Em Gálatas capítulo 5, versículos 1, 13,14 e15, o apóstolo Paulo nos escreve: “Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres. Por isso, continuem firmes nesta liberdade e não se tornem novamente escravos. Porém, vocês, irmãos, foram chamados para serem livres. Mas não deixem que essa liberdade se torne uma desculpa para se deixarem dominar pelos desejos humanos. Ao contrário, que o amor faça que sirvam uns aos outros. Porque toda a lei se resume num só mandamento: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Mas, se vocês agem como animais, ferindo e prejudicando uns aos outros, então cuidado para que não acabem se matando.” (Tradução de acordo com a Bíblia na Linguagem de Hoje).
Ao ler este texto de Gálatas, logo lembrei-me de um fato ocorrido certa vez em um supermercado. Naquele dia, havia muita gente no supermercado. Uma grande fila havia se formado diante do caixa. Uma senhora idosa estava pagando suas compras. Atrás dela, encontrava-se uma mãe com seu filho de cinco anos e um carrinho cheio de compras. A criança, impaciente, empurrava o carrinho contra as pernas da senhora idosa. Na primeira vez, a vovó não disse nada. A criança, no entanto, continuou a empurrar o carrinho contra suas pernas. Ela, então, pediu ao menino para que parasse com isso, pois a estava machucando. Mas o menino não parou. Já meio desesperada, a senhora pede à mãe do menino que intervenha e o faça parar. A mãe responde agressiva: “Meu filho querido foi educado com liberdade e pode fazer o que quer.” A senhora idosa ficou sem palavras. E o carrinho continuava a lhe machucar as pernas. Atrás da mãe e do menino encontrava-se um senhor que escutou tudo. Ele estava com um pote de mel na mão, aguardando o momento de pagá-lo. Com calma ele abre a tampa do vidro de mel e o derrama sobre a cabeça e a roupa da mãe da criança. Esta, furiosa, grita com o senhor: “O que é isto? Que falta de respeito é esta?” Ao que o senhor calmamente responde: “Eu também fui educado com liberdade e posso fazer o que quero!”
Este fato nos leva a refletir sobre um perigoso engano que existe no nosso mudo de hoje: julgamos que somos donos de tudo e de todos e livres para fazermos o que bem entendermos. O corpo é meu, a vida é minha, o dinheiro é meu: faço com eles o que bem entender. Ser livre para fazer o que se quer pode se tornar um lema perigoso para a vida. Vida que não conhece limites coloca em perigo a vida dos outros e a nossa própria vida. É o que experimentamos neste tempo de pandemia. A situação toma um rumo tão complicado e difícil em boa parte pelo individualismo das pessoas, que não pensam nos outros. Se não tomarmos cuidado, vamos acabar nos matando, diz Paulo em Gálatas.
A liberdade que Cristo nos deu é diferente da liberdade concebida como vida sem regras e limites. Paulo diz com clareza: “não se deixem dominar pelos desejos humanos.” Aquele menino e sua mãe se deixaram dominar pelo desejo humano. E isto levou ao desrespeito, levou ao sofrimento. O cristão, ao contrário, deve fazer que o amor o leve a servir os outros. “Porque toda a lei se resume num só mandamento: ame os outros como você ama a você mesmo”, diz Paulo.
Esta é a liberdade que Cristo nos deu: LIBERDADE DE AMAR E SERVIR AO PRÓXIMO. É importante nós vivermos nesta liberdade que Cristo nos deu, é importante nós ensinarmos aos nossos filhos o conceito de liberdade cristã, para que respeitem e amem as outras pessoas. Que Deus nos dê a força do seu Santo Espírito para podermos viver nesta liberdade que Cristo nos deu, amando ao nosso próximo como amamos a nós mesmos e que nos ajude a ensinar nossos filhos a viver nesta liberdade.