A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

Sexta-feira da Paixão - Culto 02/04/2021 Paróquia Bom Samaritano Ipanema, Rio de Janeiro/RJ

Culto on-line Hebreus 10.16-25

01/04/2021

Culto Sexta-feira da Paixão (1).
Culto Sexta-feira da Paixão (1)
Culto Sexta-feira da Paixão (1)
Culto Sexta-feira da Paixão (2)
Culto Sexta-feira da Paixão (2)
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Desde os tempos mais antigos, Deus está no meio de nós. Passando pela cruz e até o momento presente, Deus tem guiado nossos passos e as obras de nossas mãos.
Bendito seja nosso Deus!
Jesus Cristo, o motivo da nossa fé, é o próprio Deus que se manifesta na cruz e no poder do Espírito Santo.
Neste dia tão importante, nos reunimos como povo convocado por Deus para celebrar e afirmar a vida verdadeira.
Não se esqueçam: Não estamos sós!

Alocução sobre a morte na cruz
A cruz é sinal do cristianismo ainda hoje. Nenhum outro símbolo conseguiu tomar o seu lugar. A cruz, hoje em dia, tão domesticada, chegando algumas delas a ter uma beleza sem igual. A cruz tão tranquila para nós que podemos ter ela pendurada em qualquer lugar. A cruz, que hoje no âmbito protestante, não carrega Cristo em sofrimento. A cruz que, está aqui, como sinal asséptico daquilo que Deus em Jesus Cristo fez.
Olhando de fora, a cruz foi provavelmente o símbolo mais inadequado escolhido pelas primeiras pessoas cristãs. Expertos em comunicação e criação de marcas advertiriam para não escolher a cruz, com certeza a teriam rejeitado como sinal do cristianismo. A cruz era um instrumento de castigo e execução que se utilizava para reprimir a resistência política. A cruz era um símbolo praticamente indecente e escandaloso para as pessoas. Mesmo assim, as primeiras pessoas cristãs escolheram a cruz porque captava de maneira precisa a dura realidade. Para elas, a cruz representava as suas experiências diárias de violência e dor, opressão e injustiça.
A cruz se converteu num símbolo daquilo que Deus fez pela humanidade, pois na cruz é onde o pecado humano é vencido pelo amor divino. A cruz revela como Deus quer que o mundo seja: um lugar de justiça, paz e reconciliação. Um lugar de vida em abundância. Na cruz, a palavra mais íntima de Deus é revelada e estabelecida como palavra persistente que impregna tudo o que existe neste mundo. Com a palavra “Cristo” dita em silêncio, Deus cala todas as palavras e ações barulhentas do ódio e da violência.
Observando com os olhos da fé, a cruz é o lugar onde acontece a transformação mais profunda e significativa, é um símbolo que nas situações mais desesperadoras nutre a esperança, afirma a vida em meio a morte, insiste em paz enquanto existem sinais de guerra, pinta a justiça de Deus com cores tão brilhantes que contrastam com os tons sombrios da injustiça humana.
Como igreja evangélica de confissão luterana estamos profundamente conectados com a nuvem de testemunhas que nos precederam, pertencemos a uma comunidade que transcende o tempo e o espaço, que partilha esse novo âmbito de transformação, que tem a cruz como símbolo mais profundo. Uma transformação escandalosa aos olhos do mundo por ser generosamente amorosa e que se relaciona compassivamente com o próximo. E essa transformação está sempre profundamente enraizada numa só palavra: “Cristo”. Cristo que morreu para que o mundo encontrasse vida, vida plena e eterna. Assim, sempre que olhar para uma cruz, seja hoje neste culto que lembramos especificamente a morte de Cristo nela, ou a cada dia em que se depare diante de uma cruz lembre-se de uma só palavra e do seu poder: “Cristo”.
 

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