A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

Culto de acolhida a enlutados e doentes

27/06/2020


No culto de hoje lembraremos de todas aquelas pessoas que faleceram durante estes últimos meses, especialmente durante o tempo da pandemia da Covid-19. Mas também queremos incluir todas aquelas pessoas que sofrem com o peso da enfermidade, seja da Covid-19, do câncer ou de qualquer outra doença.
Ainda não temos cultos presenciais. Ainda não podemos nos reunir e abraçar. Mas, o que sim podemos fazer é lembrar uns dos outros, orar uns pelos outros.
Hoje, lembramos com saudade de pessoas que já faleceram, mas também temos saudade de nossos irmãos e irmãs na fé que se reuniam aqui em Ipanema. A todas essas pessoas colocamos em oração, pedindo a Deus que seja o nosso refúgio e fortaleza, nosso socorro nas tribulações.

Alocução sobre doença e morte

A realidade é triste e cruel. Talvez seja por isso que muitas pessoas preferem viver no mundo da fantasia. Muitos filmes são êxito porque contam uma ficção. Até nos filmes baseados em fatos reais é permitida certa licença histórica. Para poder sobreviver nossa mente gosta de voar. Os seres humanos somos seres sonhadores por excelência. Até que a realidade bate à nossa porta ou em nossa cara.
A pandemia tem tido esse efeito. Veio sem dó nem piedade. Mostrando a dura face da doença e até a morte. Mas, muito antes da explosão da Covid-19, as pessoas sofriam com vírus, bactérias, parasitos, fungos e até com doenças autoimunes. A grande diferença é que antes supostamente não afetava todas as pessoas. Doença era vista como algo passageiro e a morte procurava ser escondida.
Lembro que antigamente as pessoas perguntavam para a mãe grávida se o bebê era menino ou menina e a grande maioria respondia não importa o que é, o que importa é que venha com saúde.
Na vida, temos duas certezas: que nascemos e que vamos morrer. Sabemos nossa data de nascimento porque contaram para nós. Graças a Deus nenhum de nós sabe a sua própria data de falecimento. No desenrolar dos anos encontramos outras certezas, a fragilidade do corpo humano e a temporalidade daquilo que se acredita como permanente. O corpo que pode se machucar ou adoecer. A beleza que troca com o passar dos anos. A mente que vai se modificando.
Nesses tempos de pandemia, pode ser que a existência como tal trocou, mas nós não trocamos como seres humanos. Angústia, dor, temor continuam a fazer-se presentes. Sofremos com a perda de um ente querido. Também sofremos com nossas doenças. Ainda que os jornais noticiem principalmente uma doença, as outras ainda permanecem entre nós.
O fim abrupto que a morte nos traz não nos permite seguir sonhando. A realidade da nossa finitude se apresenta e nos lembra que nós também somos seres finitos e que a morte também estará presente em nossa vida. Mas, nessa realidade não podemos esquecer que não estamos sozinhos, sozinhas. Quero lembrar que Deus nos acompanha e nos conforta.
Em nosso tormento, em nosso clamor não estamos sozinhos. Deus nos escuta e acolhe. Pode ser que não compreendemos o porquê das situações que enfrentamos, mas sim podemos compreender que Deus ouve a nossa oração.
Graças a Deus não perdemos a possibilidade de sonhar além da morte. Porque o sofrimento, a dor e a morte não têm a última palavra. Jesus Cristo é sinal disso. Em Jesus nós podemos ver que tudo aquilo que atormenta o nosso corpo é passageiro. Com a ressurreição, entraremos a uma nova existência onde as nossas fragilidades serão colocadas de lado e poderemos viver em plenitude.
Deus nos ama, mesmo em momento de doença ou morte. Deus não nos abandona, ao contrário nesses momentos é que está mais perto de nós. Que o Espírito Santo nos permita ter essa fé. Amém.

Liturgia baseada em “Culto comunitário de apoio às pessoas enlutadas elaborado pela Catequista Erli Mansk - IECLB
Prelúdio: Quiet Morning - Natalia Jespersen
Eder Targino – piano
Lélia Brazil - flauta
Leituras bíblicas feitas por Filipe Reis, Cristina Spolidoro Freund filha de Ronaldo Spolidoro e Karin Müller
Pastor José Kowalska 


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O verdadeiro cristão não vive na terra para si próprio, mas para o próximo e lhe serve.
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