A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

Somos as pedras vivas de Deus: olhando para nossos lugares de culto: Parte 2 - P. Dr. Éder Beling - 04 de novembro de 2021

Oração em tempos de Coronavírus

04/11/2021

 

O local de culto faz parte da identificação e da relação dos membros com a sua igreja, nascemos e crescemos em determinado lugar, estamos enraizados com uma cultura e um lugar. Portanto, cada lugar de culto reflete a importância e a centralidade da mensagem evangélica em suas vidas. A falta de um local específico para o culto não implica na não identificação com a igreja e o Evangelho, no entanto, pode acarretar certa apatia e indiferença. E mesmo que o povo não se reúna numa igreja, a comunidade cristã tem a necessidade de se reunir em algum lugar marcado, esta reunião pode ser numa escola, numa casa, debaixo duma árvore, numa garagem, etc. Perpassaram por esses lugares vestígios de uma presença do sagrado (RASCHZOK, 2007, p. 573).

Em todos estes espaços imagens e símbolos nos remetem/rememoram a presença do sagrado. Nas igrejas ou em outros locais de culto sempre estarão presentes símbolos com a Bíblia, a cruz, as velas, as flores, a mesa (altar), as cadeiras ou os bancos, a pia batismal e os elementos da Ceia, etc. Sendo que, a organização desse espaço e seus elementos refletem a forma como entendemos a mensagem e centralidade do Evangelho de Jesus Cristo. No entanto, nesse local não devemos fazer história, mas vivê-la (AUGÉ, 2012, p. 53-54). Os locais de culto, nesse sentido, refletem a Jerusalém Celeste, a torre da igreja não aponta para o ser humano que ali entra, ela aponta para cima, para o Reino de Deus que desce e vem até nós, e se concretiza no nosso mundo.

É por isso que as igrejas enquanto local de reunião, de memória, de esperança, de sobrevivência, de epifania são espaços sagrados. Pois, os locais de culto representam “a experiência do sagrado”, já que “neles personificam-se não somente momentos de religiosidade, mas eles dão vivência à presença do divino” (BUSCH, 2010. p. 53). Os lugares de cultos são como “textos” que podem ser lidos e no qual ocorre uma sintopia com o divino. Com sintopia queremos dizer que da mesma forma como no corpo humano existe uma relação espacial entre os diferentes órgãos de corpo, há também uma relação do humano com divino através do espaço sagrado, seja através do canto, da arte, da arquitetura, da pregação e da liturgia.

Os lugares de culto sempre foram espaço de ensino e aprendizado. Por isso, todos os elementos que lá estão não possuem uma função somente decorativa, mas com suas cores, estampas, bordados, colorido, desenhos e símbolos possuem uma função educativa. O melhor exemplo é o vitral. Por muitos séculos ele foi considerado a biblia pauperum (bíblia dos pobres ou analfabetos). O vitral tem um sentido de evangelização através da imagem, muitas vezes mais forte do que a própria palavra escrita e falada. O vitral também é um verdadeiro catecismo ilustrado, pois ele está lá para todas as pessoas cumprindo a missão de ensinar as pessoas a missão de Deus.

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Cristo, juntamente com todos os santos, assume a nossa forma pelo seu amor, luta ao nosso lado contra o pecado, a morte e todo o mal. Em consequência, inflamados de amor, nós assumimos a sua forma, confiamos em sua justiça, vida e bem-aventurança.
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