“Dá-nos olhos claros que veem o irmão,
dá Senhor ouvidos que dão atenção”.
Cantamos muito esse hino em nossas comunidades. É um cântico que muitos e muitas de nós sabemos de cor, ou seja, sabemos desde o nosso coração. Esse hino fala basicamente do tema que nos congrega e nos leva a meditar neste dia, que é o tema da empatia.
Ter empatia não é simpatizar ou antipatizar com alguém. Ter empatia é ter capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Eu diria até que é uma capacidade de nos colocarmos no lugar das outras criaturas todas de Deus.
Então, nesse sentido, a empatia cristã se distingue da empatia do sistema, ou, digamos, da empatia “corrente” no mundo em que vivemos. A empatia cristã se diferencia porque se inspira no nosso Mestre, Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Jesus não apenas nos ensinou sobre empatia, quando caminhou com as pessoas, quando chorou com quem chorava. Jesus Cristo não apenas nos ensinou sobre empatia quando atendeu pessoas debilitadas, pessoas doentes, quando repartiu o pão e repartiu saciedade. Nosso Senhor Jesus Cristo, mais do que isso, nos ensinou e nos inspirou para a EMPATIA com letras maiúsculas: aquela que provém do evento salvífico da cruz. Ali, na cruz, Jesus definitivamente nos diz: “Eu estou com vocês em meu corpo humano, que sofre dores humanas, mas que não deseja que vocês sofram as mazelas e dores do mundo”.
Jesus no Gólgota se aproxima das nossas misérias todas. E exatamente na Sua fraqueza nos capacita para a Empatia. Não este comportamento que apenas interpreta sentimentos ou expressões de outras pessoas. Na cruz, Jesus nos capacita à verdadeira empatia, aquela que não apenas interpreta o outro, a outra, mas, que compreende o outro, a outra.
Hoje, nós podemos dizer, através de um exemplo até banal, mas muito concreto, o que é ser empático ou empática. Por exemplo, usar máscara de proteção é empatia, mas não apenas porque eu não quero ficar doente, mas porque me solidarizo profundamente com outras pessoas que estão combatendo o coronavirus e todas as mazelas dele decorrente. Eu me solidarizo profundamente. Por isso, eu utilizo máscara. Isso é ter empatia, é compreender profundamente que outras pessoas estão sofrendo nesse mundo. Ainda que este sofrimento não me tenha alcançado, ainda. Se eu não respeitar e compreender, outras pessoas podem adoecer por causa de minha conduta, ainda que eu esteja sem sintomas ou doente.
Nos inspiramos em Jesus Cristo, mas mais do que isso nos sabemos capacitadas e capacitados a viver empaticamente com todas as criaturas de Deus pela Redenção através da Graça que Cristo nos deu.
Queremos não apenas cantar de uma maneira vazia “dá-nos olhos claros que veem o irmão”. Não queremos cantar de uma maneira vazia “dá, Senhor, ouvidos que dão atenção”. Queremos, de fato, compreender e internalizar essas palavras e ter atitudes que provém do envolvimento com o Espírito Santo que Jesus Cristo nos deixou.
Vivamos EMPATIA. Aprendamos EMPATIA em comunidade. E que para isso nosso Senhor e Salvador nos inspire e nos acompanhe!
Assim seja, neste dia e sempre, amém.
