Saudação: Olá meu irmão! Olá minha irmã! Que a graça e a paz de Jesus Cristo esteja conosco. Amém!
Reflexão: Deus existe?
Essa pergunta ocupou a filosofia por muito tempo. E dentre os diversos filósofos e filósofas a gente vai perceber a formação de dois grandes grupos, um que tenta explicar a existência de Deus através da razão e outro grupo que tenta explicar a existência de Deus através das emoções, dos sentimentos.
Lá na Grécia antiga, no período clássico, o Aristóteles vai nos dizer que Deus existe porque tudo precisa ter uma causa impulsora, ou seja, tudo que tem um começo, para esse começo existir, precisa de algo e, esse algo é Deus.
Depois do Século XVI, vamos nos deparar com o pensamento de René Descartes, aquele do famoso slogan “penso, logo existo”. Ele vai dizer que se nós temos a ideia de um ser perfeito, se nós temos esse ideal de perfeição, é porque essa perfeição, que nós não alcançamos por sermos humanos, essa perfeição é Deus. Logo Ele existe!
No Século XVIII, vamos nos deparar com pensamentos do David Hume. E o Hume, ele diz que Deus é uma criatura infinitamente inteligente, sábia e boa. Logo, se nós temos essa percepção de Deus é porque a gente já experimentou em algum momento da nossa vida, a bondade, a inteligência e sabedoria. Para Hume, as nossas experiências vão definir a nossa maneira de ver Deus, o que muitos teólogos e teólogas corroboram quando dizem que a nossa imagem de Deus é formada na infância, na relação que nós temos com nosso pai, nossa mãe. Aquela ideia de cuidado, de proteção que o bebê desenvolve para com a mãe, com pai é a mesma noção/sensação de proteção e cuidado que ela vai sentir para com Deus.
No mesmo Século XVIII, nós vamos nos deparar com o pensamento de um filósofo luterano: Immanuel Kant. O Immanuel Kant vai dizer o seguinte: que nem a razão e nem a experiência, ou seja, os sentimentos, podem explicar a existência de Deus. Para o Kant, existe um “vácuo”, existe um lugar onde nem a razão, nem a emoção chegam e, nesse espaço vazio, nós temos o lugar da fé - fé religiosa, ou seja, para Kant apenas a fé, apenas a transcendência que podem nos fazer ter a certeza da existência de Deus.
Uma anedota que encontramos no livro, “O mundo de Sofia” do norueguês Jostein Gaarder (que inclusive eu recomendo a leitura), nos diz o seguinte: “certa vez um astronauta e um neurologista discutiam sobre religião. O neurologista era cristão e o astronauta não. Eu já estive várias vezes no espaço, gabou-se o astronauta e nunca vi Deus nem anjos”. O neurologista respondeu: “Eu já operei muitos cérebros inteligentes e nunca encontrei sequer um pensamento!”.
Meu querido irmão, minha querida irmã, nossa experiência, nossa percepção de Deus, vem da nossa história de fé. Vem daquilo que nos foi legado, vem daquilo que nós experimentamos nesse “vácuo” que o Kant diz que é a dimensão da transcendência, da nossa espiritualidade. E de fato, nem a razão consegue explicar Deus e nem os nossos sentimentos, por mais genuínos que eles sejam.
Provocações filosóficas e teológicas para você pensar um pouquinho.
Oração: Ora comigo? Querido Deus, obrigado por estar presente na nossa vida, mesmo quando nós duvidamos da tua existência. Permita que a nossa fé cresça e amadureça de forma que possamos galgar uma fé com sabedoria. Por Cristo Jesus. Amém!
Benção: Que Deus mantenha a tua cabeça fria, o coração quente, as mãos abertas e os pés sem pressa e sem preguiça. Que assim te abençoe o Deus que é Pai, Mãe, Filho e Santo Espírito. Amém!