexões de sabedoria acerca do tempo e a mais clássica está em Eclesiastes 3. Lá está escrito que há tempo para tudo sob o céu. Há tempo para todas as coisas. Há tempo de plantar e tempo de colher, tempo de morrer e tempo de viver, e assim por diante. Por ser um texto clássico é muito conhecido de todos e de todas nós. 

Mas, também, podemos refletir sobre o tempo, nas atuais circunstâncias, como algo bastante relativo. Por que seria o tempo uma grandeza relativa? É evidente, meus queridos e minhas queridas, que atravessar esse tempo difícil e exigente de pandemia é bem diferente para quem pode fazê-lo no conforto do seu lar. É diferente de quem pode estar em casa com recursos para atravessar esse período, do que quem está vivendo, por exemplo, nas ruas de nossas cidades, sem o conforto de um lar, sem recursos para atravessar as noites difíceis e inseguras. Por isso, o tempo nessa travessia em que todos vivemos, é diferente para uns e para outros. 

Estar em casa, em isolamento, é realidade difícil e exigente. Especialmente na dimensão emocional. Mas, possuir um chuveiro bom para o banho, uma cama quentinha para descansar, uma mesa com alimentos para se fartar, é muito diferente do que estar sem perspectiva, do que estar sem teto, do que estar sem trabalho.

Mais do que nunca, portanto, o tempo se tornou relativo. Superar a pandemia com condições básicas garantidas é muito diferente do que atravessar sem “condições de vida”. Não podemos, pois, deixar de pensar sobre isso e de atuar para que essas situações se modifiquem, para que o tempo seja possível de ser vivido com dignidade por todas as pessoas. 

Para nós que temos condições e nos preocupamos com quem não tem condições, também há uma fórmula importante para atravessarmos esse tempo.
Bebendo de fontes orientais, outro dia, em alguma leitura, encontrei uma historieta acerca de um sábio chinês conversando com seus seguidores e seguidoras. Perguntavam ao sábio: “Mestre, como pode o senhor ter alcançado tanta longevidade, tão longa vida e estar tão lúcido e cheio de disposição?” Então o mestre respondeu a quem lhe ouvia: “Quando eu caminho,... eu caminho. Quando eu tomo o meu chá,... eu tomo o meu chá. Quando eu durmo,... eu durmo. Quando eu planto a minha horta,... eu planto a minha horta…” E assim, por diante ele foi dando outros exemplos. 

Me dei conta de que esse é um segredo importante para viver. Seja qual for o tempo que nos é dado, vivamos um dia de cada vez e façamos uma coisa de cada vez. Isso não é muito ocidental não, não é muito do nosso jeito de viver. Porque temos colocado muitas coisas no nosso dia a dia. Por vezes, até mesmo com isso perdemos a qualidade de nossa vida. 

Em Jesus Cristo, nosso Mestre, nosso Senhor e nosso Salvador, também aprendemos que o tempo é uma travessia e que ele está conosco o tempo todo, sejam quais forem os tempos que nos forem exigidos viver. 

Jesus Cristo, atravessou todas as situações de morte e colocou no lugar da morte a vida. Quando situações de morte se apresentaram, Jesus ali colocou a realidade da vida, e também superou a morte final através da ressurreição. Esses ensinamentos todos, mas principalmente, a realidade maior de nosso Salvador é que nos ajuda a superar esse tempo difícil da pandemia. 

Aspiremos, em Jesus Cristo, paciência e sapiência para viver um dia de cada vez, e todos os dias o dia inteiro, cuidando de nosso próprio viver, de nossa existência, com qualidade e jamais fechando os nossos olhos para aquelas pessoas que experimentam seu tempo de vida de uma maneira muito mais precária e exigente do que nós. Amém.

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