A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

Preocupação - Mateus 6.25-34 - P. Elton Pothin - 27 de julho de 2020

Oração em tempos de Coronavírus

27/07/2020

Preocupação

O texto que inspira nossa reflexão hoje encontra-se em Mateus, capítulo 6, versículos 25 a 34, que traz as palavras de Jesus Cristo:

Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou de beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por mais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.

Até aqui estas palavras de Jesus Cristo. E felizes somos nós se ouvimos as palavras de Jesus, as guardamos em nosso coração e vivemos de acordo com estas palavras. Amém.

Eu gostaria de iniciar a minha reflexão nesta manhã falando de uma história. A história de um relógio: o relógio preocupado. Diz esta história:

Era uma vez um relógio que tinha vivia preocupado e angustiado. Vivia tão nervoso que tinha crises constantes. Às vezes, nem dava as horas. Todos os outros relógios já comentavam entre si que ele não regulava bem.

Chegou a tal ponto em que o ponteiro dos segundos se queixava amargamente porque somente o ponteiro dos segundos e devia correr feito doido o tempo todo, enquanto o ponteiro dos minutos caminhava lentamente e o das horas quase nem se mexia.

- Dupla de vagabundos! – xingava o ponteiro dos segundos.

- Ventilador de piolho! – respondia o ponteiro das horas.

Decididamente, o relógio andava mal. Reclamava até pelo fato de ter que ficar eternamente em pé – era um relógio de parede – e ainda por cima contra uma parede, girando em torno de si como um cachorro querendo morder o próprio rabo. Como se isso não bastasse, certo dia ficou muito nervoso ao pensar em como teria que trabalhar por toda a sua vida.

- Ai, meu Deus! – queixava-se ele. Como eu tenho que trabalhar nessa vida! Meu destino ingrato e cruel é ter que passar horas e horas marcando as horas. Dizem que de hora em hora o tempo melhora, mas não é verdade. Pelo contrário, estou extremamente nervoso com o que me espera pela frente. Veja só: se dou duas pancadas por segundo, significa que terei de bater 120 vezes por minuto. Desse jeito, serei forçado a bater 7.200 vezes em uma hora e, durante um dia, me arrebentarei todo batendo 172.800 vezes. Ora, num ano, me verei forçado a bater 63 milhões, 172 mil e 800 vezes. E, em dez anos, baterei nada menos que 630 milhões, 720 mil vezes. Eu não vou aguentar isso. É demais para mim.

E o relógio desmaiou de stress e esgotamento nervoso. Não resistiu a tanta angústia e desespero. Jamais conseguiria arranjar forças para bater tanto e por todo esse tempo. E, quando acordou do desmaio, o relógio começou a refletir e começou a pensar diferente. Começou a pensar com mais calma e disse para si mesmo:

- Espere um pouco. Posso não ter forças para realizar o trabalho de dez anos, mas, com toda certeza, consigo dar as duas pancadinhas deste segundo.

E assim fez. E continua fazendo isto há vinte e cinco anos.

Irmãos e irmãs em Cristo.

Nós podemos refletir a partir desta história do relógio preocupado e a partir do texto que ouvimos de Jesus Cristo para a nossa vida. Especialmente neste tempo de pandemia, onde que, como nunca, nós nos preocupamos com o amanhã, com o futuro da humanidade, com o futuro da nossa vida. E algumas lições nos ensina Jesus Cristo.

1ª delas: devemos aprender a confiar em Deus – versículo 26 do texto diz: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” Deus cuida de nós. Ele irá nos sustentar. Confiem em Deus.

2ª - questão que aprendermos: faça a sua parte. O versículo 33 nos diz: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Ao invés de nós nos preocuparmos como o relógio se preocupou, devemos planejar, tomar as providências necessárias, fazer aquilo que nós podemos fazer hoje para o futuro. E o que é que Jesus Cristo nos aconselha? Buscar os valores do Reino. Construir a nossa vida hoje com paz, com amor, com perdão, com solidariedade. Se nós assim o fizermos, estaremos construindo um futuro bom. Então faça a sua parte hoje: busque os valores do Reino hoje e viver de acordo com estes valores agora.

3º - dar um passo de cada vez. O versículo 34 diz: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Por isso, devemos viver o dia de hoje de acordo com a vontade de Deus. Fazer aquilo que é possível fazer hoje, dando um passo de cada vez.

4º - Não desesperar. No mesmo versículo 34 temos escrito: “o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” De que adianta nós hoje nos desesperarmos quanto ao futuro? Isso irá nos ajudar? Ajudou ao relógio desesperar-se daquela forma? Não. Não ajudou. Por isso, não devemos nos desesperar, mas – aquilo que falamos da primeira lição que aprendemos de Jesus – confiar o futuro nas mãos de nosso Deus. Ele cuida de nós hoje. Ele continuará a cuidar de nós amanhã.

Amém.

MÍDIATECA

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Assim como o fogo sempre produz calor e fumaça, também a fé sempre vem acompanhada do amor.
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