Um coração queimando…
Após a crucificação de Jesus, o evangelista Lucas no capítulo 24 nos relata uma história inusitada. Fala de dois discípulos de Jesus que estavam indo para Emaús triste com tudo o que tinha acontecido. Assim diz o texto: Os olhos deles, porém, estavam como que impedidos de reconhecê-lo.(Lc 24.16). A sua tristeza é tão grande que eles mergulhados no seu lamento, foram incapazes de reconhecer Jesus. Custo a entender que sua incredulidade era tamanha que não o reconheceram. E ele dando uma de desentendido pergunta o motivo de sua tristeza, perplexos pela falta de informação daquele homem, então eles passam a contar detalhes do que havia acontecido com Jesus. Eles não perceberam que havia mais alegria do que tristeza, mas motivos para comemorar do que lamentar. Não seria assim que nos sentimos hoje, desiludidos, cansados e desolados com toda a realidade à nossa volta? Este clima de desesperança, este cheiro de morte, este gosto de tristeza....O seu luto os cegavam e transformaram a beleza da ressurreição num conto de fadas.
E foi aí que algo extraordinário aconteceu. O texto nos relata duas coisas importantes: Então Jesus os conduziu por todos os escritos de Moisés e dos profetas, explicando o que as Escrituras diziam a respeito dele. (Lc 24.27). O que alimentou o coração daqueles homens foram as palavras das profecias, a certeza de que era necessário que esta aparente derrota se tornaria o meio da vitória. Mas foi no momento da Ceia instituída por Jesus que seus corações foram conectados e perceberam que Cristo estava presente com eles todo aquele tempo. Por um instante, como um estalar de dedos, seus olhos foram abertos: Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram. Nesse momento, ele desapareceu. Disseram um ao outro: Não ardia o nosso coração quando ele falava conosco no caminho e nos explicava as Escrituras?”. (Lc 24.31-32). A Palavra anunciada, o evangelho ensinado com o repartir do Pão se tornou renovo na vida daqueles homens. Sua fé foi renovada, a alegria restabelecida e a coragem potencializada. Um sorriso voltou e a esperança brotou.
Meu irmão e minha irmã, nossa fé, esperança, consolo e alegria não virão das evidência de um mundo que respira morte, desilusão, dor e sofrimento. Nossa esperança vai renascer da busca das promessas da Palavra de Deus, e da renovação da Aliança através da Ceia, que é a presença física deste sacramento. Se as evidências são de morte e de loucura, nossa esperança, fé e certeza, estão ancorados na Palavra e na presença do Cristo hoje através do seu Espírito.
Páscoa é renascimento, de vida, fé e esperança, não numa lenda, mas com certeza - o Cristo ressurreto. Feliz páscoa!
Missionário Samuel Scheffler - Paróquia de Luzerna.
